Subject: Mas quais comunistas? |
Author:
Calado
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Date Posted: 11/08/05 23:59:31
In reply to:
Leandro Martins
's message, "Mas quais partidos?" on 11/08/05 23:12:45
Aqueles que há 30 anos nos bombardeiam com os mesmos chavões e nada resolveram? Os que disfarçadamente ainda sonham com uma ditadura soviética em Portugal? Com uma economia "planificada" onde os cidadãos apenas teriam direito ao mínimo de subsistência nas lojas do povo?
Esse regime nós não queremos. Já o afirmámos antes e afirmamo-lo agora.
>Mas quais partidos?
>
>Leandro Martins. Avante, 11/08/05
>
>Trazem certamente água – ou veneno – no bico os gritos
>que, de vez em quando, se soltam por aí quando o
>sistema político e económico começa a mostrar as suas
>fraquezas e a revelar que as receitas que os
>sucessivos governos, sempre baseados nas políticas e
>opções de direita, aplicam para resolver os problemas
>do País não resolvem absolutamente nada de
>fundamental. O capital continua a encher a bolsa e os
>trabalhadores, no outro extremo da vara, perdem o
>poder de compra e a qualidade de vida, quando não o
>emprego e os direitos adquiridos.
>
>No plano económico, os trabalhadores – mas também os
>pequenos e médios empresários (e os micro, que são um
>disfarce na maioria dos casos, para designar
>trabalhadores que não encontram outrem que os
>empregue) costumam ser os bodes expiatórios dos
>grandes ou dos seus serventuários na política e nos
>media. Uns para servir o argumento do apertar do
>cinto, assacando-lhes a responsabilidade da falta de
>produtividade ou de «excesso» de direitos e de
>«regalias e privilégios». Outros porque, como se afana
>a dizer o Presidente da República, andam sempre na
>lamúria e não se lançam com risco nos caminhos da
>imaginação e da competitividade.
>
>No plano político, são «os políticos» e os «partidos»
>os responsáveis do descalabro, e lá se vão lançando
>«corajosas» orientações para acabar com isso –
>normalmente apertando o funil eleitoral, arredando os
>que lutam para transformar este estado de coisas.
>
>Esta semana, os gritos foram lançados por dois
>directores de jornais que jogam no mesmo clube e não
>escondem as suas simpatias de direita. Se um, no
>Público, diz «mata!», corre o outro, no Expresso, a
>dizer «esfola!» Por vontade deste dueto acabava-se já
>com o regime partidário, face ao fedor que exala do
>pote onde refogam os partidos.
>
>À sombra do escândalo do «mensalão», que de resto
>ainda está por provar, José Manuel Fernandes extrapola
>para os escândalos portugueses, e para a «relação
>perversa entre “chefes” e “aparelhos”, sem que os
>eleitores tenham a possibilidade de, pelo voto,
>tomarem a palavra». Em suma: não há soluções
>milagrosas porque os partidos não deixam. Por seu
>lado, José António Saraiva, aponta, peremptório: «O
>problema principal do país, neste momento, são os
>partidos políticos. Os partidos estão a estrangular a
>democracia»!
>
>Mas quais partidos?
>
>Sempre os mesmos, isto é, aqueles que os comunistas
>acusam de, há quase trinta anos, virem prosseguindo,
>juntos ou separados, os três ou dois a dois, a mesma
>política de direita que tem conduzido o País à
>desgraça actual.
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