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Subject: 26 DE JULHO DE 1953: Semente da Revolução


Author:
LILLIAM RIERA
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Date Posted: 26/07/05 21:06:37
In reply to: Granma.cu 's message, "A lei que deu lugar à guerra econômica dos EUA contra Cuba" on 25/07/05 22:54:03

Havana. 20 Julho de 2005

26 DE JULHO DE 1953
Semente da Revolução

POR LILLIAM RIERA — do Granma Internacional

EM meio a uma atmosfera de terror e podridão política, imperante em 1953, a juventude cubana, a Federação Estudantil Universitária (FEU) e outras organizações patrióticas, como a Frente Cívica das Mulheres Martianas, junto aos trabalhadores, puseram em claro ao regime de Fulgencio Batista que as idéias de José Martí estavam, em seu centenário, mais vigentes do que nunca antes.

Nesse 28 de janeiro, participaram da manifestação em homenagem ao Herói, que partiu da escadaria da Universidade até a Fragua Martiana, levando tochas e bandeiras cubanas, 1.200 jovens que seguiam o novato advogado Fidel Castro e compartiam suas idéias de derrubar a tirania pela via da luta armada, a fim de promover depois a transformação econômica e social do país. Tratava-se da Geração do Centenário.

Seis meses depois, em 26 de julho, a vanguarda dessa geração escolhida por Fidel atacaria, em ações simultâneas, os quartéis Guillermón Moncada, em Santiago de Cuba, e Carlos Manuel de Céspedes, em Bayamo, ambos a leste da Ilha.

Fidel sabia que o golpe de Estado perpetrado por Batista, em 10 de março de 1952, só deixava uma alternativa: a luta armada e expressou-o assim em seu apelo ao povo, horas depois do golpe: «...A hora é de sacrifício e de luta...»

A ação foi planejada com a mais absoluta discrição, num apartamento das ruas 25 e O, onde moravam os irmãos Abel e Haydée Santamaría. Abel e Fidel conheceram-se no seio do Partido Ortodoxo e, a partir daí, compartiram suas idéias políticas.

Naquele lugar, discutia-se de economia política, filosofia, tática militar e do programa social que implementariam — baseado nos postulados martianos — já atingida a vitória.

Escolheram o quartel Moncada, porque, apesar de ser a segunda fortaleza militar da Ilha, era menos vigiada por se encontrar nesta província, onde a ditadura não podia suspeitar que teria lugar uma revolta e considerava que, caso acontecer, poderia facilmente reprimi-la. Os revolucionários pretendiam, como dissera depois Fidel, tomá-lo «sem um só disparo, acudindo do fator surpresa...»

Além do mais, levaram em conta que havia carnaval na capital oriental, que festejava, atraindo viajantes do país inteiro, no dia de seu padroeiro, Santiago Apóstolo, e era mais fácil para os revolucionários se deslocarem de diversos pontos de Havana para os lugares acertados em Santiago, sem chamar a atenção.

Materializado o ataque, tornariam público, através das emissoras de rádio, o programa revolucionário e pediriam o apoio do povo. Já tendo a capital oriental nas mãos, decretariam as leis básicas do programa, entre elas: devolver ao povo sua soberania e restabelecer a Constituição de 1940; conceder a propriedade da terra a todos aqueles que ocupassem parcelas de 67 ou menos hectares; a confiscação de todos os bens dilapidados, que passariam aos operários, hospitais, asilos e casa de beneficência, a política cubana na América seria de estreita solidariedade aos povos democráticos do continente.

A partir daí, o movimento revolucionário reeditaria a invasão dos insurretos do século XIX do oriente ao ocidente da Ilha.

Ao acabar a guerra, seriam proclamadas outras leis e medidas, tais como a Reforma Agrária, a Reforma Integral do Ensino e a nacionalização das companhias de eletricidade e telefônica.

No dia 25, à noite, se dirigiriam em pequenos grupos à quinta Siboney, que era o ponto de onde partiria a comboio de 16 carros, onde iriam 158 homens e duas mulheres — Melba Hernández e Haydée Santamaría — para o quartel Moncada.

Raúl Castro fora designado para comandar o grupo dos que tomariam o Palácio da Justiça, que, por sua altura e posição a um lado da fortaleza, era um ponto estratégico. O segundo chefe do comando, Abel Santamaría tinha a missão de ocupar o hospital civil, localizado em frente de uma das portas do quartel. A primeira ação era quase suicida: tomar inopinadamente a guarita. Todos se ofereceram para essa ação e Fidel fez a escolha. Ele ia à frente desse grupo.

As armas eram poucas, mas pretendiam se apoderar das existentes nos arsenais do quartel. Tudo foi cuidadosamente planejado. Contudo, uma patrulha imprevista deitou por terra a operação. Dois militares armados de metralhadoras detêm-se em frente da guarita pela qual já tinha conseguido passar o primeiro carro dos revolucionários. Fidel, que vinha no segundo carro, decide desarmá-los, arremessou o carro contra eles, o qual colidiu com o bordo da calçada, provocando o tiroteio. Tinha início um combate desigual, pois combatiam contra uma guarnição de mil homens, dentro e fora do quartel Moncada.

Depois de cerca de duas horas e 45 minutos de combate, tendo a certeza de que era impossível vencer em condições tão desfavoráveis, e quase esgotadas as munições, Fidel deu a ordem de retirada para a fazenda Siboney, de onde se dirigiriam para a serra Maestra, a fim de continuar a luta nas montanhas. A terça parte do comando conseguiu reunir-se de novo e, com as poucas armas e parque que lhes restava, ocuparam o topo da Gran Piedra. Na base ficou o exército.

Fidel relata em sua alegação de autodefesa conhecida como A história me absolverá: «Nós nem podíamos descer nem eles resolveram subir. Não foram, pois, as armas; foram a fome e a sede as que venceram a última resistência».

Por seu lado, o exército atirou-se como uma fera raivosa contra a população indefesa de Santiago de Cuba. A ordem vinda de Havana era a de liquidar dez prisioneiros em cada soldado morto; a chacina não demorou. «Os feridos foram tirados dos hospitais privados, até das próprias mesas de operações e mortos logo depois», denunciou Fidel.

Empregaram em vão a tortura, em troca da traição; machucaram testículos e extraíram olhos, mas nenhum delatou. «Mesmo que lhes tinham tirado seus orgãos genitais, continuavam sendo mil vezes mais homens que todos seus carrascos juntos», expressou Fidel no julgamento. Além do mais, relatou que eles, ao já não poderem enfrentar o valor dos homens, então experimentaram com as mulheres: «Com um olho ensangüentado nas mãos se apresentaram no calabouço, onde se encontravam Melba e Haydée, e dirigiram-se à útima, dizendo-lhe: «Este olho é de seu irmão, se você não diz o que ele não quis dizer, então vamos lhe tirar o outro», ao qual ela respondeu: «Se vocês lhe tiraram um olho e ele nada diz, eu direi muito menos».

A maioria dos sobreviventes foram julgados entre 21 de setembro e 5 de outubro, condenados e levados à cadeia. Posteriormente, em apenas quatro horas, em 16 de outubro, teve lugar o julgamento mais importante da história de Cuba. O réu, Fidel Castro, assumiu sua própria defesa, toda uma demonstração de rebeldia e denúncia, que constituiu o programa de luta da Revolução.

As idéias de José Martí ganharam vigência com a ação do Moncada, que significou o início de um novo período na luta e foi a semente da Revolução, que germinou seis anos depois.

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