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Date Posted: 20:02:09 06/14/06 Wed
Author: Eliane Caldeira
Subject: Semana 14

Liste os pontos que você considerou mais interessante nesses dois textos.
* Revisitando algumas orientações didáticas dos Parâmetros Curriculares Nacionais
"Cada aluno é sujeito de seu processo de aprendizagem, enquanto o professor é o mediador na interação dos alunos com os objetos de conhecimento". (PCN;1998:93)
Essa declaração é de importância inquestionável nos dias atuais e parece ser bem aceita no meio acadêmico como algo realmente consolidado. No entanto, essa consolidação ainda não passou da teoria. Podemos facilmente perceber esse fato observando algumas escolas onde alunos são proibidos de trilhar seu próprio raciocínio sendo obrigados a obedecer à fórmulas e regras que quase sempre não precisam ser usadas. Acredito que muito ainda deve ser feito no sentido de mudar essa “tradição” nas práticas de ensino dos professores de hoje.
Esse pensamento (citado acima) provoca a violação do direito do aluno de se desenvolver dentro de seu próprio mundo, criado por ele mesmo seguindo a sua natureza. Habilidade citada em “Ao se privilegiar a interação contínua em sala, o conhecimento prévio do aluno e suas experiências, o professor estará, ao mesmo tempo, estimulando a autonomia de seu aluno...” que é impossibilitada porque a “interação” só acontece em um sentido, a do professor para o aluno.
A questão de existir limites para a autonomia do aluno também é muito interessante, pois dessa forma ele tem a oportunidade de saber a trabalhar em conjunto e a entender as diferentes habilidades de cada pessoa além de criar espaço para que ele saiba que ele não controla os procedimentos em sala, mas sim, o seu próprio aprendizado.

* Quando Menos É Mais - A Autonomia Na Aprendizagem De Línguas

A leitura do segundo texto me surpreendeu pela simplicidade e clareza das idéias. O autor traz à tona questões “mascaradas”, nunca antes expostas (eu pelo menos nunca havia me deparado com uma análise tão psico-filosófica de coisas do meu dia-a-dia profissional) de maneira brilhante.
Todo o texto é importante na minha opinião, mas citarei somente alguns pontos. A citação de Marta Kohl me fez lembrar do meu próprio aprendizado, onde realmente não existia um professor como mediador mas sim um ambiente mediador e facilitador para o meu aprendizado de inglês que eram filmes, musicas, revistas etc: “A presença do outro social pode se manifestar por meio dos objetos, da organização do ambiente, dos significados que impregnam os elementos do mundo cultural que rodeia o indivíduo.”
“Aprender uma língua estrangeira requer algumas aptidões que alguns alunos não têm, incluindo, por exemplo, tolerância à ambigüidade, que é uma espécie de capacidade de conviver com a insegurança”. Isso é exatamente o que venho tentando explicar aos meus alunos, sem sucesso é claro. A tendência geral é a de que os alunos não querem arriscar aprender alguma coisa que pode não funcionar sempre.
Ao dizer que o empenho é fundamental quando se fala em autonomia, o autor me faz lembrar de que como é penoso fazer na aula tradicional com que os alunos se empenhem. Não sei se estou correta, mas ao meu ver isso não só justifica o mau desempenho dos alunos, mas, justifica a má conduta do professor em sala. A palavra certa não é justificar mas sim, a expressão “servir como desculpa” para a falta de sucesso do aprendizado. Não digo isso porque deveríamos sempre obter sucesso, mas porque muitas vezes tudo o que falta é o professor acreditar mais em seus alunos: “Faz-se de conta que se ensinou e faz-se de conta que o aluno aprendeu”.
Sobre o fato de o currículo ser algo em sua maior parte guiado sendo o aluno pouco ativo nessa escolha, acho que isso realmente deve ocorrer. O limite deve existir, como foi comentado no primeiro texto, para que o aluno (até então “perdido” num universo de escolhas) possa se situar em terreno firme para a partir daí reger o seu aprendizado.
Mais uma idéia simplismente fantástica: “Meus alunos têm que saber mais do que eu. Uma geração tem a obrigação de ir além da geração anterior. Caso contrário não haverá evolução”. Esse texto mostra a aprendizagem autônoma sob um ponto de vista muito diferente do tradicional. Pois é exatamente isso, o rompimento com o tradicional que leva ao sucesso na aprendizagem segundo o autor, e é o que nós professores da nossa geração devemos buscar.

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