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Date Posted: 16:03:41 06/15/07 Fri
Author: Cristina (Pasárgada)
Subject: Manuel e Millôr

Os textos escolhidos para analisar para o trabalho sobre Tradição e Modernidade foram:Pasárgada,poesia de Manuel Bandeira (que é um poema conhecido,consagrado,um canône) e uma releitura do mesmo poema realizada por Millôr Fernandes.Manuel Bandeira é da Primeira Geração Modernista e sua característica é uma linguagem renovada ao falar do cotidiano.As lentes líricas de Manuel Bandeira transformam cenas banais do dia-dia em poesia "é o olhar terno para o cotidiano".Segundo o próprio autor, o poema "veio" na sua primeira vez,na adolescência quando traduzia textos em latim e nestes textos Ciro estava construindo uma casa de veraneio e o nome era Pasárgada,que significa campo dos persas.Então sua imaginação começou a tentar criar este lugar,como seria Pasárgada.Mas foi na vida adulta,cansado da vida,vindo do trabalho que o autor falou :"Vou-me embora pra Pasárgada!" e o poema veio inteiro.A Pasárgada de Manuel Bandeira é uma cidade imaginária que o eu- poético idealiza como um lugar perfeito e onde tudo pode ser realizado. A voz que fala está desapontada,sem esperanças e cansada da sua realidade e usa a fuga para o seu imaginário onde fica uma cidade em que todos os seus desejos serão realizados.Em Pasárgada o eu-poético é amigo do rei,a autoridade maior do lugar e consequentemente tudo que quiser ou que desejar estará ao seu dispor,pois no verso "Aqui eu não sou feliz" fala claramente que no mundo real é infeliz.A ausência de leis ou regras a cumprir,a liberdade sexual para ter a mulher que quiser e "um processo seguro contra concepção" refletem o desejo de realizar coisas que no seu "mundo" real não são possíveis.Bem como o uso de drogas "à vontade",é mais um desejo que só em Pasárgada pode ser realizado.E ainda há a referência dos crontraceptivos que funcionam e portanto não há motivos para preocupação com gravidez indesejada em Pasárgada.Outro fato interessante é o fato do eu-poético tratar de forma idílica as prostitutas no verso "pra gente namorar",temo só usado para as "moças de família",é como se fosse uma forma de respeito também.Tudo é tão subversivo em Pasárgada,que o parentesco também "quebra sua ordem" e Joana a Louca da Espanha é a contraparente da nora que ele nunca teve!A rainha espanhola Joana,era uma mulher a frente de seu tempo,inteligente,ousada,que não se conformava em ficar sem fazer nada,queria governar,realizar coisas...E ainda amava seu marido,o rei Felipe "O Belo",e demonstrava isso em uma época de casamentos arranjados para juntar fortunas,não era comum e até "loucura" demonstrar amor.Outra "imagem" existente no poema é a infância do autor que foi privado da liberdade das brincadeiras infantis e em Pasárgada ele realiza o sonho de tomar banho de rio,banho de mar,subir em pau-de-sebo,montar à cavalo e ouvir as histórias de Rosa,sua babá,que é homenageada no poema.E quando estiver triste,com vontade de se "matar",há a fuga para Pasárgada,lá tudo é possível,lá "sou amigo do rei".A Pasárgada de Millôr Fernandes é o retrato do desencanto com a situação política e econômica brasileira,pode-se afirmar que o autor fala do Brasil devido a semelhança dos fatos narrados com os problemas do nosso país.No primeiro verso do poema,que também é o título,em vez do eu-poético ir para Pasárgada,seu desejo é de ir embora de Pasárgada.E então se inicia o poema com a crítica social a esta cidade imaginária que é a representação do pessimismo diante da realidade da vida.Após o primeiro verso,que é a repetição do título do poema, o eu lírico afima que é inimigo do rei,informação contrária ao poema de Manuel Bandeira.E ser inimigo do rei significa também não aprovar as atitudes desta pessoa,no caso,pode-se entender que a referência é feita ao presidente do país,que é a nossa autoridade máxima.Nos versos seguintes em que o eu-poético afirma que a existência é dura,as elites são senis e que não tem e nem nunca terá nada do que deseja,podemos confirmar o seu sentimento de revolta e pessimismo diante da situação caótica de Pasárgada.No verso "Aqui não sou feliz" que é o mesmo verso de Manuel Bandeira em Pasárgada,mas há a diferença de sentido atribuído que para um significa a realidade com a perspectiva de ser feliz em Pasárgada e para o outro o eu-poético é a realidade do seu sentiemnto e sem ter nenhuma opção de fuga para a felicidade.A rainha espanhola Joana,no verso de Millôr Fernandes,mesmo com toda sua "loucura" é mais "coerente do que os donos do país".O contexto social brasileiro é denunciado no poema ao se referir,também,na forma como a polícia age "baixando o pau",ou seja,com violência,o exercício que o trabalhador tem tempo para fazer é nos velhos trens,lotados,a caminho e na volta do trabalho.A voz que fala está angustiada que fala está cansada do país em que tudo a revolta,sem esperança,que já comprou ida sem volta e diz "Aqui não quero ficar",não tem nada,nem mesmo a recordação.Está muito claro seu sentimento e o que quer dizer,não há metáforas ou outro meio de disfarçar o que quer transmitir,o poema é muito objetivo.E a outra crítica sociaal que há no texto poético é sobre a alta taxa de natalidade,a falta de planejamento familiar que é uma das causas do aumento desordenado da população.O Estado não conseque alimentar,abrigar e educar tanta gente.E é nos versos "Nem a fome e doença,Impedem a concepção" que estes fatos podem ser relacionados.E ainda fazendo uma comparação entre o poema e a realidade brasileira e atè mundial,o telefone não telefona:como está sendo o serviço prestado pelas operadoras de telefone fixo e movél?
Não é atual esse tema?E preços altos,linhas cruzadas,clonadas,fora de área...
No verso "A droga é falsificada" é também um fato conteporâneo que se confirmana imprensa escrita , televisiva e outras fontes que atualmente falsifica-se inclusive drogas,que são misturadas com produtos químicos para render,não há mais droga pura.
Em se falando de prostitutas aidéticas é outro retrato atual.
A exspasão do vírus da aíds,que embora não tenha mais tanta vez na mídia, está aí e é preocupante.E mesmo assim, a "geração do ficar"
não pareçe preocupada com isso.
Finalizando,a tentativa de interpretar um poema claro como este,perçebemos as características contemporâneas no texto de Millôr Fernandes,com a presença da crítica social e humor sarcàstico para denunciar os problemas sociais e políticos que presençiamos nessa época de mensalão,juízes presos,memórias de Bruna Surfistinha,cracolândia,chacinas...
O autor está ou não está falando da realidade?

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