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| Subject: Re: Conversões recentes | |
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Author: Nacionalizando |
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Date Posted: 4/11/08 15:11:57 In reply to: Fernando Penim Redondo 's message, "Conversões recentes" on 31/10/08 1:34:46 O capitalismo “ferido de morte” em 1975 Costuma dizer-se que a história é escrita pelos vencedores. João Paulo Guerra E os vencedores militares do 11 de Março de 1975 escreveram na folha oficial, em 14 de Março de 1975, que havia que tomar “medidas imediatas no campo do controle efectivo do poder económico”, em defesas dos “superiores interesses da Revolução”. Este era um ponto do preâmbulo do decreto-lei 132-A/75 que decidiu e promulgou a nacionalização das instituições de crédito, com pequenas excepções. Mário Soares, líder do PS, comentou num comício do PS, no Porto, no dia 19 de Março: “O capitalismo foi ferido de morte”. A nacionalização da banca, decretada pelo Conselho da Revolução nascido do 11 de Março, foi uma decisão bem recebida na generalidade. A Intersindical considerou que assim ficavam criadas condições “para o saneamento da economia nacional” e a CIP comprometeu-se “perante o MFA e o Governo a prestar a sua leal e completa colaboração”. O PS declarou que a nacionalização da banca abria caminho para “uma sociedade nova em Portugal” e o PDD alertava para que a nacionalização não se limitasse a “substituir um capitalismo por outro”. E até o PPM considerava que nacionalizar não bastava: era necessário “comunalizar a banca”. O PCP dizia apenas que a medida “se estava tornando indispensável”. E no comício do Porto, Mário Soares reclamava que após as nacionalizações “o próximo patrão” fosse “o poder dos trabalhadores”. À nacionalização da banca, seguiram-se os seguros e depois muitos outros sectores da economia. No total foram nacionalizadas directamente 253 empresas e muitas outras por via indirecta: ao todo seriam 1.022, segundo dados divulgados por António Sousa Franco em 1979. Diz a lenda que até foi nacionalizada uma barbearia da “baixa” de Lisboa. E com o programa de nacionalizações, depois consagrado como “irreversível” na Constituição de 1976, foi para o caixote do lixo o Programa de Política Económica e Social elaborado por uma equipa ministerial e apresentado ao País cerca de duas semanas antes do 11 de Março de 1975 pelo ministro Melo Antunes. Elaborado ao longo de duas semanas por um grupo de trabalho reunido num hotel em Sesimbra, o Programa juntava os contributos dos ministros das Finanças e da Economia, Silva Lopes e Rui Vilar, de Vítor Constâncio, secretário de Estado do Planeamento, e de Maria de Lurdes Pintasilgo, ministra dos Assuntos Sociais. O Plano avançava propostas de intervenção do Estado, sem medidas concretas que pusessem em causa a propriedade privada dos meios de produção. O que pecaria por defeito, na óptica dos que queriam “ferir de morte” o capitalismo. O que ao tempo ninguém contestava era a necessidade da intervenção e controlo do Estado numa ec [ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ] |