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Subject: Conversa à mesa do café sobre a Crise Financeira - I | |
Author: Guilherme da Fonseca-Statter |
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Date Posted: 17/09/08 14:59:41 Num apontamento anterior tive já ocasião de avançar com um esboço de contributo para a compreensão das crises que vamos presenciando, quer se trate do aumento dos preços de algumas matérias-primas (a começar pelo petróleo), quer se trate das falências de grandes instituições financeiras. As explicações são mais que muitas e vêm de diversos quadrantes. No caso das muito badaladas falências de algumas grandes instituições financeiras, as explicações convencionais que nos são oferecidas falam sobretudo da má gestão das instituições financeiras que actuavam sobretudo no mercado hipotecário “pouco seguro”, com “poucas garantias” ou de subprime. Essas mesmas explicações referem também por vezes os elevados (exagerados) ordenados e prémios de “gestão” auferidos pelos executivos desses bancos. No que diz respeito às explicações vindas dos sectores críticos ou radicais, as mesmas são quase sempre sobre a “falência do sistema capitalista”, assumindo, provavelmente, os seus autores que os leitores estão familiarizados com os mecanismos do dito cujo sistema capitalista. No caso concreto da falência das instituições financeiras ligadas ao crédito hipotecário, por vezes, encontram-se também referências ao aumento das taxas de juro, em particular a partir do terceiro (ou quarto, ou quinto...) ano de vigência da hipoteca. Esse aumento das taxas de juro levaria ao aumento natural das prestações mensais que passariam a estar para lá da capacidade de pagamento das famílias que se tinham endividado para comprar casa. Mas as explicações convencionais são geralmente omissas no que diz respeito à origem, ou de onde é que vem aquele dinheiro todo (o excesso de liquidez) que levou os bancos agora falidos, ou nacionalizados, a promover, activa e entusiasticamente, a venda de hipotecas para a compra de casas. Por outras palavras, os analistas convencionais não se interrogam sobre o origem do “excesso de liquidez”. Esse “excesso de liquidez” aparece no sistema como que por “obra e graça do Espírito Santo”. Pois... Passe o trocadilho! Num modelo simplista, uma parte daquele “excesso de liquidez” vem dos nossos “fundos de pensões”. Dinheiro que é nosso - dos cidadãos comuns - que é entregue a bancos e/ou companhias de seguros e que é suposto ser devolvido anos mais tarde – por ocasião da reforma de cada um de nós – para então ser gasto em consumo. Ainda a respeito das origens do “excesso de liquidez”, o que também fazem alguns críticos do sistema, é referir o facto de os bancos poderem “criar dinheiro a partir do nada” (“out of thin air”, como dizem os Ingleses...), sendo essa uma outra parte do dito cujo “excesso de liquidez”. A esse respeito é de assinalar que sempre foi assim. Ou seja, os bancos sempre puderam “criar dinheiro a partir do nada”. Em rigor, essa “criação de dinheiro a partir do nada” (que resulta da abertura de contas por concessão de empréstimos), faz parte da lógica regular do sistema, é suposta ser a contrapartida do mérito (ou crédito) da reputação pessoal e profissional da pessoa ou entidade a favor de quem um banco “abre uma nova conta a crédito”, e está razoavelmente regulamentada em todos os países. Como é evidente, o comportamento irresponsável por parte de alguns executivos bancários, assim como alguma distracção por parte das autoridades de controle e inspecção monetária, pode levar a “criar dinheiro a mais” (que acabará por se “evaporar” na medida em que corresponda a “créditos mal parados”). Mas, como se assinala mais acima, “isto” sempre foi assim e, por essa razão, embora ajude, não será este “aumento irresponsável” de concessão de créditos que será a causa principal da crise. Ou melhor, o que importaria aqui seria antes procurar saber porque razão ocorre aquele “aumento irresponsável” da concessão de crédito. [ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ] |
Subject | Author | Date |
Conversa à mesa do café sobre a Crise Financeira - II | Guilherme da Fonseca-Statter | 17/09/08 15:06:53 |
A crise é, no essencial, uma mudança de mãos | Fernando Penim Redondo | 17/09/08 15:19:01 |
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