Author:
Jorge Nascimento Fernandes
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Date Posted: 01:12:54 08/23/02 Fri
Um livro importante - Marxismo e Globalização
Caros Amigos do Fórum
Parece que sou o único que está em Lisboa a trabalhar. Este fórum está um marasmo. A partir do momento que o Fernando introduziu a palavra passe houve um conjunto de intervenientes, de uma certa banda, que abandonaram o barco. Quanto aos outros, provavelmente estão de férias. Há mais de 24 h que ninguém intervém neste fórum.
Aproveitando este marasmo resolvi intervir, lançando algumas pistas.
1 - Sempre achei que este fórum era um espaço de diálogo entre camaradas ou amigos que se respeitavam e que trocavam algumas opiniões entre si, tentando elevar a discussão teórica dos comunistas a um patamar um pouco mais alto do que aquele que nos era proporcionado no Partido.
Também acho que este fórum, dado o caracter informal de que se reveste, poderia permitir intervenções mais personalizadas, que retirassem às intervenções o carácter formal de artigos ou textos de intervenção. Nesse aspecto, sempre antecedi os meus textos de alguns considerandos impressionistas sobre o fórum ou sobre as pessoas que nele intervêm.
Quanto à palavra passe, achando que ela é necessária, invalida as opiniões contraditórias, que, no entanto, pelo que se viu até há data, são meros chorrilho de insultos, incapazes de formular uma ideia.
2 - Quanto ao conteúdo, tenho algumas sugestões, na continuação daquelas que o Fernando tentou lançar, mas pelo que eu percebi tiveram pouco êxito. Acho igualmente que é pura ficção continuar a chamar a este fórum "Do XVI ao XVII Congresso do PCP", visto que este título não corresponde já ao que está a ser debatido.
Parece-me que tentar lançar temas específicos como "Novos Princípios para o PCP" não atrai muito os intervenientes e que aquilo que ainda continua a provocar interesse é este modelo de lançar temas e depois continuar a discuti-los, nem que seja utilizando uma pequena frase, ao longo dos dias.
Deste modo, continuo a propor a manutenção deste fórum, com outro nome, que corresponda mais àquilo que aqui se debate, com temas diversos, mas também a notícia de imprensa ou a reprodução de artigos de jornal, que podem ser objecto de comentários. Não me repugnaria nada que, por exemplo, o artigo do Pacheco Pereira sobre o vazio da esquerda fosse aqui reproduzido para ser comentado pelos camaradas, ou mesmo o do Mário Soares, sobre a necessidade da esquerda.
3 - Acho, no entanto, e isto é assunto que deixo á reflexão do Fernando, que se poderia fazer qualquer coisa como, por exemplo, o Resistir.inf, que é semelhante aos nossos "Textos/Documentos", simplesmente com outra apresentação gráfica. Daria a ideia de uma pequena revista, onde os camaradas e amigos pudessem escrever os seus artigos ou onde igualmente fosse possível incluir traduções de artigos estrangeiros. Sei que isto é um pouco utópico, que exige muito mais trabalho, mas penso, apesar de não dominar estas técnicas da Internet, que seria possível.
4 - Por último, gostaria de fazer uma sugestão de leitura.
Durante muito tempo foi feita aqui propaganda ao livro do Lucien Sève, "Começar pelos Fins". O José Braz parece que o chegou mesmo a transcrever para os "Textos/Documentos". Há tempos, numa resposta, parece-me que à Margarida Martins, afirmei que o livro poderia ser considerado um pouco "esquerdista", o José Braz, confundiu o autor desta afirmação e atribuiu-a a outrem.
Quanto a mim, que já várias vezes o comecei a ler, mas que, por uma ou outra razão, não cheguei ao fim, não me convence lá muito bem a ideia de que o mal da situação teórica dos partidos comunistas seja de que em vez de defenderem a construção do socialismo, como primeira etapa da edificação da sociedade comunista, deveriam lutar já, baseados em alguns textos de Marx, pelo comunismo. Sei que simplifico, mas ando a prometer a mim próprio ler o livro até ao fim para o poder comentar aqui no fórum.
Mas, não foi para dizer mal do livro do Sève que eu queria intervir. É que comecei a ler hoje e já o tenho quase todo lido um livro de Ronaldo Fonseca, um autor brasileiro radicado em Portugal, que se chama "Marxismo e Globalização", e que, tal como o do Sève, é editado pelo "Campo das Letras". Este livro é, quanto a mim, muito mais interessante, apesar de abordar assuntos um pouco diferentes.
Todos aqueles temas que temos estado aqui a discutir são ali abordados, incluindo a crítica às teses defendidas pelo Fernando. Num capítulo dedicado à globalização é dito isto:
"Os ideólogos da social-democracia/neoliberalismo, os ex-marxistas a ela convertidos e os "pós-modernos, tentam apresentar a globalização e as novas tecnologias da "revolução informacional" como superadoras do próprio sistema capitalista. Mesmo os que criticam as visões apologéticas do sistema, postulam que os referidos factores deram nascimento a um novo sistema global e qualitativamente diferente, já não mais baseado na produção de mais-valia, na exploração do trabalho humano....". E mais adiante, a propósito de um texto de Marx, que eu aqui não reproduzo, por ser uma extensa citação: "Só por manifesta falta de familiaridade com os textos de Marx é que se poderia daqui extrair conclusões no sentido de automatismos ou determinismos tecnológicos como factores unilaterais conduzindo por si só a um modo de produção e a uma formação social diferentes".
Sei que estes textos retirados do seu contexto não dizem nada, nem o Fernando se pode enquadrar nas classificações acima reproduzidas, recomendo, no entanto, a leitura deste capítulo, pois poderá dar resposta a algumas das interrogações que os textos do Fernando, relativos ao digitalismo, podem pôr.
Desde já recomendo, e possivelmente elaborarei uma notas a propósito, o capítulo "Reflexões sobre as causas da desagregação da URSS".
O texto já vai longo, novas opiniões ficarão para outra altura.
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