| Subject: Olha que não (2) |
Author:
Fernando Redondo
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Date Posted: 21:24:51 08/30/02 Fri
In reply to:
Jorge Nascimento Fernandes
's message, "Perspectivas pessoais" on 15:31:42 08/30/02 Fri
Caro amigo Jorge,
Parece-me que interpretaste mal, eu não fiquei "ofendido" por tu dizeres que eu só conhecia as pequenas empresas (no entanto reconheço que tens uma certa propensão para as gaffes).
Achei,isso sim, que valia a pena explicar o tipo de experiência profissional que está por trás das opiniões que expresso.
Já é mais grave tu induzires, sem o afirmar, que as minhas afirmações têm a ver com a "absolvição" dos capitalistas.
Isso já é grave e não corresponde à verdade.
Em tudo na minha vida prefiro encarar as realidades e evito enganar-me a mim próprio. Se estiver na "merda" não dixarei de o reconhecer com o intuito de o superar.
Admito que as minhas experiências tenham um cunho pessoal mas, apesar de tudo, valerão mais do que a total inexperiência.
Repito, com outras palavras, aquilo que já disse: quem não percebe o "modus operandi" nas empresas não só terá mais dificuldade em combater o patronato como, com grande probabilidade, será incapaz de convencer os trabalhadores.
Ao dizer isto não estou a fazer qualquer desculpabilização dos capitalistas; aquilo que o Marx disse sobre a exploração capitalista é para mim muito claro, mesmo quando tento adaptar a análise a situações inexistentes no tempo de Marx.
Isto é uma questão quase técnica, ou se sabe do que se está a falar ou não se sabe.
Apesar de muitos casos de incompetência, encontrei nas empresas inúmeros profissionais com valor.
Infelizmente foram muito mais raras as pessoas de qualidade que encontrei no PCP em cargos de responsabilidade.
Continuo a achar que temos que adoptar uma atitude de grande rigor sem a qual se tornará impossível conquistar os quadros técnicos cujo número não cessa de crescer.
Este mau hábito de pensar que a defesa dos trabalhadores desculpa qualquer dislate, de caricaturar o patronato e os seus comportamentos/motivações de forma primária, nunca poderão permitir uma imagem credível junto dos estratos mais importantes dos trabalhadores assalariados.
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