Subject: Informação e conhecimento |
Author:
Gonçalo Valverde
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Date Posted: 11:54:30 08/12/02 Mon
In reply to:
Fernando Redondo
's message, "Digitalismo - a moeda da informação" on 12:53:17 08/10/02 Sat
>Só não estou de acordo quando dizes que se trata
>apenas de uma questão de quantidade e de velocidade
>(até porque a quantidade acaba por redundar em
>qualidade, não é?).
Não forçosamente. A acumulação de informação não é automaticamente igual á acumulação de conhecimento. Posso ter muita informação (e se reduzirmos tudo a bits, então tudo pode ser considerado como informação) mas a mesma ter pouca qualidade. Alias, voltando novamente á questão da Internet, ela é um exemplo disso mesmo. Posso passar dias a utilizar a mesma e a extrair muita informação , e no entanto a qualidade da mesma ser praticamente 0. De facto o advento da sociedade digital traz em si mesmo a potencialidade de transformar esse maior acesso a informação em conhecimento, no entanto á semelhança de um grave que detem energia potencial por estar no topo de um monte mas cuja energia potencial só se transforma em energia cinética se algo perturbar o seu equilibrio, essa transformação de conhecimento potencial em efectivo só ocorre se existir algo (neste caso a assimilação e compreensão do conhecimento)
>Também não concordo quando pareces considerar que os
>meios de comunicação não têm nada a ver com produção.
Possivelmente expressei-me mal. Não penso que o meios de comunicação sejam totalmente separados dos processos de produção. O que penso isso sim, é que foram apenas catalizadores da aceleração de uma transformação que já estava a decorrer, ou seja a transformação em mercadoria de serviços e bens que até recentemente não eram encarados como tal. Já antes do advento da informática e da teoria da informação se assitiu a uma mercadorização de coisas como os cuidados de saude, dos livros e do cinema (os quais em ultima analise são informação), e de produtos de outras actividades que não eram mercadorias.
É um facto que os meios de comunicação fazem parte do processo produtivo, e que o seu desenvolvimento está em parte subjacente ao mesmo. No entanto os mesmos meios de comunicação também têm outras utilizações paralelas ás do processo produtivo, e alguns nem foram criados com o objectivo de ajudar ao processo produtivo.
>Como dizia um autor que não consigo recordar a
>digitalização fez com a informação aquilo que o
>dinheiro fez com as mercadorias, encontrou um
>referencial comum para todas as formas de informação.
>Hoje representamos da mesma forma texto, imagem, som,
>etc.
Penso que o que se assiste cada vez mais é á transformação da informação em mercadoria, e por outro lado á transformação do dinheiro em informação, o que parece ser uma dicotomia interessante, pois sendo o dinheiro uma forma de representação do valor de uma mercadoria, e tendo subjacente em si mesmo uma mercadoria, e sendo a informação cada vez mais uma mercadoria, poderá de facto encarar-se que o dinheiro poderá também ser uma representação dessa mesma informação
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