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Subject: Meios de produção qualitativamente diferentes


Author:
José Braz
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Date Posted: 13:10:47 08/10/02 Sat
In reply to: Gonçalo Valverde 's message, "Meios de comunicação e meios de produção" on 09:49:02 08/10/02 Sat

A tentativa de ver os meios de comunicação como uma categoria paralela (e não justaposta) aos meios de produção é interessante na medida em que me ajuda a trazer “à baila” uns tantos conceitos, já velhinhos e com barbas mas sempre interessantes.

Um dos aspectos mais interessantes do texto do(s) Redondo(s) é precisamente apontar o (quanto a mim) facto de os meios de comunicação serem hoje uma das variadissimas formas dos variadissimos meios de produção. (se para os pensadores “Marxistas” isto ainda não é claro … para os restantes isto já nem é passível de discussão :-)

Desde sempre que os meios de comunicação estiveram intima e indissociavelmente ligados ao processo produtivo, e não apenas enquanto meio de distribuição dos productos: se os rios já eram na pré-história uma via preveligiada de disseminação de uma “cultura” de produção de artefactos de pedra-lascada, desde a roda às estradas de macadame da revolução industrial o processo de indissociabilidade entre meios de comunicação e meios de produção só se intensificou.

E mais uma vez aqui está um dos trunfos da dialética materialista: através de inumeráveis mudanças “quantitativas” dos meios de comunicação, estamos hoje perante meios de comunicação qualitativamente diferentes: eles já não são mais algo de autónomo em relação aos “meios de produção” mas fazem já parte integrante dos mais normalíssimos e banalizaddissimos meios de produção. Apenas do trabalho intelectual? Não! de todas as formas de trabalho.

Creio que aqui a Rosa e o Fernando têm razão: eles são essencialmente potencializadores do trabalho criativo, permitindo, por outro lado, excluir o ser humano do trabalho não criativo. E á medida que o trabalho criativo for ganhando peso no processo de produção, a realidade dos meios de comunicação enquanto meios de produção só continuará a crescer.

Só para dar um exemplo. O actual sistema de produção/comercialização de um conceitualizadíssimo fabricante alemão de automóveis funciona na seguinte base: o Sr. João entra no concessionário, senta-se ao lado do “vendedor” e ambos frente ao computador, o Sr. João começa a escolher o modelo do automóvel com os mais variados extras: nº de portas, ar condicionado “sabex f321”, autorádio com leitor de cd’s “volmex zxpto”, jantes de liga pesada etc etc … e o vendedor vai introduzindo os dados no sistema de informação global da empresa … terminada esta fase do processo de produção/comercialização o “vendedor” prime enter, o sistema de informação escolhe a fábrica onde o modelo pode ser fabricado com o mínimo de custos (fabrico/transporte etc etc) e envia para essa fábrica a “encomenda”. Alguns dias mais tarde o carro do Sr. João começa ser fabricado, na mesma linha de montagem em série onde estão a ser montados por dia outros 400 carros, e á medida que o “chassis” do Sr. João vai passeando pela linha de montagem, quando chega a altura de “montar” as jantes o “montador” nem tem que se preocupar em escolher quais as jantes para aquele chassis: são as que o robot de aproximação lhe poem em frente à roda … o mesmo com o rádio, com as portas com a pintura etc etc.

Num processo de produção deste tipo parece-me dificil definir uma fronteira que separe o computador do concessionário, o sistema de informação global da empresa, as redes de fibra óptica, a intranet da empresa, os robots da fábrica comandados pelo sistema de informaçãpo global da empresa em meios de produção ou de comercialização ou de comunicação: todos eles estão integrados num processo produtivo único: e mais uma vez, uma série de mudanças quantitativas no processo produtivo acabaram por conduzir a um outro processo produtivo qualitativamente diferente.

Vou mais longe, onde é que está a fronteira entre sector secundário ou terciário na função do vendedor? Ele está ou não a participar activamente no processo produtivo ao “definir ao Segundo” o momento em que o “robot” pega nas jantes do carro do Sr. João para serem aparafusadas pelo montador de bata branca? Onde está essa fronteira no “operário” que monta as peças no chassis? Confesso que aqui ainda deixo a pergunta em aberto.

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uma unica realidade deixará de existir em breve?paulo fidalgo11:34:32 08/13/02 Tue


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