Subject: Não há comunismo sem Estaline |
Author:
José Estaline
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Date Posted: 00:04:50 08/07/02 Wed
In reply to:
Dolores Ibarruri
's message, "Edgar Correia ao Público" on 23:26:21 08/06/02 Tue
Não vale a pena virem com essas pseudo inovadoras opções de esquerda.
Não há comunismo sem o camarada José Estaline.
Pelo menos esta é a ideia que nos fica dos comunicados e das tomadas de posição dos camaradas que, felizmente, ainda estão na direcção do PCP.
Senão vejamos:
- Combate aos denominados renovadores, com a consequência das expulsões de pelo emnos 2 e outros que estão na calha (para melhor oportunidade);
- Publicação na imprensa do Partido de textos - porventura já esquecidos - dos gloriosos tempos da URSS de Brejenev (não do traidor Gorbatchev);
- Apelo aos valores tradicionais de uma partido marxista-estalinista - regra de ouro, disciplina férrea, centralismo, etc;
- Domínio dos organismos executivos do Partido por camaradas formados na escola do estalinismo puro, isto é, na escola de formação de quadros organizada como se o PCP ainda estivesse na clandestinidade;
- Tácticas de contra-informação típicas do regime do camarada Estaline;
- Total imobilismo da organização para não ser susceptível de infiltrações trotskistas ou mesmo sociais democratas:
- Desvalorização do papel do Partido nas instituições capitalistas - eleições e outras participações em órgãos do poder burguês;
- Criação de um núcleo duro com capacidade de sobrevivência clandestina, absolutamente isento de qualquer controlo estatutário;
- Assunpção dos ensinamentos do Zé.
Viva Estaline
>A Agenda da Esquerda
>Por EDGAR CORREIA
>Terça-feira, 6 de Agosto de 2002
>
>Continua a fazer sentido recorrer ao referencial
>"esquerda" e "direita", para situar o debate e a luta
>política e ideológica no século XXI em que acabámos de
>entrar, mais de dois séculos decorridos desde a
>Revolução Francesa, na qual esses conceitos surgiram
>pela primeira vez
>
>A reflexão estival de Mário Soares sobre o que é a
>esquerda hoje e o interesseiro e recorrente "remake"
>de Pacheco Pereira sobre a falta de "sentido" de
>dividir o mundo entre a esquerda e a direita vieram
>chamar a atenção nos últimos dias para a vivacidade do
>debate político e ideológico que está a decorrer
>(também entre nós) em torno da crise da esquerda e dos
>principais elementos definidores do seu futuro - do
>âmbito global ao local, das questões de contorno à
>definição de objectivos, das relações a estabelecer
>entre as expressões políticas, sociais e culturais.
>
>Deixemos sublinhada à partida a nossa opção
>fundamental: continua a fazer sentido recorrer ao
>referencial "esquerda" e "direita", para situar o
>debate e a luta política e ideológica no século XXI em
>que acabámos de entrar, mais de dois séculos
>decorridos desde a Revolução Francesa, na qual esses
>conceitos surgiram pela primeira vez.
>
>É evidentemente necessário reconhecer que, ao longo
>deste período, as posições que se foram historicamente
>assumindo como de esquerda, em contraposição com as
>que se foram assumindo como de direita, e
>diferenciadas das de um espaço intermédio e
>historicamente variável ao centro, tiveram
>protagonistas e contornos muito diferentes e assumiram
>distintos objectivos e combates.
>
>Não é difícil de identificar nos ideais da soberania
>popular e da democracia - nos ideais mais do que nas
>suas concretizações - um elemento constitutivo do que
>podemos designar um património comum da esquerda. Mas
>o mesmo já não pode ser dito da necessidade da
>democracia económica que há mais de um século emergiu
>no pensamento socialista, pois ela não só não foi
>assumida de forma idêntica ou convergente pelas
>diversas correntes e movimentos, como essa continua a
>constituir uma dificuldade que se encontra longe de
>estar superada.
>
>O quadro em que ao longo do século XX decorreu o
>debate político e ideológico no seio da esquerda, com
>a confrontação aguda entre correntes que disputavam
>entre si a supremacia e com a emergência da
>globalização, sofreu entretanto uma completa mutação.
>
>A implosão da União Soviética e o fracasso da
>construção do socialismo, nos países de Leste, bem
>como a acentuada perda de influência e de
>atractividade dos partidos comunistas nos países
>ocidentais estão indissociavelmente ligadas à
>derrocada histórica do paradigma comunista-estalinista
>(entendido como concepção de sociedade e de partido
>que prevaleceu entre os comunistas a partir do final
>da década de 20 do século passado) e das práticas
>antidemocráticas a que ele esteve ligado. E
>corresponde a uma alteração sem retorno, que reabre a
>esperança de futuro descortinada por Marx.
>
>Dizem os detractores que não há comunismo para além do
>paradigma comunista-estalinista, e que o comunismo se
>reduz definitivamente ao estalinismo. Esta é, aliás, a
>perspectiva que, sem surpresa, se observa em Mário
>Soares, um homem que percorreu grande parte da sua
>vida política no contexto ideológico da guerra fria e
>dos seus confrontos. E na qual acaba por radicar o
>hegemonismo com que aponta ao PS a "vocação federadora
>de todas as esquerdas", acompanhada pela recomendação
>de "muito diálogo, paciência e [utilização do] terreno
>das lutas comuns".
>
>Em sentido diverso e contrário se empenham muitos
>renovadores comunistas. Sublinham-se aqui três
>aspectos.
>
>Em primeiro lugar, assumindo abertamente a necessidade
>da renovação ideológica, política e organizacional da
>sua causa, retomando sem dogmas o caminho emancipador
>aberto no seu tempo por Marx, Lenine, Rosa Luxemburgo
>e Gramsci, e participando no trabalho de refundação de
>um paradigma comunista para o século XXI, promotor em
>todas as dimensões da vida social das mais avançadas
>formas de vivência democrática, em sintonia com as
>mudanças profundas dos novos tempos.
>
>Em segundo lugar, procurando superar proselitismos
>estéreis e acusações extremadas que marcaram no
>passado as relações entre as diferentes organizações,
>correntes e sensibilidades de esquerda. Empenhando-se
>no desenvolvimento de uma nova cultura política que,
>sem negar o espaço de afirmação própria de cada
>organização ou sensibilidade, e muito menos do debate
>aberto das suas concepções e propostas e da natural
>disputa democrática de espaços de influência, caminhe
>para um novo relacionamento que valorize a diversidade
>de pontos de vista enquanto expressão das
>diferenciações classistas e outras de diferente
>natureza que se desenvolvem na própria sociedade, o
>debate informado e argumentado das questões e a
>incessante procura de terrenos mais largos de
>convergência.
>
>Por último, assumindo a esquerda como o vasto espaço
>de todos os que se situam de uma forma mais ou menos
>crítica em relação às orientações neoliberais, e que
>estão por isso confrontados com um desafio de uma
>magnitude sem precedentes: a necessidade de encontrar
>uma linha de resposta política, económica e ideológica
>para os gravíssimos problemas com que a presente
>globalização está a confrontar todos os povos e nações
>do mundo.
>
>Nesta globalização, importa evidentemente distinguir
>os processos de natureza objectiva, que correspondem a
>necessidades e a realizações de um estádio de maior
>desenvolvimento da humanidade, da subordinação
>crescentemente contraditória desses processos à
>maximização do lucro e à extensão acelerada do domínio
>do capitalismo global, assente nos interesses do
>sector financeiro e numa competição sem limites em
>termos sociais e humanos, cujas graves consequências
>económicas, sociais e ecológicas suscitam apreensões e
>críticas cada vez mais generalizadas.
>
>É um sinal positivo que o debate à esquerda comece a
>não estar confinado à crítica dos malefícios da
>globalização neoliberal (cujo aprofundamento continua,
>sem dúvida, a ser necessário), mas que tenha começado
>a orientar-se para a questão das alternativas, ou
>seja, para a questão dos conteúdos e das orientações
>fundamentais dessa outra globalização que, na
>expressão voluntarista adoptada pelo Fórum Social
>Mundial de Porto Alegre, proclama que "um outro mundo
>é possível".
>
>Progredindo através das diferenças, esta é a agenda
>que se impõe à esquerda
>A Agenda da Esquerda
>Por EDGAR CORREIA
>Terça-feira, 6 de Agosto de 2002
>
>Continua a fazer sentido recorrer ao referencial
>"esquerda" e "direita", para situar o debate e a luta
>política e ideológica no século XXI em que acabámos de
>entrar, mais de dois séculos decorridos desde a
>Revolução Francesa, na qual esses conceitos surgiram
>pela primeira vez
>
>A reflexão estival de Mário Soares sobre o que é a
>esquerda hoje e o interesseiro e recorrente "remake"
>de Pacheco Pereira sobre a falta de "sentido" de
>dividir o mundo entre a esquerda e a direita vieram
>chamar a atenção nos últimos dias para a vivacidade do
>debate político e ideológico que está a decorrer
>(também entre nós) em torno da crise da esquerda e dos
>principais elementos definidores do seu futuro - do
>âmbito global ao local, das questões de contorno à
>definição de objectivos, das relações a estabelecer
>entre as expressões políticas, sociais e culturais.
>
>Deixemos sublinhada à partida a nossa opção
>fundamental: continua a fazer sentido recorrer ao
>referencial "esquerda" e "direita", para situar o
>debate e a luta política e ideológica no século XXI em
>que acabámos de entrar, mais de dois séculos
>decorridos desde a Revolução Francesa, na qual esses
>conceitos surgiram pela primeira vez.
>
>É evidentemente necessário reconhecer que, ao longo
>deste período, as posições que se foram historicamente
>assumindo como de esquerda, em contraposição com as
>que se foram assumindo como de direita, e
>diferenciadas das de um espaço intermédio e
>historicamente variável ao centro, tiveram
>protagonistas e contornos muito diferentes e assumiram
>distintos objectivos e combates.
>
>Não é difícil de identificar nos ideais da soberania
>popular e da democracia - nos ideais mais do que nas
>suas concretizações - um elemento constitutivo do que
>podemos designar um património comum da esquerda. Mas
>o mesmo já não pode ser dito da necessidade da
>democracia económica que há mais de um século emergiu
>no pensamento socialista, pois ela não só não foi
>assumida de forma idêntica ou convergente pelas
>diversas correntes e movimentos, como essa continua a
>constituir uma dificuldade que se encontra longe de
>estar superada.
>
>O quadro em que ao longo do século XX decorreu o
>debate político e ideológico no seio da esquerda, com
>a confrontação aguda entre correntes que disputavam
>entre si a supremacia e com a emergência da
>globalização, sofreu entretanto uma completa mutação.
>
>A implosão da União Soviética e o fracasso da
>construção do socialismo, nos países de Leste, bem
>como a acentuada perda de influência e de
>atractividade dos partidos comunistas nos países
>ocidentais estão indissociavelmente ligadas à
>derrocada histórica do paradigma comunista-estalinista
>(entendido como concepção de sociedade e de partido
>que prevaleceu entre os comunistas a partir do final
>da década de 20 do século passado) e das práticas
>antidemocráticas a que ele esteve ligado. E
>corresponde a uma alteração sem retorno, que reabre a
>esperança de futuro descortinada por Marx.
>
>Dizem os detractores que não há comunismo para além do
>paradigma comunista-estalinista, e que o comunismo se
>reduz definitivamente ao estalinismo. Esta é, aliás, a
>perspectiva que, sem surpresa, se observa em Mário
>Soares, um homem que percorreu grande parte da sua
>vida política no contexto ideológico da guerra fria e
>dos seus confrontos. E na qual acaba por radicar o
>hegemonismo com que aponta ao PS a "vocação federadora
>de todas as esquerdas", acompanhada pela recomendação
>de "muito diálogo, paciência e [utilização do] terreno
>das lutas comuns".
>
>Em sentido diverso e contrário se empenham muitos
>renovadores comunistas. Sublinham-se aqui três
>aspectos.
>
>Em primeiro lugar, assumindo abertamente a necessidade
>da renovação ideológica, política e organizacional da
>sua causa, retomando sem dogmas o caminho emancipador
>aberto no seu tempo por Marx, Lenine, Rosa Luxemburgo
>e Gramsci, e participando no trabalho de refundação de
>um paradigma comunista para o século XXI, promotor em
>todas as dimensões da vida social das mais avançadas
>formas de vivência democrática, em sintonia com as
>mudanças profundas dos novos tempos.
>
>Em segundo lugar, procurando superar proselitismos
>estéreis e acusações extremadas que marcaram no
>passado as relações entre as diferentes organizações,
>correntes e sensibilidades de esquerda. Empenhando-se
>no desenvolvimento de uma nova cultura política que,
>sem negar o espaço de afirmação própria de cada
>organização ou sensibilidade, e muito menos do debate
>aberto das suas concepções e propostas e da natural
>disputa democrática de espaços de influência, caminhe
>para um novo relacionamento que valorize a diversidade
>de pontos de vista enquanto expressão das
>diferenciações classistas e outras de diferente
>natureza que se desenvolvem na própria sociedade, o
>debate informado e argumentado das questões e a
>incessante procura de terrenos mais largos de
>convergência.
>
>Por último, assumindo a esquerda como o vasto espaço
>de todos os que se situam de uma forma mais ou menos
>crítica em relação às orientações neoliberais, e que
>estão por isso confrontados com um desafio de uma
>magnitude sem precedentes: a necessidade de encontrar
>uma linha de resposta política, económica e ideológica
>para os gravíssimos problemas com que a presente
>globalização está a confrontar todos os povos e nações
>do mundo.
>
>Nesta globalização, importa evidentemente distinguir
>os processos de natureza objectiva, que correspondem a
>necessidades e a realizações de um estádio de maior
>desenvolvimento da humanidade, da subordinação
>crescentemente contraditória desses processos à
>maximização do lucro e à extensão acelerada do domínio
>do capitalismo global, assente nos interesses do
>sector financeiro e numa competição sem limites em
>termos sociais e humanos, cujas graves consequências
>económicas, sociais e ecológicas suscitam apreensões e
>críticas cada vez mais generalizadas.
>
>É um sinal positivo que o debate à esquerda comece a
>não estar confinado à crítica dos malefícios da
>globalização neoliberal (cujo aprofundamento continua,
>sem dúvida, a ser necessário), mas que tenha começado
>a orientar-se para a questão das alternativas, ou
>seja, para a questão dos conteúdos e das orientações
>fundamentais dessa outra globalização que, na
>expressão voluntarista adoptada pelo Fórum Social
>Mundial de Porto Alegre, proclama que "um outro mundo
>é possível".
>
>Progredindo através das diferenças, esta é a agenda
>que se impõe à esquerda
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