Author:
Jorge nascimento Fernandes
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Date Posted: 00:39:57 07/12/02 Fri
In reply to:
Jorge Nascimento Fernandes
's message, "Artigo de Pacheco Pereira - Para os ortodoxos lerem" on 23:15:10 07/11/02 Thu
Estampei aqui o texto do Pacheco Pereira (PP) porque ele me parece ser mais significativo do que mil prosas que os defensores da actual Direcção escrevam. A direita, e a direita mais perigosa (PP é hoje um dos seus ideólogos mais conseguidos), aposta nos ortodoxos, veja-se a série de artigos e de editoriais que têm vindo a ser escritos sobre este assunto. Relembro a prosa fascista de um Coronel, no Expresso, os editoriais do DN e do Correio da Manhã, outras declarações e prosas do PP e até um artigo do Barreto.
É interessante verificar que, para além de alguns considerando sobre a física das partículas e outros sobre a comunicação social e os jornalistas, PP utiliza rigorosamente os argumentos da Direcção para dizer que os renovadores não são comunistas e mais, que querem “encontrar outros caminhos depressa”.
Os argumentos se não fossem tristes seriam risíveis, ou seja, no fundo, lamentavelmente, a Direcção do Partido revê-se neles. Segundo PP os renovadores querem abandonar o “centralismo democrático”, o marxismo-leninismo e a referência ao “socialismo real”, por isso, tal como diz a Direcção do Partido, já não são comunistas, serão quanto muito, para o PP, “socialistas comuns”.
No fundo, se o PCP se reduzisse unicamente a estes três conceitos, de facto, já há muito que alguns de nós não seríamos comunistas. Mas a organização do Partido não é só o “centralismo democrático”. O marxismo-leninismo, tal como foi compendiado nos antigos manuais da União Soviética, está morto e enterrado, mas a influência dos clássicos do marxismo é indispensável para agir e actuar na sociedade contemporânea. As referências ao “socialismo real” terão que ser críticas e reformuladoras de uma outra sociedade futura. Tudo isto está escrito e é debatido por uma série de Partidos Comunista contemporâneos e por muitos pensadores marxistas actuais e nada tem a ver com a social-democracia nem com o “socialismo comum”, à PP.
PP e a Direcção do Partido querem que o PCP fique guardo no frigorífico, para que possa ser objecto do estudo para o PP e possibilidade de manutenção dos cargos para a Direcção.
Há outro argumento do PP que reproduz "ipsis verbis" o discurso de encerramento de Carlos Carvalhas na última Conferência, é que a perca de influência eleitoral do PCP é da inteira responsabilidade dos renovadores. Está em boa companhia Carlos Carvalhas.
É evidente que PP não escreve estes artigos inocentemente. Tal como anteriormente, no tempo de Clinton, escrevia uma prosa que parecia de esquerda em relação ao Tribunal Internacional de Justiça, e depois se veio a ver que era a posição de Bush, também, em relação a este assunto, a sua preocupação é evitar a possibilidade de a esquerda no seu conjunto se poder fortalecer com um PCP renovado e não congelado no frigorífico da história, timorato em relação a todas as alianças com as outras forças de esquerda.
Bem te compreendemos oh! Pacheco.
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