Re: tarefa 14; ECONOMIA UM SER VIVO? -- MET�FORAS

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Date Posted: 17:43:09 08/09/03 Sat
Author: Pedro
Subject: Re: tarefa 14; ECONOMIA UM SER VIVO?
In reply to: Azussa 's message, "Re: tarefa 14" on 15:14:33 08/05/03 Tue

Azussa, Prof.a Vera e colega

N�o li a "Carta ao Povo Brasileiro" escrita por Lula no dia
22 de Junho de 2002, mas trecho citado por voc� (�Quero agora reafirmar esse compromisso hist�rico com o combate � infla��o, mas acompanhado do crescimento, da gera��o de empregos e da distribui��o de renda, construindo um Brasil mais solid�rio e fraterno, um Brasil de todos. A volta do crescimento � o �nico rem�dio para impedir que se perpetue um c�rculo vicioso entre metas de infla��o baixas, juro alto, oscila��o cambial brusca e aumento da d�vida p�blica.�)...combate � infla��o acompanhado de ... em companhia de ... isso indicaria , significaria CONCOMIT�NCIA ... em companhia de? ... ou seguida de? Eu acompanho voc� ... pode ter tamb�m o sentido de eu sigo voc�, vou atr�s de voc� ? Qual seria a interpreta��o correta?

Se tiver o primeiro sentido, a politica macroecon�mica do atual governo conflita com esse compromisso expl�cito na Carta, pois a elevada taxa de juros superou as expectativas dos neoliberais mais ortodoxos: o poder executivo elevou a taxa Selic (de remunera��o dos t�tulos p�blicos que o Banco Central vende aos bancos para captar dinheiro para financiar ou refinanciar seu d�ficit or�ament�rio) e isso agravou o quadro de estagna��o e de desemprego. T�cnicamento estamos em recess�o, isto �, segundo dados levantados e publicados dias atr�s pelo IBGE, a produ��o de bens e servi�os caiu no primeiro semestre, fundamentamente em fun��o dessa dr�stica eleva��o dessa taxa b�sica de juros, referencia prim�ria a partir da qual todas as demais taxas de juros se formam, por exemplo, a de cr�dito pessoal, a de cheque especial, a de financiamentos a investimentos, cr�titos � exporta��o, etc.

E � epoca em que o Governo resolveu aument�-la, ainda em janeiro,creio eu, o pr�prio presidente L.I. Lula da Silva usou a met�fora do rem�dio. Citando livremente, disse o seguinte: se temos um filho com febre, damos um rem�dio; se a doen�a persiste, continuamos ministrando o medicamento; ou seja, diante da amea�a de eleva��o da a taxa de varia��o anualizada do indice que mede a infla��o, precisou continuar dando o rem�ido amargo ao doente(taxa de juros) para combater a doen�a (a infla��o). Essa met�fora se liga ao que, na linha lakoviana, � denomidando de met�fora conceitual : ECONOMIA � UM SER VIVO. Teria havido influ�ncia no uso da met�fora o fato de ser m�dico o Ministro da Fazenda (n�o sei se exerceu a profiss�o)?

O Presidente correu o risco de ver-se contestado com sua pr�pria met�fora? ( vou chamar isso de "efeito bumerangue" -o feiti�o voltando-se contra o feiticeiro?)A febre era um sintoma? Por que fazer baixar a febre ao inv�s de tratar das causas? N�o estava errado o diagn�stico?

Ali�s, o rem�dio previsto, de forma implicita, neste trecho da Carta � diferente do diagn�stico do Ministro Palocci: aqui se diz que a infla��o se debela com crescimento econ�mico, que ali�s, � uma tese compartilhada pelo Professor Deputado Antonio Delfim Neto, pleiteando pol�tica de est�mulo �s exporta��es, principalmente uma taxa de c�mbio real por d�lares bem mais elevada do que os atuais 3 reais por d�lar. Tamb�m ha muita gente que diz que d�ficit p�blico se controla com crescimento econ�mico. Bom, as controv�rsias sobre temas econ�micos s�o muitas.

Obrigado pela sugest�o de busca da Carta na �ntegra na web.

Um abra�o para todos, Pedro

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