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Subject: Re: Comunicado «O PCP e um referendo»


Author:
Guilherme Statter
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Date Posted: 18:24:37 09/26/03 Fri
In reply to: João Santos Fernandes 's message, "Comunicado «O PCP e um referendo»" on 23:20:21 09/25/03 Thu

Vamos por partes:
Diz-se a certa altura do Ponto 1>

>Neste quadro, o PCP considera oportuno e útil divulgar
>o seu posicionamento sobre esta questão, sublinhando
>nomeadamente:
>1. O PCP considera que a primeira prioridade no âmbito
>desta importante matéria é ainda a da intensificação
>do debate e esclarecimento e do movimento de crítica e
>de luta visando travar "a perigosa e insensata escalada
>federalista" que o projecto de novo Tratado representa,
>com o objectivo de pressionar o governo português para
>não ser cúmplice dessa escalada e não se vincular às
>orientações e rumos propostos e de fazer repercutir
>nos trabalhos da Conferência Intergovernamental (que
>se iniciará em Outubro e poderá decorrer até Maio de
>2004) a ampla discordância e as sérias preocupações
>que tais orientações causam à escala europeia.
>O PCP sublinha que esta primeira prioridade tem um
>valor intrínseco que é independente de juízos sobre a
>probabilidade de êxito do seu objectivo, uma vez que,
>além do mais, representará sempre uma importante
>contribuição para batalhas posteriores.
Sublinhei (...) aquela "perigosa e insensata escalada federalista".

Pergunto: A que propósito se introduz capciosamente (desculpem lá, mas é o termo que me ocorre) a ideia de que "federalista " é uma coisa insensata e perigosa?... Trata-se, porventura de "newspeak" de modo a fazer com que a palavra "federalista" fique com uma conotação tão negativa como "revisionista", "oportunista" ou outras? Espero que não.
Quanto à "a ampla discordância e as sérias preocupações
que tais orientações causam à escala europeia", atrevo-me a julgar que também se poderia afirmar o contrário: "o amplo acordo e esperança que tais orientações...etc".
Que a actual direcção do PCP seja contra uma União Europeia Federal, é algo de compreensível e que se aceita. Ainda que com estranheza e relutância, até por que isso (esse anti-federalismo), configura um possível nacionalismo deslocado no tempo. Nacionalismo esse que aliás serve, objectivamente, interesses imperialistas bem conhecidos.
Lembro apenas que a maioria dos actuais dirigentes do PCP já o era (ou pelo menos "apenas" militantes), nos idos da antiga URSS. Uma FEDERAÇÂO.
Ou seja, cá para mim, não é a ideia "federalista" que é insensata ou perigosa". Será sem dúvida a deriva neo-liberal e anti Estado Providência que vai lado-a-lado com a "construção da Europa", mas que tem muito pouco a ver com isso.
Pergunto: Não há maneira das forças de esquerda europeias se entenderem para fazer a "ideia federalista" sem a tal deriva neo-liberal?

Quanto aos Pontos
>2. Entretanto, se – como infelizmente...
>3. Esta orientação significa, sem margem para...
>4. Relativamente à hipótese...
>5. O PCP adverte que...
Nada a obstar. Antes pelo contrário: acho muito bem!
Em relação ao Ponto >6:
A)- Do teor do comunicado transparece uma grande preocupação com a forma (o cuidaddo de salientar que é um "Tratado", não é uma "Constituição"...), mas eu confesso-me mais preocupado com a substância.
Ou seja, vamos imaginar que temos um referendo legítimo e democrático em que se explicasse exaustivamente durante seis meses (ou um ano...) aos Portugueses o que era (ou seria) uma "União Europeia Federal":
Os seus inconvenientes (e algumas possíveis vantagens... também as haverá), e que um dos inconvenientes era as "Grandes Potências" ficarem com mais poder de decisão do que as "médias" e "pequenas".
E que no fim a questão que acabava por ser colocada ("preto no branco") seria do género: "querem os Portugueses estar dentro, ou preferem saír da dita "União Europeia Federal"?
Aceitam-se apostas sobre qual seria o resultado.
Antes que me acusem de "oportunismo" (que me "acusem" de "federalista" ainda vá...), estou disponível para lembrar (e discutir) as vantagens de "lutar por dentro" e as desvantagens de "lutar de fora".
B)- Quanto ao "desenvolvimento da União Europeia como bloco
político-militar, com o aprofundamento da política
externa e de segurança comum, com o lançamento das
bases institucionais e conceitos estratégicos da sua
militarização, em que se destaca a criação de uma
Agência Europeia de Armamento, de Investigação e de
Capacidades Militares";
Acho no mínimo estranho que se condene (e muito bem) a postura agressiva dos EUA, sem que se defenda mínimamente uma "força de contrapeso".
Já aqui neste forum disse uma vez, mas repito: Esta postura "anti-militar europeia" do PCP vai insolitamente ao encontro das ideias defendidas por "Bush & Rumsfeld Inc" e seus apaniguados na Europa (Blair, Berlusconi, Aznar e Burroso) que, como se sabe defendem "militar sim, mas sob a alçada dos Americanos".
Cordiais saudações.
Guilherme Statter

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Replies:
Subject Author Date
Re: Comunicado «O PCP e um referendo» comentadopaulo fidalgo21:11:34 09/26/03 Fri
    Re: Comunicado «O PCP e um referendo» comentadoAna Monjardiino19:29:33 09/27/03 Sat


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