Author:
Guilherme Statter
|
[
Next Thread |
Previous Thread |
Next Message |
Previous Message
]
Date Posted: 13:55:37 06/06/04 Sun
In reply to:
Fernando Antunes
's message, "Re: Os truques dos propagandistas do Bloco" on 10:03:41 06/06/04 Sun
Embora estejamos a confundir "estrutura" com "conjuntura" ou "estratégia" com "táctica", não tenho qualquer problema em analizar o problema tal como o Fernando Antunes o coloca. Assim vamos por partes:
1. A direcção do PCP tem-se mostrado (e bem...) contra a estória do "Directório das Grandes Potências". Mas no entanto foi esse putativo "Directório" (o famigerado eixo Paris-Berlim) quem se opôs à participação na guerra de invasão do Iraque. E foram os maiores oponentes desse "directório" (Espanha, Itália e Polónia) quem mais activamente apoiou e participou.
2. Não sabia que a sra. Ilda Figueiredo tinha dons de futurologia... É que dizer "o que teria acontecido se..." também já a aconteceu a muito boa gente. E disso nada resultou a não ser "conversas à volta de uma mesa". Quando muito são exercícios (mais ou menos literários) em ficção histórica. Como a de se especular hoje sobre o que teria acontecido se o Hitler tivesse dado ouvidos ao Von Rundstetd e tivesse deixado mandar concentrar todas as forças alemãs na Normandia, em vez de estar à espera da hipotética invasão aliada no Pas de Calais...
E, já agora, qual dos Portas é que "avalizou" essa previsão de futurologia ou ficção histórica. É que nestas coisas de análise social e política, cheira-me que, em qualquer caso, entre um e outro venha o tal o gajo e escolha...
Mas de facto não estou exactamente a ver como é que essa hipotética "Federação Europeia" onde a França e a Alemanha (mais a Bélgica, a Áustria...) têm o pêso que têm (e onde as opiniõies públicas dos vários páises se manifestaram CONTRA a guerra de invasão... não foi só em Espanha), não estou a ver, repito, como é que essa "Federação" ia participar na invasão à revelia do tal famigerado eixo Paris-Berlim.
Acrescente-se a isso que como quem vai abrir mais os cordões à bolsa para os fundos estruturais dos novos 10 países são exactamente os Alemães, os Franceses e etc..., está-se mesmo a ver a Polonoa e a Chequia ou a Hungria e fazerem "finca pé" de serem a favor da invasão do Iraque... Ainda se lembra daquela do Chirac de dizer "que os novos países perderam uma boa ocasião de estarem calados". Aquilo (essa expressão) só foi um "flop" exactamente porque AINDA não estavam "federados"...
Mas a sra. Ilda Figueiredo lá saberá... (no que diz respeito a voto, começa-me a cheirar cada vez mais a Saramago...)
3. O novo governo de Espanha, (pelos vistos a conjuntura é mesmo isso: muda...) já anunciou que sim senhor o que é bom é mesmo a construção da Europa. Eu diria que em vez de estarmos "contra" (numa de bota abaixo... ou "reviralho", como se diria antigamente... - ou a conjuntura, sempre a conjuntura... a preocupação com a estrutura é capaz de ser "leninista de mais" para alguns dos nossos ideologos), mas em vez de estarmos simplesmente "contra", talvez fosse melhor espreitar as oportunidades e ver como dar a volta por cima: Procurar construir uma Europa Socialista e das comissões de trabalhadores...
A este respeito devo confessar algum desapontamento (ilusões ainda vai havendo, mas cada vez menos...) ou choque surpreendido, relativamente à expressão "não quero trocar o certo pelo incerto"... O Fernando Antunes - que aqui se diz, se não militante, pelo menos simpatizante do PCP (pôrra, do PCP... carago!) escreve uma coisa destas???
E então a "revolução"???... Então agora estamos numa de "Deixa estar que antes assim que pior?!?..."
No outro dia calhou-me ouvir um tempo de antena de alguns partidos na Antena 1.
O BE era uma confusão. Até no plano técnico (não terão UM militante ou simpatizante que seja um bom técnico de audio?...)
Não se percebia metade do que dizia o Miguel Portas...
O outro partido que me calhou ouvir foi o PPM... Técnicamente perfeitos (como convem àquele pessoal...).
Então não é que fiquei MUITO agradavelmente surpreendido? O PPM afirmou alto e bom som (e até explicou porquê) que era CONTRA o federalismo... essa perigosa ideia progressista e esquerdizante (se me é permitida a ironia...). Ora, até para espíritos menos alerta, se os gajos nacionalistas e patrioteiros do PPM (onde não estou a ver abundarem "classes trabalhadoras") são contra o federalismo, é porque isto deve ter alguma coisa de bom... Para as classes trabalhadoras, claro!
A propósito de "federalismo" deixo-lhe só mais uma reflexão: O "federalismo" da URSS eram bom? Ou pensar-se-á que foi por causa do "federalismo" que se deu aquela implosão?...
Cordiais saudações,
Guilherme Statter
[
Next Thread |
Previous Thread |
Next Message |
Previous Message
]
|