Subject: Ora muito bem observado |
Author:
João Laveiras
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Date Posted: 21:30:49 02/07/04 Sat
In reply to:
Fernando Redondo
's message, "O contrário de comunicação" on 19:08:47 02/07/04 Sat
Afinal não era o único a pensar assim.
>Este texto do Casanova é paradigmático em vários
>sentidos da incapacidade de comunicação dos dirigentes
>do PCP:
>
>Este texto do Casanova é paradigmático, em vários
>sentidos, da incapacidade de comunicação dos
>dirigentes do PCP:
>
>1. Trata-se de uma mera repetição das teses sobre a
>comunicação social, bastante primárias, que costumam
>ser enunciadas pelos dirigentes do PCP. Não contêm
>qualquer elemento novo o que fornece imediatamente um
>alibi para serem ignoradas pelos media.
>
>2. Mesmo que as teses fossem "verdadeiras" nada
>obrigaria a enunciá-las sempre da mesma forma.
>
>3. Todos sabemos que os principais meios de
>comunicação social pertencem ao Estado ou aos grupos
>privados. É um facto sem remédio. É nesse contexto que
>os partidos como o PCP têm que ser capazes de passar a
>sua mensagem usando a imaginação, a criatividade,
>explorando novos métodos, etc. Sobre isso Casanova
>nada diz pelo que o artigo se resume a um muro de
>lamentações.
>
>4. Se se considera que nestas condições não somos
>capazes de fazer o trabalho político então o melhor é
>irmos todos para casa, dedicarmo-nos à pesca.
>
>5. A prova de que não é impossível combater o quase
>monopólio dos meios de comunicação podemos encontrá-la
>ante do 25 de Abril. Apesar do bloqueio feroz da
>informação as forças democráticas conseguiram
>desprestigiar a “informação oficial” e veicular
>informação alternativa por meios informais.
>
>6. A inoperância actual do PCP não é, no essencial,
>uma questão de estilo. O problema principal é o de não
>ter nada de significativo para dizer. O PCP não é,
>contrariamente ao que diz Casanova “o único partido
>nacional que, de facto, dá combate à política de
>direita e lhe contrapõe uma política alternativa”.
>
>7. Antes do 25 de Abril a mensagem do PCP conseguia
>“furar” o bloqueio porque era clara e correspondia aos
>anseios de quase todos: derrubar a ditadura. Por isso
>era impossível estancá-la, ela impunha-se sempre
>através dos jornais clandestinos, do boca-a-boca, etc.
>
>8. Nos dias de hoje nada de semelhante acontece. Desde
>o descalabro da União Soviética ninguém consegue
>perceber que tipo de sociedade alternativa o PCP
>propõe.
>As tomadas de posição têm um carácter conjuntural e
>defensivo, de recusa mas não de construção.
>
>9. Remetido a uma posição de apoio aos
>descontentamentos aparece cada vez mais como uma
>organização vocacionada para criticar sem critérios
>muito sólidos (casos como o da defesa dos taxistas em
>relação ao PEC são o caminho directo para a perda de
>credibilidade).
>
>10. O exemplo mais gritante da falta de critério
>consiste na prática repetida de certos tiques como o
>de classificar cada governo como pior do que o
>anterior. Há muitos anos que esta fórmula é repetida
>ao ponto de se ter convertido numa autentica anedota.
>
>11. Em suma, é nestas condições e com estas pessoas
>que temos que desenvolver a nossa actividade política.
>Por isso deixemo-nos de lamurias e usemos a imaginação
>para passar a nossa mensagem. Em vez de arranjarmos
>desculpas para a inoperância, em vez de acusarmos os
>media, em vez de culpabilizarmos os cidadãos por não
>nos seguirem, pensemos antes se estamos a trabalhar
>correctamente e dar resposta credível aos problemas da
>sociedade.
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