| Subject: Re: Qualquer semelhança é pura coincidência (?) |
Author:
Luis Blanch
|
[
Next Thread |
Previous Thread |
Next Message |
Previous Message
]
Date Posted: 13:39:48 02/11/04 Wed
In reply to:
Rosa Redondo
's message, "Qualquer semelhança é pura coincidência (?)" on 12:14:14 02/11/04 Wed
Penso que tocaste no ponto nevrálgico. Não me quero sobrepôr ao que disseste mas não posso deixar de considerar e salientar que ,diferentemente de tempos idos, tem havido transformações de peso e novas arrumações sociais que inevitavelmente vão obrigar a redesenhar novas estratégias e a aceitar novos compromissos isto, sem prejuizo da preservação de principios ideológicos essenciais embora com a consciência de que muita coisa mudou; e é essa dialéctica metodológica que deveria obrigar a muitas rectificações estratégicas e, quiça, do muito linguajar habitual...
saudações do Luis Blanch
>Depois de uma longa ausência por motivos pessoais,
>pude finalmente voltar ao convívio do Fórum; e começo
>por saudar todos os Amigos e Camaradas intervenientes!
>Como é natural fui pôr a leitura em dia. Este
>processo de ler em sequência vários textos com origens
>em autores e momentos diversos tem por vezes uma
>consequência interessante: colocar em paralelo diante
>dos nossos olhos coisas que de outro modo poderíamos
>não tomar a iniciativa de comparar.
>Foi o que aconteceu com o texto “A SITUAÇÃO E A
>PERSPECTIVA – intervenção e iniciativa da Renovação
>Comunista” (posto no Fórum a 27 de Janeiro), e a
>entrevista de Carlos Carvalhas “SOMOS UM PARTIDO DE
>CRÍTICA, DE COMBATE E DE PROPOSTA” (transcrita a 8 de
>Fevereiro).
>Ressalvando evidentemente as diferenças de linguagem,
>nomeadamente o uso de chavões, o que me impressionou
>foi a semelhança entre os dois textos:
>- ambos enunciam as situações de crise
>- ambos, embora aludindo a causas de natureza
>estrutural e conjuntural, põem o ênfase na actuação do
>governo, do grande capital, etc.
>- ambos listam com destaque as movimentações sociais,
>consideradas como alavanca para sair da crise
>- ambos revelam preocupação com as próximas eleições
>e alertam para as estratégias a adoptar
>- nenhum ensaia uma explicação da crise à luz das
>transformações históricas
>-nenhum aponta um caminho a seguir para as tais
>camadas que se movimentam, a não ser aparentemente o
>da resistência nas trincheiras do adquirido
>
>É evidente que não se poderia esperar que em textos
>como aqueles que refiro fôsse criado um novo
>“capítulo” do materialismo histórico! Não era esse o
>objectivo, nem era possível. Mas o que os textos
>revelam é a ausência de uma infra-estrutura teórica
>que suporte as suas posições.
>E se nos textos oficiais do PCP isso já não me
>surpreende, confesso que esperava que a Renovação
>Comunista não caísse na mesma pecha. Infelizmente não
>vejo, por exemplo da parte dos dinamizadores, nenhum
>esforço para fazer a reflexão teórica indispensável
>para na fase de crise do sistema capitalista em que
>vivemos criar o novo núcleo ideológico credível e
>capaz de entusiamar os grupos emergentes num novo modo
>de produção.
>Não que eu pense que devemos ficar reverentemente à
>espera que uma qualquer entidade iluminada pense por
>nós. Já dei, juntamente com o Fernando Redondo, o meu
>contributo para a grande discussão necessária. Aliás,
>a tese que defendemos no nosso livro foi
>“olimpicamente” ignorada quer pelo PCP, quer pela
>Renovação Comunista.
>É pena é não terem alguma tese própria para pôr à
>discussão.
[
Next Thread |
Previous Thread |
Next Message |
Previous Message
]
| |