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Date Posted: 06:57:07 07/01/02 Mon
Author: NEINFO
Subject: Bibliotecas inteiras ao alcance do mouse


Bibliotecas inteiras ao alcance do mouse
Elis Monteiro

Você sabe como era o Rio de Janeiro antes de, por exemplo, o Aterro do Flamengo ser construído? Tem idéia de como era a Avenida Rio Branco sem todo aquele movimento de rush e os prédios modernos? Já teve acesso a alguma obra rara “escondida” nos porões da Biblioteca Nacional? Se a resposta a essas perguntas for não, fique tranqüilo. Se Maomé não vai à montanha... o resto você já sabe! Projetos de digitalização dos acervos da Biblioteca Nacional e do Arquivo da Cidade do Rio de Janeiro estão a plenos vapores para preencher suas lacunas culturais.

Só no Arquivo da Cidade do Rio, 4,5 milhões de documentos, entre imagens raras, jornais impressos e papéis históricos esperam a chance de passarem do meio físico para o digital. É uma extensa fila de material que receberá tratamento especializado, para resistir ao tempo e à corrosão. Desde a fundação da cidade, em 1565, por Estácio de Sá, os documentos só vêm se avolumando, e hoje formam uma montanha de relíquias. Como estarão esses tesouros daqui a quinze, vinte anos?

— Temos boas condições de refrigeração para manter em bom estado todo esse material, mas prevemos que em quinze anos ninguém mais estará trabalhando com suportes físicos como o papel — diz Antonio Carlos Austregésilo de Athayde, diretor do Arquivo Geral da Cidade.

Simpósio no Rio discutirá futuro dos documentos históricos

O assunto tem preocupado tanto o diretor que ele resolveu trocar experiências com representantes de cidades brasileiras e de países que saíram na frente na digitalização de acervos. Para isso, reunirá, durante o Simpósio Internacional de Arquivos Municipais, que acontecerá no Rio de 8 a 12 de julho, a “nata” dos especialistas na área: peritos da prefeitura de Curitiba, a diretora do Arquivo de Paris — que coordenou um projeto que já digitalizou milhões de documentos da Cidade-Luz — e muitos outros. Os temas principais serão Microfilmagem, Gerenciamento de Documentos Eletrônicos e Disponibilização de obras raras na internet.

— Queremos acelerar o processo para que todos tenham acesso, de casa, a documentos que podem ajudar, e muito, em pesquisas acadêmicas. A juventude, por exemplo, não conhece os jornais alternativos dos anos 70, que temos aqui. Eles serão os primeiros a entrar na internet, quando lançarmos o site — diz Athayde.

A Biblioteca Nacional do Rio saiu na frente e já tem um projeto considerado caso de sucesso: já tem 1 milhão e 200 mil imagens digitalizadas, que podem ser admiradas e “devoradas” através do site da instituição . Não é apenas uma viagem no tempo. Quem souber aproveitar todas as opções do site poderá aumentar muito o seu conhecimento histórico e, com certeza, não precisará fazer “cara de conteúdo” em rodinhas de amigos.

De acordo com Elmer Barbosa, diretor do Departamento Nacional do Livro, não tem preço ter disponível o acervo de uma biblioteca inteira, ao alcance do mouse:

— Ao sair fisicamente de seu lugar e ganhar o mundo, os acervos da Biblioteca Nacional e de outras instituições ganham uma função democrática: chegam a todos os lugares, e se tornam úteis a quem quiser e souber aproveitá-los bem.

Fonte: http://oglobo.globo.com/suplementos/informaticaetc/35048302.htm

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