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Date Posted: 14:15:25 05/10/05 Tue
Author: Rômulo Francisco de Souza
Subject: Resumo - semana 11 - discurso e aquisição

FALE/POS-LIN - 1º semestre de 2005
Disciplina: LIG909/Turma: U Lingüística Aplicada a Línguas Estrangeiras
Aluno Rômulo Francisco de Souza
Professora: Vera Menezes.
semana 11: 9 a 13 maio

Discurso e aquisição

HATCH, E.. Discourse Analysis and second language acquisition. In; HATCH, E.M. Second language acquisition:a book of readings. Rowley, MA: Newbury House, 1978. p.256-271
YOUNG, R. Sociolinguistic approaches to SLA. Annual Review of Applied Linguistics. v. 19. p. 105-132 1999.
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Abordagens sociolinguisticas para SLA (Young)

Em seu texto, Young focaliza a variação linguística e a comunicação face-a-face.

O estudo da aquisição de segunda língua envolve a compreensão do que os bilingues sabem sobre suas segundas línguas e como eles aprendem essas línguas. Pelo fato da aquisição e uso ocorrerem em um contexto social, é importante para os pesquisadores em segunda língua compreenderem as formas com as quais o contexto social e a aquisição e uso da segunda língua se relacionam.

É de fundamental importância para estudos de cunho sociolinguisticos, a definição de contexto. Segundo Young, contexto é um conceito fácil de usar, mas difícil de ser definido. Goodwin e Duranti (1992) definem o contexto da seguinte forma: "a noção de contexto... envolve uma justaposição fundamental de duas entidades: 1) um evento focal; e 2) um campo de ação no qual aquele evento está envolvido. Para sociolinguistas, o evento focal é a língua e o campo de ação é qualquer outra coisa a mais que o pesquisador está interessado.

Goodwin e Duranti (1992) reviram oito tradições diferentes sobre a análise do contexto. Um aspecto através do qual esses conceitos poderiam ser diferenciados seria o seguinte: 1) O contexto é visto como algo dado e que pré-existe ao momento de interação e uso da língua; 2) o contexto é dinâmico e os participantes não trazem categorias com eles para a interação, mas as negociam através da interação.

Essas teorias sobre contextos possibilitaram diversos métodos diferentes de obtenção de dados. Na tradição dos estudos de variação da interlíngua, alguns pesquisadores correlacionam características do contexto - vistos como independentes - a variação de uma forma linguística particular. Em contraposição, pesquisadores que consideram o contexto com emergente e dinâmico fazem quantificações de detalhadas descrições de acontecimentos naturais em interações faladas.

Variacionistas em SLA têm usado análises quantitativas e correlacionais para expressar a relação entre formas linguísticas variáveis na interlíngua e elementos dos contextos línguisticos e social. Por muitos anos soube-se que a aparente uso aleatório de formas linguística por parte dos bilingues era na verdade relacionadas com os contextos em que tais formas eram usadas. Do ponto de vista dos adeptos à Gramática Universal, essa relação é irrelevante pois a noção de competência linguística não admite a possibilidade de variação. A variação seria uma característica da performance do indivíduo (esses aspecto não é foco de seus estudos). Ellis, por outro lado, defende que a variação é parte da competência linguística do aprendiz de segunda língua. Tarone sugere que a distinção de competência e performance é desnecessária. Esse debate torna-se improdutivo porque nenhum dos participantes é capaz de mostrar dados que comprovem seus pontos de vista.

A comunicação intercultural, também é discutida por Young. Segundo o autor, problemas de comunicação intercultural de sentido referencial tem sido focalizados em estudos de negociação de sentido, e, até recentemente, pesquisas em estratégias de comunicação também tem focalizado suas atenções primariamente na comunicação de sentido referencial. A metodologia de pesquisa dominante na análise de comunicação intercultural tem sido hermenêutica e qualitativa. Em um pequeno número de estudos, entretanto, tem sido usados métodos mais tradicionais de ciências sociais como, por exemplo, questionários.

Estudos qualitativos têm geralmente mostrado que a comunicação de informação referencial em comunicação intercultural não é tão problemática quanto se acreditava. Alguns pesquisadores, (Camerom e Williams: 1997) mostram exemplos em que dificuldades de comunicação são superadas pelo conhecimento dos participantes sobre suas áreas profissionais (os dois participantes têm conhecimento do assunto sobre o qual estão falando). Libermem (1995) relata um exemplo em que fica claro o uso de conhecimento "interacional" para resolver problemas de falta de compreensão do assunto abordado na interação.

Sobre o fenômeno conversacional Young comenta que estudos sobre conversação são importantes para sociolinguistas porque, como Shcegloff (1987) e outros analistas da conversação tem reforçado, a conversação "opera em, e em parte organiza... o lugar primordial de sociabilidade: a interação direta entre as pessoas.

Both Dardner (1998) e White (1997) mostram um estudo sobre "receipt tokens". Eles relatam que o uso de "receipt tokens" é menor em falantes não nativos de inglês do que em falantes nativos, com excessão do "yeah".

Uma outra área de pesquisa comparativa em fenômenos conversacionais é a socialização do discurso, ou seja, como crianças de diferentes comunidades aprendem a falar de uma forma situacionalmente apropriada e aceita na sua comunidade e como ela internaliza os valores sociais que os membros da comunidade manifestam através da fala.

A identidade social também é abordada por Young. O conceito de identidade social de um indivíduo foi evocada várias vezes por pesquisadores como uma forma de ver e explicar os padrões de uso da língua e atitudes linguísticas de bilingues. Muitos pesquisadores em SLA parecem usar a identidade social de uma forma pré-teórica em seus relatórios e não têm dado uma definição clara sobre o que seria a identidade social e nem como ela mudaria. Uma excessão notável seria NcNamara (1997), que propõe uma visão dinâmica de identidade social no contexto de relações intergrupais.

O sexo pode ser um dos componentes mais poderosos da identidade social de um individuo. Estudos iniciais sobre língua e sexo associaram certos padrões linguísticos com o discurso masculino e com o discurso feminino. Freed (1996) sugere que estudo de língua e gênero conduzidos em configurações naturais podem frequentemente encontrar diferenças entre o discurso dos homens e das mulheres simplesmente porque homens e mulheres estão frequentemente engajados em atividades diferentes e não por alguma diferença intrínseca em homens e mulheres.

Young também comenta sobre algumas teorias sociolinguisticas sobre SLA. O autor revê 3 teorias:

1) Domínios discursivos: Esta teoria prediz uma relação entre acuidade na produção em segunda língua e tópicos do discurso.

2) Co-construção: trata-se de um termo introduzido por Jacoby e Ochs (1995), que a define como "a criação conjunta de forma, interpretação, postura, ação, atividade, identidade, instituição, habilidade, ideologia, emoção, ou outros realidades culturalmente significativas". Embora esse termo possa sugerir que a criação conjunta é feita na interação cooperativa, Jacob e Ochs deixam claro que essa co-construção nem sempre é necessariamente cooperativa.

3) Competência interacional: segundo essa teoria, o conhecimento de segunda língua é considerado como existente não dentro do cérebro de um único participante, mas é considerada como algo construído em conjunto na interação.



Análise do discurso e aquisição de segunda língua. (Hatch)

O artigo de Hatch tem como objetivo propor o uso da análise do discurso como metodologia para o estudo de aquisição de segunda língua. Para isso, ela faz um pequeno panorama histórico sobre as metodologias de pesquisa usadas na pesquisa de aquisição de segunda língua e também analisa alguns dados que podem justificar a escolha dessa nova abordagem. A intenção da análise dos dados, seria mostrar como a análise do discurso pode oferecer idéias sobre o processo de aquisição de segunda língua.

Logo na introdução, a autora observa que seria melhor ter um certo cuidado em não considerar o discurso como um "professor de sintaxe". Essa precaução diz respeito a não atribuir causa a uma das variáveis quando são encontradas relações da mesma com outras variáveis. Há uma relação entre, por exemplo, variáveis do discurso e de aquisição, mas nem sempre é de causalidade. Mesmo assim, segundo a autora, a busca por explicações sobre a aquisição pela análise do discurso é uma das áreas mais promissoras para a pesquisa em SLA.

Como dito anteriormente, Hatch apresenta um pequeno histórico sobre metodologias que vem sendo utilizadas na pesquisa de aquisição de segunda língua. Segundo a autora, nos anos setenta, a pesquisa relativa ao processo de aquisição de segunda língua investigava a forma das estruturas sintáticas usadas pelos aprendizes. Por exemplo, Swain (1972) e Adams (1974) pesquisavam a ocorrência de morfemas nas duas línguas da criança (bilingues) e então comparava-as não só em termos de produção mas também em termos de tarefas de imitação e tradução. Outros pesquisadores se interessavam também em saber se a aquisição de morfemas por crianças se da na mesma ordem tanto na primeira quanto na segunda língua.

Em reação a estes estudos sobre a forma, e em particular à literatura sobre aquisição de morfemas, Gough (1975) diz que não é significativo falar sobre aquisição de morfema enquanto a criança não aprende a função daquele morfema. Isso quer dizer que a forma não pode ser estudada separadamente da função.

No esforço de ligar o aprendizado de funções e formas, a autora sugere que um exame de dados deve ser feito não só a respeito do discurso do aprendiz, mas também a respeito do discurso do falante com quem ele está interagindo. Ela comenta ainda que o fator mais importante tem sido esquecido: a explicação de como as crianças aprendem. Uma guinada para uma nova metodologia deve oferecer meios de saber COMO. Uma possibilidade para um novo método seria a análise do discurso e, em particular, a análise conversacional. Não basta olhar para o input e para a frequência; o importante é olhar o corpus como um todo e examinar as interações que acontecem nas conversações para ver como aquelas interações por si mesmas determinam a frequência das formas e como isso mostra o envolvimento das funções.

Na parte relativa à análise dos dados, Hatch, primariamente faz uma análise de interações feitas por crianças. Em seguida analisa interações de aprendizes adultos de L2. Através da análise desses dados, a autora tenta mostrar quais estratégias discursivas são usadas por crianças e adultos para a compreensão do discurso do falante nativo, com o qual estão interagindo. Algumas desses estratégias seriam, por exemplo, o uso de "hum". hum e ecos para compreender o tópico da conversa: para que o falante nativo repita o que foi dito e para que haja tempo do aprendiz pensar no que está sendo dito e elaborar sua resposta.

Dentre outras características, parece ser evidente que o aprendiz adulto tem uma grande dificuldade, nos estágios iniciais de aprendizado de segunda língua, em identificar tópicos. Está claro também que os aprendizes têm estratégias que o ajudam a esclarecer os tópicos. Eles podem lançar mão de repetições e esclarecimentos de várias maneiras: excuse me/pardon e ecos ou "hum. hum". Uma vez que o tópico é reconhecido, ele pode usar o seu conhecimento de mundo e tentar interagir; Ou seja, reconhecido o tópico pelo adulto, ele lança mão de estratégias (parece que as crianças não os possuem no mesmo grau) para pressupor do que se trata o discurso inteiro.

No final do seu texto, Hatch discute sobre algumas implicações pedagógicas sobre o que foi apresentado em seu artigo. Ela, na verdade, que suas observações são mais baseadas em sua experiência como aprendiz. Ele coloca, dentre outras coisas, que: o aprendiz precisa ser capaz de falar sobre um pequeno número de tópicos sobre os quais ele sabe que será perguntado; Eles também devem saber falar sobre si mesmos e suas áreas de interesse nos mais diversos níveis; Eles devem praticar a nominalização de tópicos para os quais eles estão preparados; Devem aprender todos os dispositivos de elicitação que foram mencionados no artigo; Eles deve ser motivados a nunca desistir de compreender uma interação; etc.

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