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Date Posted: 14:11:43 05/15/05 Sun
Author: Ana Lúcia Marques
Subject: Teoria Sociocultural

Disciplina: Linguística Aplicada a Línguas Estrangeiras
Aluna: Ana Lúcia S. Pitanguy Marques

Resumo - Semana 12 (16 – 20 maio)


Teoria Sociocultural



A teoria sociocultural e suas várias implicações para o ensino e aprendizagem de L2 é amplamente discutida e exemplificada não só nos textos de LANTOLF, OHTA e PAVLENKO em Sociocultural Theory and Second Language Learning como nos demais que compõem o livro. Suas postulações se fundamentam em Vygotsky e suas explorações no período que se seguiu após a Revolução Russa.

Vygotsky argumenta que a mente é mediada por trabalho e instrumentos, artefactos que auxiliam o ser humano a mudar o mundo à sua volta; e instrumentos abstratos que irão regular e mediar as mudanças das relações que temos com os outros seres humanos. Desta maneira, vários seriam os instrumentos, dentre eles a linguagem, todos construídos culturalmente – “each generation reworks its cultural inheritance to meet the needs of its communities and individuals” (p.2).

Segundo Vygotsky, “the mind [is] a functional system in which the properties of the natural, or biologically specified, brain, are organized into a higher, or culturally shaped, mind through the integration of symbolic artifacts into thinking” (p.2). Por isto, ele propõe que se estude as habilidades mentais mais complexas (‘higher’), tais como atenção voluntária, pensamento lógico, planejamento, etc, dividindo-as em quatro domínios genéticos: filogenético, sociocultural, ontogenético e microgenético; onde o mais pesquisado tem sido o domínio ontogenético.

A teoria sociocultural postula que, embora separados, o pensar e o falar estão estreitamente ligados, ou seja, constituem uma unidade em que o falar público deriva de um pensar privado. Em outras palavras, não se pode conceber o pensamento sem considerar sua manifestação através de meios linguísticos. Para Vygotsky, a palavra é a unidade básica onde o significado e sua forma linguística se manifestam indissoluvelmente, onde o microcosmo da consciência é revelado.

Por outro lado, temos Zinchenko (1985) que, também fundamentado em Vygotsky, argumenta ser a ‘tool-mediated goal-directed action’ a unidade básica a ser analisada. Dentro desta perspectiva, vários teóricos criam o que passou a ser considerado o enquadramento teórico para a pesquisa sociocultural como um todo: a Teoria da Atividade, que entende o comportamento humano como resultante da integração das formas de mediação construídas social e culturalmente nas atividades humanas. Esta atividades são divididas em três níveis: o da motivação, o da ação, e o das condições.

Uma das pesquisas, feita por Thorne (1999), mostra claramente uma atividade onde há a construção socialmente feita da linguagem. Ao investigar o impacto da internet como instrumento de mediação nas atividades comunicativas de LE, ele conseguiu identificar dados que indicam “ that learner communication interaction is reconfigured when it is synchronously mediated through the internet” (p.11). Lantolf generaliza os resultados afirmando que o cenário da sala de aula também pode mostrar mudanças de atividades, ocasionar a apropriação de instrumentos de mediação pelos aprendizes quando necessário, e eventualmente, haver a construção de uma nova língua atividades motivada pelo contexto social e cultural.

Vygotsky chama a atenção para a importância do ‘brincar’ pois é através da brincadeira que se cria a ZPD (Zone of Proximal Development) quando os participantes de atividades colaborativas conseguem ir além das suas habilidades; e para o ‘pensar’ ligado aos instrumentos de mediação construídos culturalmente, quando estas formas externas de mediação são internalizadas, são reconstruídas no plano psicológico - ou seja, a consciência, cuja fonte está ancorada na atividade social. A internalização, segundo Vygotsky, é em sua essência, “the process through which higher forms of mentation come to be” (p.13); é o processo de transferência de atividades externas mediadas por instrumentos para atividades mentais internas realizadas, aparentemente, sem nenhuma ajuda externa; é quando a linguagem, ao longo do desenvolvimento cognitivo, se dissolve em apenas significado.

Como conclusão, a teoria sociocultural, e suas derivações propostas e discutidas por estes autores, nos leva a considerar a suma relevância do papel das interações sociais, culturalmente imbricadas, na formação e desenvolvimento da organização mental dos indivíduos, organização que sofre mudanças devido aos instrumentos de mediação e suas variações ao longo da nossa evolução histórica. Nos reconstruimos a cada momento e à cada nova atividade da qual participamos, pois respondemos às inovações não só fisicamente mas também mentalmente, portanto, os aprendizes de LE também precisam desta interação social para, através de ‘scaffolding’, construir novos esquemas mentais e conectá-los aos antigos, adaptando-se assim à nova língua.






Referência bibliográfica

LANTOLF, J.P. Introducing sociocultural theory. In: LANTOLF, J.P. Sociocultural theory and second language learning. Oxford: Oxford University Press, 2000. p. 1-26

OHTA, A. S. Rethinking interaction in SLA: developmentally appropriate assistance in the zone of proximal developmente and the acquisition of L2 grammar. In: LANTOLF, J.P. Sociocultural theory and second language learning. Oxford: Oxford University Press, 2000. p.51-78

PAVLENKO, A; LANTOLF, J.P. Second language learning as participation and the (re)construction of selves. In: LANTOLF, J.P. Sociocultural theory and second language learning. Oxford: Oxford University Press, 2000. p.155-177

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