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Date Posted: 18:05:03 05/16/05 Mon
Author: Rômulo Francisco de Souza
Subject: Semana 12- Teoria Sociocultural

FALE/POS-LIN - 1º semestre de 2005
Disciplina: LIG909/Turma: U Lingüística Aplicada a Línguas Estrangeiras
Aluno Rômulo Francisco de Souza
Professora: Vera Menezes.
semana 12: 16 a 20 maio

Teoria sociocultural

LANTOLF, J.P. Introducing sociocultural theory. In: LANTOLF, J.P. Sociocultural theory and second language learning. xford: Oxford University Press, 2000. p. 1-26
O
HTA, A. S. Rethinking interaction in SLA: developmentally appropriate assistance in the zone of proximal developmente and the acquisition of L2 grammar. In: LANTOLF, J.P. Sociocultural theory and second language learning. Oxford: Oxford University Press, 2000. p.51-78

PAVLENKO, A;LANTOLF, J.P. Second language learning as participation and the (re)construction of selves. In:

LANTOLF, J.P. Sociocultural theory and second language learning. Oxford: Oxford University Press, 2000. p.155-177
MITCHELL, R; MYLES, F. Second language learning theories. London: Arnold, 2004. cap. 7 p.193-222
_________________________________________________________________________


Introducing sociocultura theory (Lantolf) e Second language learning theories (Mitchell e Myles)


Os textos de Lantolf e de Myles e Michell fazem uma discussão introdutória sobre a perspectiva sociocultural em SLA. Eles apresentam alguns conceitos básicos sobre o assunto, muitos deles propostos pelo psicólog russo Vygotsky.

O mais importante conceito da teoria sociocultural é o que defende a idéia de que a mente do ser humano é mediada. Opondo-se ao ponto de vista mais ortodoxo sobre a mente, Vygotsky argumenta que o ser humano não aje diretamente no mundo físico, ele o faz através de ferramentas, as quais lhe permitem transformar o mundo e as circunstâncias como vivemos no mundo. Ferramentas simbólicas, ou sinais, também são usados para mediar as relações com os outros e com o proprio indivíduo, bem como para mudar a natureza dessas relações.

De um ponto de vista sócio-cultural, o aprendizado também é um processo mediado. Ele é mediado em parte pelo desenvolvimento do uso e controle de ferramentas mentais. O aprendizado é também mediado socialmente, ou seja, depende da interação face-a-face e de processos compartilhados, como problemas resolvidos em conjunto e discussões.

O indivíduo maduro é dono de um funcionamento autonômo, ou seja, de auto-regulação. Ao contrário, as crianças ou aprendizes sem habilidades, aprendem realizando tarefas guiadas por outros indivíduos mais habilidosos, ou seja, por um processo de regulação externa. Esse aprendizado é tipicamente mediado pela linguagem.

O domínio no qual o aprendizado tende a ser mais produtivo tem o nome de Zona de desenvolvimento proximal. Esse seria o domínio no qual o aprendiz ainda não é capaz de funcionar independentemente, mas pode alcançar os resultados desejados através da ajuda de aindaimes relavantes.

A metáfora dos aindaimes foi desenvolvida em discussões neo-vigotskyanas para capturar as qualidades do tipo de regulação externa dentro da Zona de Desenvolvimento Proximal, que é supostamente a mais significativa para que o aprendiz se aproprie de novos conceitos.

A partir do ponto de vista de que nós herdamos artefatos culturais dos nossos antecessores, Vygostky argumenta que a abordagem mais adequada para o estudo das habilidades mentais mais altas é a histórica. Ele propõe quatro domínios genéticos para o estudo das funções mentais mais altas: o domíno filogenético, sócio-cultural, ontogenético e o microgenético.

Para Vygostky o discurso privado é visto como uma evidência do desenvolvimento da criança no sentido de regular seus próprios comportamentos. Para ele, esse discurso pode transformar-se em discurso pessoal, que seria o uso da língua para regulação interna do pensamento, sem nenhuma ajuda externa.

"A teoria da atividade", um outro conceito relacionado à teoria sócio-cultural, compreende uma série de propostas de conceitualização relativas ao contexto social em que o aprendizado do indivíduo acontece.
Segundo Donato e McCormick: "a antividade é definida em termos de configurações sócio-culturais nos quais a interação colaborativa, intersubjetiva e colaborativa ocorrem... Leontiev concebe a atividade como algo que contem um sujeito, um objeto, ações e operações"

Com relação à unidade de análise pode-se dizer que a teoria sócio-cultural claramente rejeita a noção de que pensamento e fala são a mesma coisa. Ela também rejeita o que alguns atualmente chamam de visão comunicativa da linguagem, que defende que o pensamento e a fala são fenômenos completamente independentes. Segundo a teoria sócio-cultural, o pensamento e a fala são separados, mas são também altamente interligados em uma unidade dialética no qual o discurso externo completa o pensamento interno inicial. Vygotsky observa que uma análise independente do oxigênio e do hidrogênio não é capaz de explicar como a capacidade da água apagar o fogo. É necessário, então, uma unidade de análise que preserve a unidade dialética dos elementos pensamento e fala. Vygotsky sugere que esse elemento seja a palavra, porque nela o sentido, componente central do pensamento, e a forma linguística estão juntas.




Rethinking interaction in SLA: Developmentally appropriate assistance in the zone of proximal development and the acquisition of L2 grammar. (Otha)

Estudos anteriores mostram que a interação entre pares pode resultar na potencialização da ZPD e que os pares podem ajudar uns aos outros. Contudo, a natureza dessa ajuda, os mecanismos através dos quais a ajuda é dada e o impacto da ajuda efetiva sobre a aquisição de estruturas gramaticais não foram examinadas de perto. O artigo de Otha, analisa a aquisição de tais estruturas, através da análise das interações de dois aprendizes orientais.

A aquisição de segunda língua se realiza através de um processo colaborativo no qual os aprendizes se apropriam da linguagem da interação por si mesmos, com seus propósitos, cosntruíndo competência gramatical, expressiva e cultural através desse processo.

A pesquisa sobre o conceito de "andaimes" em aprendizado de segunda língua tem mostrado como os aprendizes trabalhando juntos alcançam altos níveis de performance pela assistência que um da ao outro. A construção da Zona de Desenvolvimento Proximal especifíca que o desenvolvimento não pode ocorrer se for oferecida muita assistência e nem se a tarefa proposta for fácil demais. A metáfora do "andaime" também pode ser descrita através de outra metáfora: "performance assistida". O termo "performance assistida" compreende tanto a assistência oferecida quanto os resultados da assistência na facilitação da performance.

O interesse de Otha, em seu artigo, é o de expandir o exame do discurso interativo em segunda língua utilizando construtos que facilitam a compreensão de como aprendizes desenvolvem competência em L2 através da interação social.

Para Vygotsky, o aprendizado é uma atividade social. O que uma criança aprende a fazer em meio social, será capaz de fazê-lo sozinho. Esse princípio pode também ser aplicado ao contexto de SLA. Através da interação social, construções em L2 aparecem em dois planos psicologicamente reais. Primeiro no interpsicológico ou "entre pessoas", em seguida no plano intrapsicológico ou plano mental.

Como dito anteriormente, Otha analiza a interação de dois aprendizes orientais. Para obter os dados, o pesquisador propõe que os estudantes executem três tarefas: um role-play, uma tarefa de tradução e uma interação do tipo comunicativa. O foco de sua pesquisa foi a tarefa de tradução.

Segundo Otha, suas análises evidenciam como interações de sala de aula promovem o desenvolvimento da segunda língua no ZPD. Como resultado da colaboração, um dos aprendizes tornou-se capaz de executar com facilidade o que ela inicialmente não conseguia fazer sem assistência. Esses ganhos permanecem na tarefa da tracução, durante a interação com o professor e ainda quando o aprendiz relata suas descobertas ao professor. Segundo Otha, o trabalho em grupo e a sensibilidade mútua são essenciais na performance assistida.

Ainda como resultado da assistência Otha observa que além da malhoria da performance de um dos aprendizes, o segundo aprendiz tornou-se menos responsivo com relação aos "convites" de ajuda , o que proporcionou que o outro aprendiz melhorasse sua habilidade de procurar suas próprias soluções.

Claramente, a natureza da assistência efetiva na ZPD varia segundo uma variedade de fatores, incluindo o conhecimento do ajudante, a natureza da tarefa, os objetivos dos participantes e os níveis de desenvolvimento dos aprendizes.



Second Language learning as participation and the (re)constrution of selves ( Pavlenko e Lantolf)

Neste artigo, os autores observam fatores ligados à socialização linguística ocorrida no processo de aquisição de segunda língua. Para tanto, eles utilizam, como dados, relatos pessoais de alguns aprendizes. O seu objetivo seria o de estabelecer narrativas pessoais como uma fonte legítima de dados sobre o processo de aprendizado tentando levantar ideias advindas de estórias de pessoas que atravessaram fronteiras culturais.

Segundo Sfard(1998) uma nova metáfora denominada participação (PM) surgiu na literatura sobre educação como um complemento (não como uma substituição) à metáfora da aquisição (AM), frequentemente associada ao computador e as metáforas "container". Essa metáfora PM obriga a se pensar no aprendizado como um processo de “se tornar” um membro de uma certa comunidade, ou seja, desenvolver a habilidade de se comunicar na linguagem dessa comunidade e agir de acordo com suas normas particulares.

Como Hanks(1996:222) afirma, ver o aprendizado de língua como participação, não envolve aquisição de regras ou códigos, mas de formas de ação e tipos diferentes de participação. Dessa forma, é possível resumir dizendo que AM focaliza a mente do indivíduo e a internalização do conhecimento, que é crucial ao estudo do "o que" em segunda língua, enquanto PM reforça a contextualização e o engajamento com outros e atenta para a investigação do "como".

A utilização de relatos pessoais é algo marginalizado no âmbito científico. Na visão dos autores, há duas razões principais para explicar essa marginalização dos relatos pessoais, em detrimento de relatos feitos por terceiros (observadores): Em primeiro lugar ha uma forte crença nos âmbitos da ciência de que relatos pessoais são menos válidos do que aqueles feitos por terceiros. A segunda razão dessa marginalização consiste no fato de que os relatos apresentados no artigo são de um tipo particular de narrativa que falam sobre experiências de bilingues e foram produzidos por pessoas também frequentemente marginalizadas. Teorias linguísticas, prevalentemente de pesquisa em SLA, têm tradicionalmente assumido o monolingualismo como o caso não marcado.

A análise dos relatos, feita pelos autores, indicam que as narrativas de escritores bilíngues, por si só, representam um espaço no qual as identidades dos aprendizes são reconstruídas (...). Foram identificados lugares particulares de recontrução de identidade, muitos dos quais marcados por conflitos internos enre a ideologia monolítica dominante do aprendizado de língua e as experiências cotidianas de participação em novas práticas discursivas.

A pergunta que os autores tentaram responder durante a observação dos relatos foi a seguinte: o que acontece com o "eu" quando um indivíduo migra das práticas discursivas de uma cultura (nesse caso, da cultura nativa) para as práticas de uma outra cultura. Como resposta, eles colocam que o primeiro passo nessa migração seria a troca do nome, como identifica Hoffman (1989), que é muitas vezes imposto. Após esse processo, a primeiro passo em direção à reconstrução do "eu", seria a apropriação de outras vozes, ou de falas criadas pessoalmente, através da apropriação de vozes de outros.

A necessidade de reposicionar sua propria vida e experiências surgiu em várias narrativas. Muitos dos autores escrevem sobre suas experiências infantis utilizando a nova língua. Passo a passo, os aprendizes descobrem esse novo espaço cultural, aprendendo a preservar distâncias apropriadas, a conhecer alguns nuances e a agir segundo os novos scripts culturais.

Com relação às narrativas dos bilíngues consideradas no seu artigo, os autores afirmam acreditar que o problema pelo qual passam esses indivíduos seria o conflito que se coloca quando os mesmo tentam trazer seu passado para o presente. As suas narrativas pessoais e, consequentemente, seu "eu" foram construídos e formatados em tempos lugares e convenções diferentes. Dessa forma eles podem não achar sentido nas configurações do presente, dando, assim, lugar para dissonâncias cognitivas e afetivas. Para vencer essa dificuldade, eles são forçados a reconhecer , e, em alguns casos, reorganizar suas histórias de vida de acordo com as novas convenções e relações sociais com que ele se depara na nova comunidade. O resultado dessa adaptação seria uma nova forma de significar.

Com relação à metáfora da participação, os autores afirmam, novamente, que não estão propondo o abandono da metáfora da aquisição e nem estão propondo uma dicotomia entre as duas. Entretanto, eles afirma que essa nova metáfora permite a abertura de um novo espaço discursivo no qual os relatos pessoais são legitimos e também tão relevantes quanto os relatos feitos por terceiros.

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