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Date Posted: 21:46:32 05/01/05 Sun
Author: Danilo Cristófaro
Subject: Semana 10 - Abordagens Cognitivas

UFMG – PosLin
DISCIPLINA: LIG 905 Seminário de Tópico Variável de Lingüística Aplicada - Professora Vera Menezes – 2005/1

Aluno: Danilo Cristófaro Alves da Silva
Semana 10: 2 a 6 de maio - Abordagens Cognitivas

MITCHELL, R; MYLES, F. Cognitive approaches to second language learning. In: MITCHELL, R; MYLES, F. Second language learning theories. London: Arnold, 2004. p. 95-130

ELLIS, N. Cognitive approaches to SLA. Annual Review of Applied Linguistics. v. 19. p. 22-42. 1999.

No capítulo de Mitchell & Myles, os autores tratam de abordagens cognitivas no estudo de aprendizagem de segunda língua. Ao contrário dos pesquisadores que tratam a dimensão da língua no aprendizado de L2 como distintas de outros aspectos cognitivos, a abordagem cognitiva trata dos processos envolvidos na aprendizagem do ser humano como um todo. Para estes pesquisadores, aprender uma língua é somente um dos processos dos quais o cérebro humano tem de lidar, e é a partir desta visão que se estabelece um modelo de aprendizagem de língua.

Para os autores, as teorias cognitivas se dividem em dois grupos: o grupo dos que utilizam uma abordagem de processamento que procuram desenvolver teorias que complementem teorias inatistas, como a GU. O outro grupo, de abordagem construtivista, busca explicar os processos do conhecimento da língua através de princípios cognitivos.

Ainda para Mitchell & Myles, a abordagem de processamento se preocupa em explicar os mecanismos de funcionamento do cérebro no aprendizado de L2, mas se divide em dois grupos: o primeiro, chamado de processamento de informação, é o que tenta compreender como as memórias de longo e curto prazo armazenam a informação de L2. O segundo, chamado de teoria de processabilidade, se concentra mais na necessidade de processamento, ocasionada pelas vários aspectos formais da L2, e o que isto implica no aprendizado e ensino de L2.

Já na abordagem conexionista, que utiliza o ponto de vista dos construtivistas, o cérebro humano é comparado a um modelo computacional, formado por redes. Neste modelo, o aprendizado ocorre pelos processo de associação, e não na construção de regras abstratas.

Para os autores, muitas são as contribuições dos modelos cognitivos para o desenvolvimento de teorias de aquisição delínguas. Contudo, salientam que os modelos aplicados até aqui, têm se concentrado na aquisição de dados mais simples, e que consequentemente, estão distantes da complexidade do aprendizado de línguas em contexto natural.

Nick Ellis, em seu artigo, define as abordagens cognitivas no campo de SLA e aponta seus objetivos: a descrição funcional e neurobiológica dos processos de aquisição de linguagem. Segundo o texto, muitos pesquisadores de abordagem cognitiva acreditam que o estudo das representações mentais formam uma plataforma mais completa para a compreensão dos processos de aprendizagem, do que descrições lingüísticas. Ellis descreve ainda as abordagens cognitivas, tanto a abordagem de processamento quanto a construtivista, já descritas no texto de Mitchell & Myles, e confirma que o estágio que as abordagens cognitivas se encontram, ainda deixam margem para muitas questões e dúvidas.

Dentro desta perspectiva, Ellis sugere três métodos que devem ser utilizados dentro de uma abordagem cognitiva para o estudo de SLL: o primeiro é o da observação, que deve ser feita com base em coleta de dados em contexto natural, e que apesar das dificuldades, deve ser considerado como elemento de coleta essencial. O segundo é o da experimentação, que deve ter a função de complementar os dados para testar hipóteses. O terceiro método é o da simulação, que tem nos modelos computacionais seu maior aliado. Através dos padrões obtidos de associações é possível comprovar hipóteses, mas conta com a desvantagem de depender muito mais do programador do modelo do que no aprendizado.

O autor finaliza o artigo sugerindo que muito da prática do ensino de língua hoje se faz dentro de uma grande distância entre a sala de aula e o laboratório, e que dentro de uma abordagem cognitiva, é necessário um modelo que leve em conta o aspecto funcional da língua.

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