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Date Posted: 05:32:10 05/02/05 Mon
Author: Valdênia Almeida
Subject: Semana 10 - Abordagens Cognitivas

LIG 905 – Seminário de Tópico Variável em LA ao Ensino de Língua Estrangeira
Profa. Dr. Vera Menezes
Aluna: Valdênia Carvalho e Almeida


Mitchel e Myles discorrem acerca de abordagens cognitivas na aprendizagem de segunda língua. Os autores abordam pesquisadores cognitivistas que seguem duas abordagens distintas: 1) Abordagens processuais que têm interesse em investigar como aprendizes de segunda língua processam a informação lingüística e como essa habilidade de processar se desenvolve com o passar do tempo; 2) Abordagem construtivista ou emergentista que consideram o processo de aprendizagem como um todo, ou seja, eles não separam o desenvolvimento processual do desenvolvimento do sistema lingüístico.

No primeiro grupo, Mitchel e Myles apresentam os modelos de processamento de informação de McLaughlin e o modelo ACT de Anderson. McLaughlin apresenta a noção de automatização baseada em trabalhos de psicólogos que pregam que o processamento da informação pode ser controlado ou automático. Assim, McLaughlin defende que primeiramente o aprendiz desenvolve um processamento controlado que envolve a ativação e seleção de nova informação. Essa informação estaria armazenada na memória de curta duração. Através da repetição dessas ativações a informação se torna automática, sendo então armazenada na memória de longa duração. O modelo ACT de Anderson também é centralizado na noção de automatização. Neste modelo, o conhecimento declarativo se torna conhecimento processual. O movimento de um conhecimento para o outro se dá em três estágios: 1) O estágio cognitivo no qual a descrição do processo é aprendida; 2) estágio associativo no qual um método para desenvolver o processo aprendido é aplicado; 3) Estágio autônomo no qual a habilidade se torna mais rápida e automática.

O’Malley e Chamot (1990) discutem a implicação pedagógica do modelo de Anderson. Segundo os autores, os aprendizes seriam beneficiados com o ensino de estratégias de aprendizagem, pois estariam aprendendo a desenvolver o estágio 2 do modelo ACT.

Em seguida, Mitchel e Myles apresentam a teoria da processabilidade esboçada por Pienemann (1998). A teoria da processabilidade se interessa em como o aprendiz adquire mecanismos computacionais que operam na construção do conhecimento lingüístico. Dentro da teoria, Pienemann explica como o aprendiz segue uma rígida rota no seu processo de aquisição de certas estruturas. Essa noção de rota implica que algumas estruturas só são aprendidas após outras. Seria esse o fenômeno da teachability.

Na visão construtivista ou emergentista da aquisição de segunda língua, os autores destacam a abordagem conexionista. De acordo com o conexionismo, a aprendizagem ocorre baseada em processos associativos e não na construção de regras abstratas. Para o conexionismo o aprendiz é sensível às regularidades do insumo e consegue extrair do mesmo os padrões presentes nessas regularidades. Assim, a aprendizagem ocorre quando esses padrões são reforçados pela repetição da ativação. Os conexionistas acreditam que a língua tem que ser estudada dentro da arquitetura cerebral e fazer uso da informação neurológica.

Assim como Mitchel e Myles, o autor Nick Ellis faz menção às abordagens cognitivas. Ellis comenta que o objetivo dos lingüistas cognitivos é entender como as regularidades da sintaxe emergem. O autor apresenta a abordagem emergentista que acredita que a complexidade da língua emerge de processos desenvolvimentais relativamente simples. Emergentistas têm seu foco de estudo no processo de aquisição de segunda língua e não no mecanismo de aquisição.

Em seguida, o autor fala do conexionismo que sugere um modelo do fenômeno lingüístico baseado em redes neurais. Os conexionistas testam suas hipótese acerca da emergence de representações avaliando a eficiência de suas implicações como um modelo de computador. Este modelo seria constituído de neurônios artificiais conectados paralelamente.

O autor apresenta três métodos usados nas abordagens cognitivas: 1) A observação. Para se entender a aquisição, primeiro deve-se ser capaz de observar a aquisição; 2) A experimentação. Para se investigar os efeitos do insumo na aquisição de estruturas lingüísticas deve-se pensar no melhor instrumento de coleta do insumo do aprendiz. Assim, experimentos são feito em laboratórios permitindo que todo o processo seja monitorado e que as variáveis sejam controladas; 3) A simulação que tem como objetivo testar a adequação de teorias.

Concluindo, o autor fala da aplicação das abordagens cognitivas. Segundo Ellis, as abordagens cognitivas acreditam que um modelo funcionalista da linguagem baseado no uso da mesma seria o mais apropriado. Essa abordagem advoga que a linguagem não pode ser separada de sua função e que a aprendizagem de uma língua requer no mínimo dez mil horas dedicadas a tarefas. Ellis ainda ressalta que uma instrução efetiva é promovida quando instrutores compreendem o domínio do problema e avaliam suas práticas.

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