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Date Posted: 14:07:04 04/25/05 Mon
Author: Andrea Ulisses
Subject: Semana 8 Gramatica Universal

SEMANA 9 – GRAMATICA UNIVERSAL
MITCHELL, R; MYLES, F. The Universal Grammmar aproach. In : MITCHELL, R; MYLES , F. Second Language Learning theories. London: Arnold, 2004. p. 52-94

A gramática universal proposta pelo lingüista americano Noam Chomsky, de acordo com Mitchel e Myles (2004), tem sido uma das abordagens lingüísticas de maior influencia nas pesquisas sobre aquisição de primeira língua mais recentemente. O principio fundamental dessa teoria baseia-se na caracterização da língua e na busca de resposta para as seguintes questões: O que constitui o conhecimento da língua
Como o conhecimento sobre a língua é adquirido
Como o conhecimento da língua é posto em uso.
De acordo com os autores os objetivos da lingüística teórica são: definição do que as línguas têm em comum, definição das características distintivas que tornam as línguas humanas diferentes de outros sistemas de comunicação e de que forma as línguas humanas diferem uma das outras. Na tentativa de criar hipóteses que embasem essas afirmações a abordagem da gramática universal dirá que todo ser humano herda uma série de princípios e parâmetros universais, que controlam e moldam as línguas e as tornam semelhantes umas as outras. Assim, esses princípios seriam invariáveis e aplicáveis a toda língua natural; enquanto os parâmetros teriam valores abertos limitados o que caracterizaria as diferenças entre as línguas.
O programa minimalista idealizado por Chomsky defende a idéia da que o núcleo da linguagem humana é o léxico. Este por sua vez subdividiria-se entre duas grandes categorias; as lexicais (classe de palavras) e as funcionais (determinantes, auxiliares, flexões etc). Sendo assim, as categorias lexicais e funcionais constituiriam o conhecimento da língua, mas apenas esta hipótese não explicaria, por exemplo, como a língua é adquirida.
Chomsky acredita que nenhuma criança adquiria sua L1 tão rapidamente e sem grandes esforços, se não houvesse as faculdades inatas para linguagem ajudando-os e guiando-os.
Entretanto, ele não explica um problema lógico de aprendizado a respeito de insumos desorganizados, pois a criança mesmo sendo exposta a eles é capaz de criar representações mentais que vão além dos insumos aos quais foram expostas. Aprendizes de L2, também passam pelo mesmo problema, tendo de construir a gramática da L2, baseando-se em insumos mais ou menos fragmentados. Contudo, o aprendiz de L2 não fará essa construção exatamente como uma criança, pois já são falantes ideais de uma língua e já possuem representações mentais da mesma.
Muitos argumentos sustentam a existência das faculdades inatas para a linguagem em crianças, porém não são o bastante para justificar a existência de um modulo especifico pra línguagem no cérebro. Também não é possível afirmar que a aquisição da língua esteja vinculada a inteligência, pois esta será invalidada pela existência de crianças com déficit lingüístico e que desenvolveram a língua normalmente. Evidências contrárias também foram encontradas; crianças cognitivamente normais, mas com prejuízos lingüísticos grandes.
Mas como questionam Michell e Myles (2004) como deveria ser esta faculdade para linguagem ou gramática universal? Parece que os estágios iniciais de aprendizagem de L1, consiste em uma série de princípios universais. Um desses princípios seria de dependência estrutural (structure – dependency ), isto é, a língua está organizada de tal forma, que as palavras são agrupadas em níveis hierárquicos, este agrupamento é chamado de frase. O contra-ponto desse sistema seria as categorias funcionais, esses itens funcionais, sendo palavras ou morfemas, também terão frases atachadas a eles, como os têm os itens lexicais, apenas diferem tendo a palavra função ou morfema como núcleo da frase. Portanto, o programa minimalista, sugere que a faculdade para linguagem consiste em um procedimento computacional que pouco varia entre línguas e léxico.
Entretanto a parte variável está relacionada aos parâmetros que, lida com a forma como as frases são estruturadas. Cada frase tem um elemento central; ‘head’ se este elemento for um substantivo a frase será nominal. Se for um verbo ela será verbal. Uma das suposições sobre as quais as línguas variam é sustentada pela posição desse elemento em relação a outros elementos da frase (os complementos). Se este elemento central aparece sempre antes de seu complemento, a língua é denominada head-first, como é o caso do inglês. Mas se o complemento preceder o elemento central, como ocorre com o japonês, a língua é denominada head-last.
Dessa forma, Mithell and Myles (2004) nos levam a concluir que através dos princípios e parâmetros é possível uma maior compreensão sobre os processos mentais que a criança e também o aprendiz de L2 realizam para adquirir a L1 e a L2. Embora alguns pesquisadores defendam a idéia de que o aprendiz adulto não terá exatamente o mesmo processo de aquisição de uma criança, muitas semelhanças entre eles também foram evidenciadas. Por conseguinte, ainda advogam que há um período crítico para aquisição, no qual a gramática universal estará disponível para a criança aprendiz de L1 e L2, mas não para o adulto aprendiz.

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