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Date Posted: 16:15:22 03/28/05 Mon
Author: Rômulo Francisco de Souza
Subject: Semana 5 - Panorama Geral sobre Teorias de Aquisição

FALE/POS-LIN - 1º semestre de 2005
Disciplina: LIG909/Turma: U Lingüística Aplicada a Línguas Estrangeiras

Aluno Rômulo Francisco de Souza
Professora: Vera Menezes.
semana 5: 28 de março de a 01 abril

Panorama geral sobre teorias de aquisição

Textos:

GITSAKI, C. Second language acquisition and theories: overview and evaluation. Disponível em http://www.joho.nucba.ac.jp/JCISarticles/gitsaki4298.pdf

KIYMAZARSLAN, V. A discussion of language acquisiton theories. Disponível em http://maxpages.com/thena/ladiscussion


Resumo:

O texto de Kiymazarlsan apresenta um resumo sobre algumas das principais teorias de aquisição de linguagem. Algumas dizem respeito principalmente à aquisição da língua materna, outras à aquisição de segunda língua/língua estrangeira. Além de apresentá-las resumidamente, o autor faz algumas crítica/avaliação a respeito das mesmas.

A maior parte das teorias de aquisição de linguagem são construídas a partir dos conhecimentos da linguística e da psicologia. Portanto a ênfase nos elementos participantes do processo de aquisição de linguagem podem variar de uma teoria para outra.

As teorias de aquisição de linguagem são construídas em torno de duas perspectivas: "nurture" e "nature", ou seja, "empiricístas" e "inatistas".

Teorias empiricístas defendem que a aquisição de linguagem se dá principalmente pelas experiências empíricas do aprendiz, pelas suas interações com o ambiente. Apesar de atribuir um maior peso as relações aprendiz com o ambiente, ela não nega totalmente a presença de fatores inatos no processo de aquisição.

Teorias "inatístas", por outro lado, atribuem um maior peso a fatores inatos, ainda que também não neguem a importância de estímulos do ambiente.

Tendo-se em mente esses dois paradigmas, são apresentadas as principais teorias de aquisição de linguagem.

1) Zona de desenvolvimento proximal de Vygotsky:

O ponto de vista de Vygotsky é o de que a interação social exerce um papel fundamental no processo de aprendizado. Ele dá uma ênfase especial ao papel da "linguagem compartilhada" no desenvolvimento do pensamento e da linguagem. Esse termo refere-se à interação social.

A zona de desenvolvimento proximal refere-se à distância entre o nível de desenvolvimento atual da criança, determinado pelo poder de resolução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado pelo resolução de problemas através da ajuda de adultos ou colegas com maior conhecimento. As crianças precisam ser expostas a interações sociais antes para que possa construir suas "fontes interiores".

Isso pode ser visto observando-se o que uma criança faz quando está sozinha e quando está acompanhada. Quando uma criança está sozinha ela permanece mais tempo em silêncio (produz menos discurso egocêntrico). Quando ela esta, por exemplo, brincando com outra criança ela fala mais (produz mais discurso egocêntrico). Esse discurso egocêntrico teria uma função importante no aprendizado.

Segundo Kiymazarlsan, algumas críticas podem ser feitas: 1) não está claro o que Vygotsky chama de "fontes interiores". 2) Vygotsky enfatiza o papel do "discurso egocêntrico" mas não os processos cognitivos da criança.

2) O comportamento verbal de Skinner:

Essa teoria simplesmente postula que a aquisição da linguagem é o resultado de um conjunto de hábitos. Esse ponto de vista foi influenciado pela teoria geral de aprendizado descrita pelo psicólogo John B. Watson em 1923, chamada Behaviorismo.

Segundo o Behaviorismo, o conhecimento é o produto da interação com o ambiente através da condição estímulo-resposta. Tal interação funciona da seguinte forma: um organismo recebe um estímulo do ambiente. Esse organismo, capaz de aprender, oferece uma resposta ao ambiente e então recebe uma reforço positivo. Se esse ciclo se repetir algumas vezes, esse organismo será condicionado a dar sempre a mesma resposta a um determinado estímulo.

Em 1957 Skinner adaptou a teoria Behaviorista à aquisição de segunda língua. A interação acontece da seguinte forma: um aprendiz de língua materna ou segunda língua recebe "input" linguístico de um outro falante e, em seguida, um reforço positivo quando consegue imitar ou repetir corretamente tal falante.

3) Visão de Piaget sobre a aquisição de linguagem

Segundo Piaget o aprendizado depende do desenvolvimento, ou seja, os aprendizes só conseguem aprender quando estão prontos para isso.

O sua opinião era a de que a aquisição da linguagem era, principalmente, o resultado de fatores externos e interações sociais.

4) Teoria cognitiva: a respeito da aquisição da linguagem:

Psicólogos cognitivistas enfatizam a idéia da importância do significado, conhecimento e compreensão. Aprender seria um processo significativo de relacionar novos eventos ou itens a conceitos cognitivos já existentes. Isso envolve representações internas que guiam a performance. No caso de aquisição de linguagem, essas representações são baseadas em sistemas linguísticos e envolvem procedimentos para selecionar vocabulário apropriado, regras gramaticais, e convenções pragmáticas que governam o uso da língua.

5) A teoria do discurso

A teoria do discurso é resultante de uma teoria de uso da linguagem. Segundo a teoria do discurso a aquisição de linguagem será bem sucedida quando o aprendiz souber como e quando usar a linguagem em suas várias configurações e quando ele tiver sucesso no uso das várias competências, como a competência gramatical e pragmática.

O ensino comunicativo de línguas se encaixa nos preceitos dessa teoria.

6) Teoria de atos da fala:

Esta teoria diz que dizer algo é uma forma de fazer algo. Na teoria dos atos da fala, as interações apresentam dois tipos de significados:

a) O significado preposicional: refere-se ao significado básico e literal de uma palavra ou estrutura.
b) O significado ilocutório: refere-se ao efeito que o texto falado e escrito produz no ouvinte ou leitor.

7) A teoria da gramática universal:

Essa teoria diz mais respeito à aquisição de língua materna do que de segunda língua. Ela tenta esclarecer a relativamente rápida aquisição de L1 baseada na exposição mínima a input externo.

O problema lógico da aquisição da linguagem, de acordo com UG, é que o aprendizado de linguagem deveria ser impossível sem o "universal language-specific knowledge".

Frente à dúvida sobre a presença da UG durante o processo de aquisição de segunda língua por adultos, há as seguintes opiniões:

a) Acesso direto: A aquisição de segunda língua é como a de primeira língua. O dispositivo de aquisição de linguagem (LAD) está envolvido.

b) Sem acesso: Aprendizes de L2 usam sua capacidade geral de aprendizado.

c) Acesso indireto: somente aquela parte da UG que foi usada na aquisição de L1 é usada na aquisição de L2.

Adeptos dessa teoria, por exemplo, acreditam que tanto as crianças quanto adultos utilizam princípios universais similares quando estão aprendendo linguagem.

8) O modelo do Monitor:

Esse modelo consiste em 5 hipóteses.

a) A hipótese do aquisição versus aprendizado:
Nessa hipótese, Krashen sugere que adultos têm dois modos diferentes de desenvolver competência em segunda língua: aquisição e aprendizado.

A aquisição seria um processo inconsciente, idêntico, em todas as características importantes, ao processo que as crianças utilizam para aprender a sua primeira língua.

O aprendizado seria um processo consciente que resultaria no conhecimento sobre as regras da língua.

b) A hipótese da ordem natural

Segundo essa teoria, as estruturas gramaticais são adquiridas segundo uma progressão pré-determinada. Certas estruturas gramaticais ou morfemas são adquiridos antes na aquisição de primeira língua e há uma ordem natural similar na aquisição de segunda língua.

c) A hipótese do input:

Essa hipótese refere-se à aquisição, não ao aprendizado. Krashen afirma que as pessoas adquirem melhor a língua ao compreender insumo que esteja um pouco além do seu nível atual de competência. O insumo deve ser relevante e não gramaticalmente sequenciado.

d) A hipótese do monitor
O monitor seria um aspecto do processo de "aprendizado" (não de aquisição). Segundo Krashen, o conhecimento adquirido seria usado para promover a "fluência" em segunda língua. Já o conhecimento aprendido seria usado para monitorar o uso da língua. Krashen sugere 3 condições para o uso do monitor a) É necessário tempo suficiente para o monitoramento; b) o foco tem que ser na forma e não no significado; c) o aprendiz deve conhecer as regras da língua.

e) A hipótese do filtro afetivo

O estado emocional do aprendiz pode ser comparado a um filtro que permite ou não a passagem do insumo necessário para aquisição. O filtro é "afetivo" por causa dos fatores que regulam sua intensidade: auto-confiança, motivação e estado de ansiedade.

Gitsaki também expões algumas teorias de aquisição de segunda língua em seus texto. Ela porém não as classifica levando-se em consideração os paradigmas "nurture" e "nature", mas segue os critérios de classificação de teorias propostos por Mclaughlin (1987). Dessa forma a classificação será de acordo com a “forma” da teoria (indutiva ou dedutiva) e com o seu conteúdo (micro ou macro).

A autora também abre uma seção para discutir sobre avaliação de teorias. Mais uma vez, ela menciona Mclaughlin (1987): basicamente dois critérios serão usados para avaliar uma teoria: 1) a sua "Definitional acuracy", ou seja, os conceitos de uma teoria devem ser definidos em um modo que qualquer ambiguidade ou confusão sejam eliminados e diferentes pessoas possam interpretá-la da mesma maneira; 2) o seu "explonatory power". Esse conceito é medido pela correspondência de uma teoria aos fatos que essa teoria pretende explicar.

Após fazer uma introdução que discute sobre questões ligadas a uma teoria em geral, Gitsaki faz um pequeno resumo sobre algumas teorias de aquisição de segunda língua.

Assim como Kiymazarlsan, ela fala sobre o Modelo do Monitor de Krashen, Teorias sobre a Gramática Universal e Teorias Cognitivas. Ela acrescenta ainda discussões sobre as seguintes teorias:

1) Teorias da Interlíngua:

O termo "interlíngua" foi usado pela primeira vez por Selinker (1969) para descrever o estagio linguístico pelo qual o aprendiz de segunda língua passam durante o processo de domínio da segunda língua.

De acordo com Selinker (1972), a interlíngua é uma gramática temporária, sistemática e composta por regras. Essas regras seriam o produto de 5 principais processos cognitivos:

a) "Overgeneralization": algumas das regras da interlíngua podem ser resultantes de uma supergeneralização de regras específicas da língua alvo.

b) "Transfer of training": algumas das regras da interlíngua podem resultar da transferência de elementos específicos da "forma" como o aprendiz é ensinado.

c) "Stratgies of second language learning": algumas das regras da interlíngua podem resultar da aplicação de estratégias de aprendizado de segunda língua.

d) "Strategies of second language communication: algumas das regras da interlíngua podem ser resultado de estratégias utilizadas por aprendizes, quando a sua intenção é comunicar com um falante nativo da língua alvo.

e) "Language transfer": algumas das regras da interlíngua podem ser resultado da transferência da primeira língua do aprendiz.

Adjemian (1976) adota uma abordagem diferente para a interlíngua. Ele tenta descrever a natureza do sistema da interlíngua. Ele argumenta que interlínguas são línguas naturais, mas que são únicas no sentido de que sua gramática é permeável.

Tarone (1979, 1982) Descreve a interlíngua como um contínuo de estilos de fala.

O papel da língua materna (L1) na aquisição da língua alvo (L2) foi re-examinado sob o domínio da teoria da interlíngua.

2) O modelo multidimensional:

No modelo multidimensional, o estágio de aquisição do aprendiz da língua alvo é determinado por duas dimensões: “The learner's developmental stage” e “the learner's social-psycological orientation”.

O estágio de desenvolvimento do aprendiz é definido pelo "acuracy orders" e sequências de desenvolvimento, mas dentro de um estágio, os aprendizes podem se diferenciar por causa da sua orientação sócio-psicológica, que é independente do estágio. Por exemplo, um aprendiz socialmente integrado terá mais chances de aprender a língua alvo do que um aprendiz socialmente segregado.

3) Acculturation/Pidignization Theory:

Segundo Schumann (1978), a aquisição da segunda língua é só um aspecto da aculturação, e quanto maior for o grau com que o aprendiz é aculturado pela cultura da língua alvo, maior será o seu grau de aprendizado dessa língua.

A distância de um aprendiz com relação à cultura a que pertence a língua-alvo pode ser social ou psicológica.

A distância social refere-se ao aprendiz como um membro de uma grupo social que está em contato com outro grupo social cujos membros falam uma língua diferente.

A distância psicológica resulta de um número de diferentes fatores afetivos que dizem respeito ao aprendiz como um indivíduo, como um choque linguístico ou cultural.

Se a distância cultura for grande, a aculturação é impedida e o aprendiz não terá progressos além dos primeiros estágios de aquisição.

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