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Date Posted: 18:23:34 04/04/05 Mon
Author: Rômulo Francisco de Souza
Subject: Semana 6- Panorama Geral sobre teoria de aquisição

FALE/POS-LIN - 1º semestre de 2005
Disciplina: LIG909/Turma: U Lingüística Aplicada a Línguas Estrangeiras
Aluno Rômulo Francisco de Souza
Professora: Vera Menezes.
semana 6: 4 a 8 abril

Panorama geral sobre teorias de aquisição

LARSEN-FREEMAN, D; LONG, M.H. Theories second language acquisition. (7.3 em diante) In: LARSEN-FREEMAN, D; LONG, M.H. An introduction to second language acquisition research. London: Longman, 1991. p.227-298
ELLIS, R. Theories of second language acquisition. In: ELLIS, R. Understanding second language acquisition. Oxford: Oxford University Press, 1985. p. 248 a 282


O texto de Larsen-Freeman e Long, apresenta uma série de teorias a respeito da aquisição de segunda língua, bem como alguma crítica a respeito das mesmas.

Os autores classificam as teorias em três grandes grupos: "nativist", "environmentalists" e "Interacionists".

"Nativists theories" são aquelas torias que atribuem a aquisição a um dote biológico que torna possível o aprendizado. Em alguns casos esse dote biológico seria específico para a linguagem, em outros seriam um conjunto de noções cognitivas gerais, e, em outros, ainda, seriam ambos: princípios linguísticos e noções cognitivas gerais.

"Environmentalists theories" defendem que o ambiente e as experiências do aprendiz são mais importantes para a aquisição do que as contribuições inatas. Teóricos dessa linha tipicamente atribuem às contribuições inatas simplesmente o papel de prover à espécie uma estrutura interna que será moldada por forças do ambiente.

"Interacionist theories" considera tanto fatores naturais quanto relativos ao ambiente para explicar o aprendizado da língua. Portanto são mais complexas do que as "nativists" e "environmentalists".

No grupo das teorias nativistas, os autores colocam as seguintes teorias:

1) A gramática universal de Chomsky:

Segundo essa teoria, o ser humano seria dotado de com um "universal language-specific knowledge", ou o que Chomsky chama de Gramática Universal. O argumento principal dessa teorias, comumente conhecida como o problema lógico da aquisição de linguagem, seria o seguinte: o aprendizado de língua seria impossível sem um sistema inato porque os dados de input não são ricos o bastante para tanto. Segundo Chomsky o input seria pobre em dois aspectos: a) ele é "degenerado", no sentido em que é inadequado em várias maneiras: fragmentado, eliptico, "false starts", etc, (e outros aspectos provocados pela pressão do tempo nas interações orais em tempo real) e b) normalmente ele não apresenta "evidências negativas" sobre a estrutura da língua, ou seja, não mostra ao falante uma estrutura impossível na sua língua, apenas estruturas possíveis. Dessa forma é necessário um mecanismo interno que reconheça o tipo de estrutura positiva ao entrar em contato com a mesma.

2) A teoria do Monitor de Krashen: segundo formulações mais recentes (Krashen 1985), a teoria do Monitor é composta por 5 itens:

a) Hipótese da aquisição versus aprendizado: segundo essa hipótese há dois principais meios independentes parao aprendizado de segunda língua: a aquisição e o aprendizado. A aquisição se refere a um processo subconsciente usado pelas crianças no desenvolvimento de sua primeira língua. Aprendizado seria um processo consciente de aprendizado do sistema de regras da segunda língua.

b) Hipótese da ordem natural: segundo essa hipótese as regras da língua alvo são adiquiridas em uma ordem prevista. Essa ordem não reflete as sequencias instrucionais de sala de aula.

c) Hipótese do monitor: essa hipótese relaciona a aquisição e o aprendizado durante a performance em segunda língua. O sistema adiquirido pelo aprendiz seria responsável pela produção da segunda língua, enquanto o sistema aprendido seria responsável por monitorar essa produção (corrigi-la se necessário).

d) Hipótese do filtro afetivo: Segundo Krashen varios fatores afetivos, incluindo motivação, auto-estima eansiedade, têm um papel decisivo na aquisição. Segundo ele, tais fatores regulam o aumento ou a diminuição do filtro afetivo, o quer impedirá ou não a passagem do input.

"As pessoas adiquirem segunda língua somente se elas obtiverem insumo compreensível e se os seus filtros afetivos estiverem suficientemente baixos para permitir a entrada do input." (krashen 1985, p4)

No grupo das "tories environmentalists" os autores citam as seguintes teorias:

1) Hipótese da pidginização de Shumann e modelo da aculturação:

Essa teoria foi elaborada por Sschumann a partir da observação dos problemas de aquisição de um costariquenho, aprendiz de inglês como L2, chamado Alberto. Aos poucos, os estudos de Schumann sobre esse caso teve como objetivo explicar porque a aquisição de Alberto era tão limitada. Schumann testou a habilidade cognitiva desse aprendiz submetendo-o a um teste de inteligência adaptativa de Piage. Frente a esse teste, a sua performance foi normal. A idade do aprendiz foi rejeitada como fator determinante da sua limitação em aprender o inglês porque muitos outros aprendizes mais velhos que ele tinham tido melhor desempenho que ele no aprendizado. Após essas constatações, Shcumann observou que a distância social e psicológica do aprendiz em questão em relação à lingua alvo, lhe pareceu ser a melhor explicação para o problema.

Segundo Schumann a distância social consiste em oito fatores:

a) Dominância social: (dominância, não dominância, subordinação). Alberto era membro de um grupo social politicamente, culturalmente, economicamente e tecnicamente subordinado (e por isso distante) do grupo alvo.

b) Padrão de integração: (assimilação, integração, preservação)

c) Enclosure. Ele era membro de de um grupo que tinha sua igreja, seus clubes, seu jornal, etc. Era um grupo fechado.

d) Coesão: Ele era membro de um grupo coeso que tendia a evitar contato com os grupos falantes da língua alvo.

e) Tamanho: Ele era membro de um grupo grande. Isso facilita as relações intra-grupais e dificulta as relações inter-grupais.

f) Congruência Cultural: O grupo de alberto e o grupo alvo não eram culturalmente congruentes.

g) Atitude: Como o acesso ao grupo de Alberto era duro, a atitude dos grupos externos eram frequentemente hostis ou neutra.

h) Intended length of residence: o tempo que Alberto permanecia nos ambientes ensino de ingles eram relativamente curtos.

Enquanto a distância social consiste em um grupo de fenômenos, a distância psicológica é um construto que envolve 4 fatores afetivos de nível individual: "language shock, culture shock, motivation and ego permeability”.

O observação da interlíngua dos alunos do grupo de Alberto, inclusive daqueles que se desenvolveram mais, eram linguisticamente semelhantes em fases iniciais e que existiam similaridades entre o contexto social e as dimensões psicológicas do contexto de aprendizado de Alberto e ainda as condições associadas ao processo de pidgnização, fizeram com que Schumann afirmasse que o processo que envolve a pidgnização e os primeiros estágios de "naturalistics SLA" eram análogos e universais.

Os autores colocam as seguintes teorias no grupo das teorias interacionistas:

1) Teoria funcional-tipológica de Givon e SLA

O objetivo de Givon seria o de fazer uma teoria unificada de todos os tipos de mudança linguísticas, incluindo aquisição de linguagem.

Givon afirma que os sistemas linguisticos dos falantes de desenvolvem de uma base discursiva, de um modo mais pragmática para um modo mais sintático.

2) O modelo multidimensional do Grupo Zisa:

Um dos principais focos da pesquisa original do grupo alemão Zisa foi a ordem das regras de aquisição de palavras do alemão como segunda língua. Foi descoberto que, após um período inicial durante o qual a produção do aprendiz consistia em palavras e formulas isoladas. Tanto crianças como adultos, passariam pelos 5 estágios de desenvolvimento:

a) Estágio X: ordem canônica (SVO)
b) Estágio X + 1: adverb preposing (ADV)
c) Estágio X + 2: Verb saparation (SEP)
d) Estágio X +3: Inversion (INV)
e) Etágio X + 4: Verb-end (V-end)

Essa foi uma das dimensões do modelo, ou seja, o "eixo de desenvolvimento". O modelo, no entanto, é chamado de "multidimensional" porque considera uma segunda dimensão para SLA: o "eixo variacional". Enquanto a sequência relativas ao "eixo de desenvolvimento" seriam invariantes, reconhece-se que aprendizes, individualmente, seguem caminhos diferentes, em SLA, em termos do grau com que eles mostram uma orientação padrão predominante, favorecendo "accuracy", ou predominantemente, favorecendo a eficácia comunicativa.

O texto de Ellis também apresenta uma série de teorias em SLA. Foram selecionadas algumas teorias que assumiram um papel central na pesquisa em SLA. Elas refletem uma variedade de perspectivas evidentes no campo da SLA.

Segundo Ellis, as teorias explicitadas diferem umas das outras em termos do que elas procuram explicar ("the assembly mechanism", que governa "como" SLA acontece ou "the power mechanisms" que explicam "por que" SLA acontece, ou ambos). Elas também se diferenciam em como se chegou ao modelo, ou seja, algumas delas são resultados de "theory-then-research" (parte-se da teoria para controlar a pesquisa) ou de "research-then-theory" (parte-se da pesquisa para de formular a teoria).

Assim como Larsen & Freeman and Long, Ellis explicita os seguintes modelos: 1) O modelo da Aculturação; 2) O modelo do Monitor; 3) e o modelo da Gramática Universal.

Ellis, no entanto, também explicita os seguintes modelos:

1) "The accommodation Theory de Giles":

O seu objetivo primário foi o de investigar como o uso intergrupal da linguagem reflete as básicas atitudes sociais e psicológicas na comunicação inter-étnica.

A teoria da acomodação compartilha certas premissas com o Modelo da Aculturação, mas diferencia-se da mesma em vários aspectos. Assim como Schumann, Giles também está interessado em considerações sobre o sucesso da aquisição da linguagem. Ambos buscam suas respostas nas relações entre o grupo social do aprendiz ("ingroup") e o grupo social cuja língua é a língua alvo do aprendiz ("outgroup"). Enquanto Schumann explica essas relações em termos de variáveis que criam reais distâncias sociais, Giles o faz em termos de "distância social percebida". Giles argumenta que o importante é como o "ingroup" define a si mesmo em relação ao "outgroup". Para Giles, as relações intergrupais são dinâmicas e flutuam de acordo com a visão da identidade de um grupo quando frente-a-frente com outro.

Giles concorda com Gardner (1979) que a motivação seja o determinante primário da proficiência em L2. Ele considera que o nível de motivação seja um reflexo de como um aprendiz define a si mesmo em termos étnicos. Isso seria governado por uma série de variáveis chave:

a) Identificação do aprendiz com o seu grupo étnico.

b) Comparação inter-étnica: se o aprendiz faz comparações favoráveis ou desfavoráveis entre o seu "ingroup" e o "outrgroup".

c) Percepção da vitalidade etno-linguística: Se o aprendiz vê o seu grupo tendo um alto ou baixo status e compartilhando ou não do poder institucional.

d) Percepção dos limites do "ingroup": Se o aprendiz vê o "ingroup" culturalmente ou linguisticamente separado do "outgroup".

e) Identificação com outros grupos relativos a outras categorias sociais

Em adição a isso, a teoria da Acomodação também leva em consideração o output linguístico produzido pelo aprendiz, ao determinar a proficiência alcançada em SLA.

Giles distingue dois tipos de mudanças que ocorrem durante o uso da L2 pelo aprendiz. Tais mudanças relacionam-se com uma maior ou menor presença de "marcas de discurso étnicas":

i) upward convergence: envolve a atenuação de marcas discursivas do ingroup. Isso ocorre quando o aprendiz está motivado em direção ao "outgroup".

ii) Downward divergence: envolve a acentuação de marcas étnicas discursivas do ingroup. Isso ocorre quando o aprendiz está negativamente motivado em direção ao "outgroup".

Na aquisição de segunda língua, o progresso acontece quando a predisposição do aprendiz direciona-se para "upward convergence". A fossilização, ao contrário, ocorre quando a predisposição geral do aprendiz direciona-se para "downward divergence."


2) Teoria do discurso:

Essa teoria segue a teoria de uso da linguagem, na qual a comunicação é tratada como uma matriz de conhecimentos linguísticos, e na qual o desenvolvimento da linguagem deveria ser considerado em termos de como o aprendiz descobre o significado potencial da linguagem pela participação na comunicação. É dessa forma que Halliday (1975) vê a aquisição de primeira língua.

Segundo Cherry (1979: 122) "Através da comunicação com outras pessoas, as crianças executam ações no mundo e desenvolvem as regras relativas à estrutura e ao uso da linguagem."

Em SLA esse ponto relativo a como o desenvolvimento acontece tornou-se conhecido como "Teoria do Discurso". Algumas de suas características principais são:

a) SLA segue uma rota natural no desenvolvimento sintático.

b) Falantes nativos ajustam seu discurso para promover uma negociação de sentido com falantes não nativos.

c) As estrátégias conversacionais usadas para negociação de sentido, e o input ajustado resultante, influencia a rota de SLA de várias maneiras

i) O aprendiz aprende a gramática da L2 na mesma ordem que a ordem do input.

ii) O aprendiz comumente adiquire fórmulas e depois analisa-as em suas partes.

iii) O aprendiz é ajudado a construir sentenças verticalmente; Estruturas verticais são precursores de estruturas verticais.

iv) Então, a rota natural é o resultado do aprendizado de como manter conversações.

3) O modelo da competência variável:

Esse modelo é baseado em duas distinções: uma se refere ao processo de uso da língua e outro ao produto. Segundo o modelo, a forma com que a língua é aprendida é um reflexo de como ela é usada.

a) O produto do uso da língua aparece em um contínuo de tipos de discurso que vai de um discurso completamente não planejado para um completamente planejado. (= competência, segundo widdowson 1984)

O processo de uso deve ser entendido em termos da distinção entre conhecimento linguístico (ou regras) e a habilidade para fazer uso desse conhecimento (procedimentos).

Widdowson (1984) refere-se esse conhecimento linguístico como "competência" e ao conhecimento dos precedimentos envolvidos no uso das regras na construção do discurso como "capacidade".

4) A teoria neurofuncional:

As premissas básicas de um ponto de vista neurofuncional de SLA é que há uma conexão entre funções da linguagem e anatomia neural. No entanto, é importante notar que "não há uma única "caixa preta" para a linguagem no cérebro" Hatch (1983a: 213). Não é possível identificar exatamente quais áreas do cérebro são associadas com o funcionamento da linguagem. Nesse caso é melhor falar na "maior contribuição de algumas áreas do cérebro em relação a outras sob certas condições".

Um ponto de vista neurofuncional sobre SLA tem considerado a contribuição de duas áreas do cérebro: a) o hemisfério direito (em oposto ao esquerdo) e b) as áreas do hemisfério esquerdo, os quais estudos clínicos têm mostrado associarem-se com a compreensão e produção de linguagem.

A abordagem neurofuncional também tende a focalizar alguns aspectos específicos da SLA: a) diferença de idades; b) formas de discurso; c) fossilização e 4) padrões de prática em sala de aula.

Lamendella's Neurofuncional Theory:

Lamendella distinque 2 tipos básicos de aquisição de linguagem:

a) Aquisição primária de linguagem: encontrada na aquisição de uma ou mais línguas em crianças de 2 a 5 anos.

b) Aquisição secundária de linguagem. é subdividida em:

bi) aprendizado de segunda língua (ambientes formais de aprendizagem)

bii) aquisição de segunda língua depois dos 5 anos (ambientes naturais de aprendizagem)

Dois tipos diferentes de sistemas neurofuncionais estão ligados a esses dois tipos de aquisição de linguagem. Cada um desses sistemas consistem em uma hierarquia de funções. Cada sistema tem um papel diferente no processo de informação.

Lamendella aponta dois sistemas como particularmente importantes para funcionamento da linguagem:

1) A hierarquia da comunicação: responsável pela linguagem e outras formas de comunicação interpessoal;

2) A hierarquia cognitiva: controla uma variedade de atividades de processamento de informação cognitiva que também fazem parte do uso da língua.

Aquisição primária de linguagem e a aquisição secundária de linguagem (bii) são marcadas pelo uso da hierarquia de comunicação. A aquisição de segunda língua, por outro lado, é marcada pelo uso da hierarquia cognitiva.

Lamendella afirma que SLA pode ser explicada neurofuncionalmente fazendo-se referência a 1) qual sistema neurofuncional é usado (o comunicativo ou cognitivo) e 2) qual o nível com o qual o sistema neurofuncional escolhido é envolvido.

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