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Date Posted: 06:52:16 03/07/05 Mon
Author: Valdênia Almeida
Subject: Semana 2

LIG 905 – Seminário de Tópico Variável em LA ao Ensino de Língua Estrangeira
Profa. Dr. Vera Menezes
Aluna: Valdênia Carvalho e Almeida

Em seu trabalho, Seidlhofer argumenta que não há estabilidade ou certezas quando se fala da Lingüística Aplicada. Na verdade, a LA tem sido denominada como uma área de dúvidas, crises de identidade e receio de uma possível fragmentação, dada a dificuldade de se demarcar o seu âmbito.
A autora, então, apresenta algumas definições de LA que merecem destaque. A definição do “Applied Linguistics Journal” que considera LA como o estudo da língua e dos problemas a ela relacionados e, as definições de Brumfit e Widdowson. Após falar sobre tais definições e o que elas implicam, a autora abre espaço para a apresentação de algumas controvérsias existentes entre os trabalhos de Ben Rampton, Christopher Brumfit e H. G. Widdowson. Trata-se de um diálogo textual onde cada autor expõe, explica e defende seu ponto de vista, às vezes de forma mais, ou, menos fervorosa, ficando Rampton de um lado e Widdowson e Brumfit de outro, ainda que este, ás vezes, também discorde de alguns posicionamentos de Widdowson.
Rampton se posiciona numa forte ligação com a prática, privilegiando-a acima da teoria e da lingüística acadêmica. O autor fala de uma LA socialmente constituída em contraposição a LA acadêmica.
Em resposta ao texto de Rampton, Brumfit declara que, ao contrário do que Rampton diz, ele não defende a versão generalista. Para o autor, a necessidade de um estudo trans-disciplinar da língua é imposta pela natureza do objeto de estudo, pois a linguagem está ligada ao comportamento humano e a processos mentais que, por sua vez, estariam ligados à sociologia, psicologia e outras disciplinas. Sendo assim, isolar a LA seria desvinculá-la do social que Rampton tanto preza. Brumfit ainda diz não estar tão ligado à teoria como interpretado por Rampton. É neste ponto que Brumfit vê seu trabalho diferente do de Widdowson, já que este autor estaria muito mais ligado na forma lingüística do que na prática da língua. Todavia, enquanto Rampton e Widdowson se colocam distintamente em posições opostas, Brumfit prefere falar de uma constante interação entre indivíduos mais inclinados a uma perspectiva e indivíduos mais inclinados a outras.
Porém, ao contrário de Brumfit, Widdowson não considera esta interação e opõe-se, fervorosamente, aos argumentos e interpretações de Rampton acerca de suas visões. Widdowson fala do princípio da atenção seletiva, argumentando que Rampton fez uso de suas palavras da maneira que melhor lhe servia. De acordo com Widdowson, ele não estaria totalmente ligado à teoria, mas não deixa de reconhecer o valor da mesma, pois, para ele a investigação acadêmica é necessária devido ao seu caráter reflexivo e a validade dos dados. O único problema envolvendo os acadêmicos é quando pensam que suas versões são as únicas possíveis, negando a validade de outras versões. Assim, em sua definição acerca da Lingüística Aplicada a qual estaria ligado, Widdowson apresenta uma LA como um processo de mediação intelectual entre problemas relacionados à língua e suas teorias.
Mais adiante, Rampton e Widdowson continuam sua “batalha” acerca das interpretações e “misinterpretations” de suas falas, numa discussão que aparentemente nos parece infinita e, que me leva a corroborar com a idéia de integração de Brumfit.

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