Author:
Filipe Santos Costa, DN, 25/06/05
|
[
Next Thread |
Previous Thread |
Next Message |
Previous Message
]
Date Posted: 25/06/05 9:34:00
In reply to:
Paula Sá, DN, 24/06/05
's message, "PS e PSD descem nas intenções de voto e comunistas sobem" on 24/06/05 17:14:01
Autárquicas preocupam PS - Lisboa está tremida, o Porto é dado como perdido. Só Faro e Sintra dão esperança
expectativas. Depois da campanha que deu maioria absoluta ao PS, socialistas temem penalização
Filipe Santos Costa, DN, 25/06/05
A perspectiva de Manuel Maria Carrilho falhar o objectivo de conquistar para o PS a Câmara de Lisboa é a principal preocupação dos socialistas em relação às eleições autárquicas de Outubro. Mas não é a única. Com o aumento da contestação social às medidas de austeridade anunciadas pelo Governo, aumenta também o nervosismo dos candidatos locais, perante a hipótese de serem castigados pelas decisões de José Sócrates. "A função pública não nos perdoa", dizia há dias ao DN um candidato socialista à presidência de uma câmara.
A vitória em Lisboa e no Porto foi colocada, no início do ano, como uma das principais metas do PS para as eleições locais, mas a sua concretização parece cada vez mais distante. Em Lisboa, as sondagens indicam que Carrilho está a perder terreno e que Carmona Rodrigues vai conseguindo recuperar o capital político que Santana Lopes desbaratou - apesar de o PS ter uma sondagem, encomendada pelo partido, que dá vantagem a Carrilho, o pessimismo na capital é cada vez maior. No Porto, não há sondagem que redima Francisco Assis todos os estudos de opinião dão vantagem a Rui Rio.
No início do ano, José Sócrates e Jorge Coelho colocaram como objectivos do PS, para além da vitória em Lisboa e Porto, ter mais câmaras do que em 2001 e ser o partido mais votado a nível nacional. Este último objectivo parece fácil de conseguir - até em 2001, apesar da hecatombe eleitoral do PS, os socialistas tiveram mais votos que o PSD. Mas, na questão do número de câmaras, o PS não só reconhece à partida que não conseguirá ultrapassar o PSD (que tem mais de 40 autarquias de vantagem) como admite agora que as perspectivas de crescimento não são brilhantes, sobretudo em autarquias grandes.
Nas capitais de distrito, por exemplo, o PS apenas conta roubar ao PSD a câmara de Faro. Na Área Metropolitana de Lisboa, Jorge Coelho aposta tudo em Sintra , mas Oeiras, que tanto agitou os socialistas, já é dada como perdida. O PS, que precisa de crescer, corre ainda o risco de perder câmaras importantes, como Santarém ou mesmo a Guarda, mas também autarquias pequenas, como Amarante (para Avelino Ferreira Torres) e Arganil.
A incerteza coloca-se sobretudo nas autarquias onde os candidatos do PS estão a poucos pontos da vitória. É aí, reconhecem os socialistas, que o clima nacional de contestação ao Governo pode prejudicar os candidatos do PS. Também a aposta em conquistar autarquias ao PCP pode sair frustrada são os comunistas quem está a liderar a contestação às medidas de austeridade de José Sócrates, o que pode dar aos seus candidatos locais um suplemento de simpatia junto do eleitorado.
Perante a perspectiva de derrota, são muitos os candidatos que, desde já, atiram para o Governo a responsabilidade pelos resultados. Mas a tese, avisa um responsável do Largo do Rato, não colhe - "Não é certo que sejamos penalizados pelas medidas impopulares do Governo, porque, nas sondagens, o PS continua a estar muito à frente", diz este dirigente socialista, numa referência aos estudos de opinião ontem divulgados sobre a popularidade do Governo.
Lisboa. Na capital, estão a confirmar-se os piores cenários para o PS. Por um lado, o PSD resolveu as suas divergências internas e Santana Lopes não está a atrapalhar Carmona Rodrigues, como esperavam alguns socialistas. Pior Carmona adoptou um estilo que se demarca do estilo truculento de Santana e de Carrilho, optando por uma pose serena de presidente da câmara (tem sido quase sempre ele a assumir esse papel).
Por outro, a guerra entre Carrilho e a concelhia do PS reflecte-se na eficácia da pré-campanha (ver texto em baixo). O candidato vai acumulando casos e gaffes o excesso de cartazes que mandou afixar, a imagem invertida da cidade que surgia num deles, o polémico vídeo de lançamento da campanha com a mulher, Bárbara Guimarães, e o filho a apelar ao voto no "papá", a polémica entrevista ao Expresso. Acontecimentos que a máquina do partido não perdoa, sobretudo porque não é tida nem achada na campanha - tudo depende de Carrilho e do publicitário Edson Athaíde. Daí as críticas que se ouvem dentro do próprio PS a uma estratégia "desligada da realidade", "que não mobiliza" e que "não dá respostas concretas" às preocupações dos munícipes.
[
Next Thread |
Previous Thread |
Next Message |
Previous Message
]
|