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Para que nunca mais aconteça o fascismo
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Date Posted: 19/05/05 12:58:00
In reply to:
Jorge Almeida
's message, "O Desplante do Jorge Cadima" on 19/05/05 10:21:38
(...)
A defesa e consolidação do poder soviético implicaram pesadas perdas territoriais: a Lituânia, a Estónia, a Letónia, a Bielorrúsia e a parte ocidental da Ucrânia ficaram sob ocupação alemã.
Em Março de 1918, as forças armadas de Inglaterra, França e EUA desembarcaram em Murmansk e Arcangel e ocupam a região do Norte. Em Abril, as tropas do Japão (e dos EUA) desembarcam em Vladivostok e começam a ocupar o Extremo Oriente. A Ásia Central e a Transcaucásia são invadidas pela Grã-Bretanha. Baku é tomada.
A Alemanha, ainda ontem em guerra com as potências da Entente, alia-se-lhes no combate contra o poder soviético. Viola os compromissos de Brest-Litovsk, apodera-se da Finlândia, ocupa os países bálticos, a Bielorrússia e a Ucrânia. Tropas turcas, romenas, gregas e outras desembarcam no litoral do mar Negro (Odessa, Sebastopol, etc.).
Na luta armada contra o país dos sovietes tomam parte 14 Estados. Três quartos do território e 60% da população soviética chegaram a estar sob o terror branco e a ocupação estrangeira. Só com a libertação do Extremo Oriente, em Outubro de 1922, e o abandono dos agressores japoneses, ficou o território soviético livre de guardas brancos e intervencionistas.
Na Grã-Bretanha, Churchill, então influente ministro inglês, tinha apelado para “estrangular o comunismo no seu próprio berço”. Este objectivo estava derrotado.
(...)
A 18 de Março de 1938, a URSS, apesar das fundadas razões para desconfiar das intenções dos círculos dirigentes da França e da Inglaterra, propõe a realização de uma Conferência em que participem representantes da URSS, Inglaterra, França, Polónia, Roménia e Turquia.
A 16 de Abril, Litvinov, comissário soviético dos Negócios Estrangeiros, propõe ao embaixador britânico em Moscovo a realização de um Pacto de Assistência Mútua entre a URSS, a Inglaterra e a França. Esse Pacto deveria ser reforçado por uma convenção militar entre os três Estados que garantiriam auxílio a todos os Estados da Europa Central e Oriental que se sentissem ameaçados pela Alemanha.
Esta proposta não teve resposta concreta e a 4 de Maio, Churchill, num discurso na Câmara dos Comuns, lamentava que a oferta soviética ainda não tivesse qualquer resposta por parte do governo inglês, pois considerava que “não existiam meios para manter uma frente oriental contra a agressão nazi sem a participação activa da União Soviética”.
A 8 de Maio, Chamberlain discursa nos Comuns e desdenhosamente afirma que a recusa às propostas soviéticas se deve a “uma espécie de muralha entre os dois governos extremamente difícil de penetrar”. Churchill, agora secundado por Loyd George, avisa de novo Chamberlain que deve negociar imediatamente com a URSS.
Pressionado por críticas de todos os sectores, Chamberlain decide-se a iniciar discussões com a URSS a 27 de Maio. A 30 de Maio, Molotov, o novo comissário soviético dos Negócios Estrangeiros, retoma a proposta de Litvinov de um pacto tripartido de assistência mútua de carácter puramente defensivo e que desse garantias a todos os Estados na Europa Central e Oriental, incluindo todos os Estados europeus limítrofes da URSS.
De imediato, tanto a Polónia como a Roménia, assim como os Estados Bálticos e a Finlândia recusaram qualquer garantia por parte da URSS.
A Polónia e a Roménia excluíram qualquer possibilidade de as tropas soviéticas cruzarem os seus territórios para enfrentar uma eventual agressão alemã.
Perante o impasse criado, Molotov convidou o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico a deslocar-se a Moscovo para negociações. Este recusou, por indicação de Chamberlain, mas os ingleses decidiram enviar um funcionário de segundo plano, William Strang, para negociar com os dirigentes soviéticos. Apesar de tudo, as negociações políticas continuaram com uma impressionante lentidão.
Em Julho, Molotov propõe a assinatura simultânea do Acordo político com o militar, hipótese que desagrada aos ingleses, mas com a qual acabam por concordar, por pressão dos franceses.
A missão militar inglesa, aliás como a francesa, é muito pouco representativa, sendo chefiada por um almirante reformado, Drax, que nem sequer levava credenciais para negociar. Por outro lado, levava instruções do seu governo para negociar vagarosamente e não revelar aos soviéticos qualquer informação sigilosa de carácter militar. A preocupação de andar devagar era tão grande que os ingleses viajavam de barco, demorando quase uma semana, quando podiam ter utilizado o avião.
As negociações iniciaram-se, sendo a delegação soviética dirigida pelo marechal Voroshilov, comissário da Defesa, e composta ainda pelos comandantes do Exército, Marinha e Força Aérea. Isto comprova o empenho soviético nas negociações, ao contrário dos ingleses e franceses que haviam enviado delegações de segundo nível e com poderes de decisão limitadíssimos. O embaixador alemão em Moscovo, Schulenburg, em telegrama enviado ao seu governo a 4 de Agosto declara: “o governo soviético está firmemente a concluir um tratado com a França e a Inglaterra”.
(...)
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