Subject: "um golpe objectivo do PS, para arranjar um pretexto visível para a sua luta contra o PCP"... |
Author:
Eduardo Miragaia
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Date Posted: 19/05/05 13:38:57
JN, 19/05/05
Testemunhos
Eduardo Miragaia
Jornalista
Inicia a sua colaboração no "República" em finais de 72, entrando para a secção de Desporto em meados do ano seguinte. O 25 de Abril de 74 apanha-o na Polícia Militar, de onde escreve uma carta a Otelo Saraiva de Carvalho, considerando que o seu "contributo para a revolução" será maior no jornal. Após o 19 de Maio de 75, já militante da UDP, coordenará a nova comissão de trabalhadores da empresa.
Ainda hoje sustenta que o que passou foi "um golpe objectivo do PS, para arranjar um pretexto visível para a sua luta contra o PCP. Como percebeu, desde cedo, que ia perder, achou que era melhor sair, criando assim um facto político. Lá que foi uma jogada de mestre, do ponto de vista da táctica política, isso foi. Basta ver a repercussão internacional do caso".
E o papel do PCP? "O PCP não teve nada a ver com aquilo. Se tivesse, provavelmente o jornal tinha durado mais tempo. Se alguém ali tinha influência era a UDP e outras correntes de Extrema-Esquerda. Mas não havia intenção de tomar o Poder lá dentro. A intransigência do PS é que foi total", insiste o actual editor da revista "Epicur", que lamenta ter-se desperdiçado, assim, "a possibilidade de fazer um jornal moderno, de Esquerda". E que se lembra bem da defesa armada das instalações pelas Brigadas Revolucionárias, ou da visita de personalidades ilustres, como Daniel Cohn-Bendit, figura de proa do Maio de 68 francês.
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