Author:
Ruben de Carvalho, DN, 18/09/05
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Date Posted: 18/09/05 9:46:36
In reply to:
Ruben de Carvalho, DN, 17/09/05
's message, "A tempestade não amainou" on 17/09/05 11:13:37
O 'assalto' ao poder
Ruben de Carvalho, DN, 18/09/05
Numa longa e, já se vê, nada inocente entrevista à Visão, o perfilado candidato à liderança do PSD António Borges desenvolve pouco imaginativamente o discurso "antipartidocracia" que parece ter passado a constituir temática obrigatória de qualquer candidato a líder... partidário...
António Borges fez a notável descoberta de que "os partidos transformaram-se em máquinas de assalto ao poder", o que torna inevitável uma pergunta ao astuto teórico antes de serem isso, os partidos eram o quê?
É evidente que o artifício é puramente formal, trata-se de dizer que os partidos "assaltam" o poder, o que os transforma nuns Zés do Telhado políticos e não aconteceria se se considerasse que os partidos são máquinas que visam, por exemplo a "conquista" do poder, o "exercício" do poder ou outro substantivo. Mediante, aliás e por exemplo, ganharem eleições, coisa que apesar de tudo é de supor que António Borges não considere um furto ou assalto.
Este mais que suspeito discurso antipartidos revela o seu carácter quando simplesmente se lhe coloca a interrogação alternativa então se não é mediante partidos e eleições que se chega ao poder, que metodologia defende António Borges para a escolha de quem o exerce? Surgirá certamente a apologia da "meritocracia", a indispensabilidade da competência e outros pressupostos, mas que mantêm integral silêncio sobre o fundamental: não se revelando - nem pessoal, nem programaticamente - por uma actividade político-partidária, não se sujeitando ao escrutínio eleitoral, como surgem esses "méritos"? Como se legitimam essas "competências"? De que forma ascendem (sem o assaltarem...) ao poder?
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