Subject: Os amores e desamores de Soares por Sócrates |
Author:
f. s. c. / p. b.
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Date Posted: 25/07/05 14:37:18
In reply to:
Fernando Penim Redondo
's message, "Às arrecuas" on 25/07/05 11:16:13
Os amores e desamores de Soares por Sócrates
Fez ontem exactamente um ano que Mário Soares acusou José Sócrates de "não ser de esquerda", mas antes um "neo-revisionista" que utiliza, "de vez em quando, adjectivos" para classificar a família política do PS como "esquerda moderna ou moderada". Soares considerava - na altura em que Sócrates, Alegre e João Soares disputavam a liderança do PS - que os "adjectivos são sempre susceptíveis de criar ambiguidades".
Já este mês, no programa Sociedade Aberta da SIC Notícias, Soares fez uma avaliação positiva da prestação do primeiro-ministro, mas deixou um aviso ao líder do PS "Que haja boas ideias no que respeita à estratégia quer para as autárquicas quer para as presidenciais. E que haja também uma boa estratégia para convencer os portugueses de que têm de passar por um mau momento se quiserem chegar a um bom."
Uma pesquisa sobre as relações de Mário Soares e José Sócrates, nos últimos dois anos, mostra também que a recandidatura presidencial do ex-chefe do Estado nem sempre recebeu o apoio entusiástico do actual líder do PS. Quando, a meio de 2003, se falou na hipótese de Soares avançar de novo para Belém, vários dirigentes socialistas, como António Costa e Maria de Belém, aplaudiram a ideia, mas Sócrates preferiu dizer que não era o "tempo para falar de presidenciais".
No final desse mesmo ano, Soares insistia na tese de que "faz sentido" que a esquerda se una para as eleições presidenciais", mas afastava dessa corrida os candidatos com perfil centrista ou "um socialista com medo de dizer a palavra em público". Um mês antes, Soares admitia apoiar Guterres contra um candidato de direita.
Em 2004, já com a coligação de direita liderada por Santana Lopes, o PS procura um novo líder e Sócrates era o grande favorito. Mário Soares, que apoiava o filho João, não perdia oportunidades para atacar Sócrates. Sem referir directamente o nome do actual líder do PS, novamente no programa Sociedade Aberta, o fundador do PS considerou que " a terceira via está num armazém de velharias".
No início deste ano, com eleições marcadas para Fevereiro, Mário Soares elogiou o programa eleitoral do Bloco de Esquerda, considerando que "foi o único partido que apresentou um programa estruturado, polémico, mas inteligente e original". Nesta altura, Soares insistia na necessidade de um entendimento de toda a esquerda.
Sócrates optou por levar o PS sozinho às urnas e conseguiu uma maioria absoluta. Um mês depois da vitória socialista, Soares considerava que o novo Governo estava "em estado de graça prolongado" e elogiava Sócrates pelo discurso de tomada de posse na Assembleia "É um discurso sério que assume completamente as responsabilidades e assume o que ele quer."
Em Abril, Soares voltava a falar das presidenciais para dizer que o candidato apoiado pelo PS tinha de promover "a unidade de esquerda". Alegre era uma possibilidade. No mês seguinte voltou à carga para garantir que apoiaria Alegre se ele fosse candidato e recusou a sua própria candidatura "Nem numa situação-limite." Soares explicou, há dois meses, que a sua candidatura "seria uma loucura" porque "a vida política tem de se renovar e não pode estar sempre ligada às mesmas pessoas".
Antes de partir para férias, no dia 13 deste mês, Soares fez a defesa do Governo, a propósito das medidas de restrição "Como é possível fazer omeletes sem partir os ovos? Não é possível! A direita conduziu- -nos à última das degradações." O fundador do PS, que há um ano olhava para Sócrates como um neo--revisionista, afirma-se "surpreendido pela positiva" com a actuação do primeiro-ministro.
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