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Date Posted: 11:25:54 05/29/06 Mon
Author: Margaret
Subject: Semana 12: 29-2 de junho - Modelo fractal de aquisição de línguas

Semana 12: 29- 2 de junho
Modelo fractal de aquisição de línguas In: BRUNO, F.C. (Org.) Reflexão e Prática em ensino/aprendizagem de língua estrangeira. São Paulo: Editora Clara Luz, 2005. p. 23-36
Volte à sua narrativa de aprendizagem e faça uma análise de sua trajetória de aprendizagem à luz do modelo fractal. Houve alguma coisa imprevisível que mudou o rumo de sua aprendizagem? Que reflexões sobre o ensino de línguas estrangeiras podemos fazer a partir desse texto?


O texto é introduzido com uma bela letra do compositor Lulu Santos que ilustra de forma brilhante o balanço da aprendizagem, do sistema complexo da própria vida da forma que se nos apresenta em sua dinâmica e constante mudança.
Riquíssimo em sua proposta, apoiado em sua principal afirmativa de que os modelos fornecidos são visões fragmentadas de partes de um mesmo sistema, o autor afirma que “é possível teorizar sobre a existência de alguns padrões gerais de aquisição”, mas deixa bem claro que “cada pessoa tem as suas características individuais” o que torna impossível prever e até mesmo descrever todas as possibilidades desse fenômeno. Ainda, mais contundente é a sua afirmação muito verdadeira de que “há variações biológicas, de inteligência, aptidão, atitude, idade, estilos cognitivos, motivação, personalidade e de fatores afetivos, além das variações do contexto onde ocorrem os processos de aprendizagem ─ quantidade/qualidade de input disponível, distância social, tipo e intensidade de feedback, cultura, estereótipos, entre outros. (ver Ellis, 1990; Brown, 1993a e 1993b; Ehrman, 1996”
Além disso, não se pode estabelecer uma visão determinista, onde “um conjunto X, na proporção Y de variáveis, geraria uma aprendizagem bem-sucedida ou malsucedida. O ser humano é imprevisível, e mudanças e ajustamentos diferentes podem ocorrer em situações semelhantes”.
Pois bem, voltando à minha primeira narrativa sobre aprendizagem de língua estrangeira, onde grande parte foi baseada nas estruturas gramaticais e as regras gramaticais, tudo parecia estar “cartesianamente” determinado. Acontece que houve uma coisa imprevisível que mudou o rumo de minha aprendizagem, primeiramente, eu fui trabalhar numa livraria que fazia importação de livros e revistas estrangeiros e, com isso eu tive uma oportunidade magnífica de ficar em contato com estrangeiros e pude desenvolver várias habilidades a um só tempo. Eu gostava muito de trabalhar naquele lugar. Logo depois, tive a oportunidade de ir para a Europa e, então, eu adiantei muito o aprendizado da LE. Resumindo, eu acho que tive muito mais motivação.
A partir do texto, podemos fazer algumas reflexões sobre o ensino de línguas estrangeiras, dentre as quais admitir que o ensino/ aprendizado de uma língua estrangeira é muito mais complexo do que poderíamos imaginar. Há “variações biológicas, de inteligência, aptidão, atitude, idade, estilos cognitivos, motivação, personalidade e de fatores afetivos, além das variações do contexto, como afirma o próprio autor. O processo de aprendizado traz muita instabilidade, onde os momentos de estagnação podem ser seguidos de uma inesperada "explosão", direcionando o aprendiz a um patamar muito mais alto do que o supostamente esperado. O sistema é dinâmico e rico em sua trajetória por ser repleto de situações imprevisíveis, confusas, mas basicamente voltadas para um grande final – o ápice de um processo positivo de aprendizagem.
Além disso, o autor afirma com muita convicção que “há evidências suficientes para se advogar que a aprendizagem de línguas parece ser realmente um sistema complexo adaptativo – complexo pela dificuldade de descrição e adaptativo pela capacidade de adaptação às diferentes condições que lhe são impostas pelo ambiente. A passagem de falante de uma língua materna para falante de uma segunda língua, ou língua estrangeira, é algo complexo que acontece entre a ordem total e o caos, ou seja, a imprevisibilidade”.
Podemos, então refletir e aceitar a proposta do autor de que “um modelo de aquisição de línguas deva ser pensado como um conjunto de conexões de um sistema dinâmico que se move em direção ao "limite do caos", ponto de transição (Lewin, 1994:71), ou seja, uma zona de criatividade com potencial máximo para aprendizagem.”
O autor afirma que “a dinâmica dessas conexões faz com que esse sistema funcione como um todo indivisível onde cada parte só é produtiva se estiver em constante interação com as outras e não como entidade independente. Como em uma geometria fractal, em um caleidoscópio, há possibilidades infinitas de combinações dessas partes que constituem os fractais do processo de aquisição. Pequenas alterações poderão provocar mudanças substanciais, como efeito de um seixo que rola e desencadeia uma avalanche”.
Portanto, “as montagens fractais funcionam como ‘atratores caóticos’, ou seja, rotas percorridas pelo sistema dinâmico”. Então, ele nos convida a aceitar esse modelo, argumentando que deste modo “não estaremos rejeitando os anteriores, mas conectando-os, pois cada um deles tenta explicar uma fração do que ocorre no fenômeno complexo da aprendizagem”.
Neste contexto, é importante refletir que a conexão dos sub-sistemas (os quais podemos identificar como sendo os processos biológicos, os cognitivos, os afetivos; a motivação; o contexto social e histórico; os processos de afiliação; o processamento de input; a criação de hábitos automáticos; a interação) “pode gerar períodos de estabilidade, entremeados por picos de mudanças. As turbulências causadas por alterações em um dos módulos desencadeiam efeitos nos outros elementos da cadeia. Como os sistemas complexos são adaptativos, após o caos, a ordem se restabelece, mas nunca igual à ordem anterior. Em outros momentos, entretanto, nada acontece, o que demonstra a imprevisibilidade dos sistemas complexos.”
Levando em conta aquisição da segunda língua dentro dos sistemas complexos, podemos concluir, juntamente com o autor, que “o professor deveria permitir que a criatividade de seus alunos aflorasse como no ditado chinês, ‘deixe que uma centena de flores floresça’, em vez de impor a sua própria forma de aprender, ou suas crenças sobre a aquisição de uma língua.”
Em igual conclusão, passamos a perceber que o papel do professor é, então, “encorajar o contato constante do aprendiz com as mais diversas formas de input e promover as interações entre os diversos falantes (aprendizes, falantes competentes e nativos). A aprendizagem de uma língua, um processo também social, depende dessas conexões entre falantes.”
Outra importante conclusão, ao refletirmos sobre este precioso texto é sobre a função do professor de criar oportunidades de uso da língua, dando liberdade para que o aprendiz utilize as estratégias que melhor funcionem para ele, o que vai fazê-lo aprender no seu estilo próprio de aprendizagem.
E, como principal enfoque de nossa reflexão, é importante entender o que o autor nos sugere, na qualidade de professores, como sendo o nosso papel, que é "perturbar" uma zona estável, e com isto, provocar o caos que vai resultar na zona de criatividade ("limite do caos" ou ZDP), onde pequenas mudanças podem ocorrer, gerando efeitos significativos nos processos de aprendizagem.
Maravilha de texto!! É como se fosse um “sem fim” de ações e atuações que proporcionam um “sem fim” de resultados ricos em soluções, quer seja no aprendizado acadêmico ou mesmo de cunho pessoal, para toda a vida.
Margaret

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