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Subject: Rússia: A luta contínua


Author:
V. Lakeev
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Date Posted: 11/04/07 15:55:00

Rússia: A luta contínua*

“O progresso no desenvolvimento histórico é invencível e ao período de retrocesso temporal do socialismo dá lugar ao período de uma ofensiva das forças anti-imperialistas. Em todo o mundo se reforça o movimento dos adversários da globalização ao estilo norte-americano, que recusam decididamente o conceito de mundo unipolar.”

V. Lakeev** - 11.04.07

Apesar do ex presidente da Rússia, Yeltsin, se ter apressado em 1992, radiante de alegria, a comunicar ao ex presidente dos Estados Unidos da América do Norte, Bush [pai], que finalmente se tinha acabado com o comunismo na Rússia, o Partido Comunista da Federação Russa vive e luta, tem excelentes perspectivas históricas e é um dos maiores partidos políticos do país. É-o porque as ideias de igualdade, de justiça social, de socialismo sempre serão reclamadas na Rússia.

O ano de 2007 tem um significado especial para os comunistas da Rússia, para todo movimento comunista. Faz 90 anos, em 7 de Novembro de 1917 na Rússia deu-se um acontecimento que se converteu num ponto de viragem da história universal. Na Rússia triunfou a revolução que abriu caminho à erradicação da omnipotência da propriedade privada à liquidação da exploração do homem pelo homem. Essa revolução transferiu o socialismo de uma corrente do pensamento político-social para o campo da prática política. A liquidação do regime explorador era um processo histórico objectivo que correspondia aos interesses cardeais da maioria do povo.

A Grande Revolução Socialista de Outubro foi o resultado directo do desenvolvimento socio-económico e político da Rússia. Foi para a Rússia que, no começo do século passado se deslocou o centro do movimento revolucionário mundial. Sendo um país de capitalismo medianamente desenvolvido, a Rússia converteu-se no nó das contradições económicas, políticas, sociais e nacionais e de outras contradições da sociedade que tinham carácter antagónico.

O Grande Outubro foi a consequência lógica da quebra total do bloco de latifundiários e burguesia que governou o país desde Fevereiro de 1917. A classe operária tornou-se a tropa de choque natural revolução, a sua força hegemónica. Só a revolução podia dar à classe operária a solução dos problemas de propriedade, o controlo sobre a produção, o direito ao trabalho, ao descanso, à educação gratuita e, finalmente, a solução do problema político dos trabalhadores. A revolução foi apoiada pela imensa maioria do campesinato, atormentado pela falta de terra, o terror da fome, a escravidão assalariada imposta pelos latifundiários e pela burguesia rural. Com a revolução levantaram-se os soldados e marinheiros condenados a morrer nas trincheiras de uma guerra alheia aos interesses do povo. A revolução foi apoiada por uma importante parte dos intelectuais que não podia pactuar com as reminiscências do feudalismo, a ausência de direitos cívicos, a burocracia hipócrita e o palavreado liberal. Para as periferias nacionais o Grande Outubro transformou-se na luta por transformações democráticas e nacionais.

A Revolução de Outubro tinha um imenso significado internacional. Contribuiu para o auge do movimento revolucionário em todo o mundo. A Revolução de Outubro de 1917 tornou-se o catalisador da luta de emancipação nacional nos países da Ásia de África. Surgiram dois sistemas socio-económicos. A concorrência entre os dois sistemas marcou a história do século XX. As mudanças operadas n Rússia obrigaram a burguesia retroceder em todo o mundo na esfera socio-política. Os trabalhadores dos países capitalistas deram um significativo passo em frente para se livrarem da miséria, do analfabetismo, da desigualdade cívica e económica. Conseguiram a redução da jornada laboral, obtiveram direitos eleitorais para as mulheres, subidas salariais, legalização da greves e das organizações profissionais.

A Revolução de Outubro quebrou o princípio fundamental da ideologia burguesa: o princípio da sacralização e eternidade da propriedade privada. A revolução cultivou na sociedade soviética o culto do trabalho. Entre os preceitos morais da Revolução de Outubro destaca-se a não aceitação do modo de vida parasitário. Foram definidas as bases da solidariedade sem distinção de estado Professional ou de nacionalidade.

Sob a direcção dos bolcheviques a sociedade tomou consciência de que em prazos históricos muito curtos tinha de percorrer o caminho que aos países capitalistas mais poderosos custou não menos de um século.

Graças às façanhas laborais e ao heroísmo massivo do povo soviético, a URSS converteu-se numa potência industrial altamente desenvolvida. O país ocupou um digno lugar entre os principais Estados do planeta.

Uma sólida base económica cimentou a vitória do povo soviético na Grande Guerra Pátria. [1] A URSS resistiu face ao poderio da Europa subjugada por Hitler e teve o papel de protagonista na salvação do Mundo do fascismo.

A Grande Vitória na guerra contra o fascismo é uma confirmação convincente da vitalidade e da perspectiva histórica do Poder soviético e do regime socialista. Formou-se o sistema socialista mundial cujo desenvolvimento se converteu num exemplo único da globalização socialista. A União Soviética e os seus aliados tornaram-se no baluarte e numa grande esperança para todos os oprimidos do planeta.

Os êxitos do socialismo soviético na história da Humanidade são imensos. O 90º aniversário do Grande Outubro é uma boa oportunidade para tomar consciência do caminho percorrido para comparar os passos dados pelo Partido Comunista com o rumo traçado pelo seu fundador, V.I. Lenine. Mas no 90º aniversário da Revolução de Outubro também é imperativo avaliar as causas dos fracassos provisórios do socialismo nos finais do século XX. E não somente para o nosso partido. O aniversário da Revolução de Outubro é um oportuno motivo para continuar a ampliar os contactos internacionais entre os partidos comunistas, operários, movimentos e grupos de esquerda, com o objectivo de fortalecer a sua interacção e solidariedade.

Estamos convencidos de que a restauração do capitalismo no território da URSS e vários outros países tem, como qualquer restauração, um carácter provisório. O progresso no desenvolvimento histórico é invencível e ao período de retrocesso temporal do socialismo dá lugar ao período de uma ofensiva das forças anti-imperialistas. Em todo o mundo se reforça o movimento dos adversários da globalização ao estilo norte-americano, que recusam decididamente o conceito de mundo unipolar. O ano passado o nosso aprtido encabeçou massivas acções de protesto contra as manobras conjuntas de soldados russos e norte-americanos no rio Volga, na província de Nizhegorodski, no coração da Rússia. Conseguimos que essas manobras fracassassem. O líder do partido, Guennadi Ziuganov, viajou pessoalmente até à Crimeia onde, com comunistas e patriotas da Ucrânia, participou em acções de protesto contra as simulações militares norte-americanas-ucranianas. A consequência foi os norte-americanos chegarem à Crimeia mas, sem sequer iniciarem as simulações viram-se obrigados a partir e regressarem a casa. As sondagens demonstram de forma convincente que na Rússia fortalece a animosidade aos EUA. Se há cinco anos atrás 63% dos russos apoiavam a política dos EUA, agora os que apoiam os norte-americanos são menos de metade da população. A maioria dos cidadãos do nosso país denunciou a aventura norte-americana no Afeganistão e a operação militar no Iraque.

Hoje testemunhamos o novo auge do movimento libertador. É cada vez mais firme a voz das forças da opção socialista na América Latina. É para aqui que, no começo do século XXI, se deslocou o centro do processo revolucionário mundial. Nós, na Rússia, encontramos força e inspiração na vossa luta, observando a valentia da heróica Cuba socialista, a marcha firme da revolução boliviana na Venezuela, saudamos as mudanças progressistas no Brasil, Nicarágua, Chile, Equador, Bolívia e outros países latino-americanos. Para nós não se trata apenas de uma vulgar mudança de decoração política, é uma maturação real das premissas objectivas e factores subjectivos para levar a cabo as profundas transformações socio-económicas e políticas no continente. Hoje, também são socialismo os êxitos reais da economia e da vida política e social da China, Vietname, Laos, República Democrática da Coreia e outros países.

Na Rússia actual, onde foram arruinadas milhares de fábricas e empresas, e milhões de cidadãos se tornaram pobres, só os comunistas defendem de modo consequente os interesses das massas populares. O programa de acções imediatas do Partido Comunista da Federação Russa obteve o apoio incondicional de uma parte dos habitantes da Rússia.

Actualmente, nas fileiras do PCFR militam quase 200.000 membros, agrupados em 15 mil organizações de base do partido. O partido está presente em todas as regiões, províncias e repúblicas da Federação Russa. Existem mais de 2 mil organizações urbanas e regionais do partido. Hoje, o partido procura combinar organicamente o trabalho de organização, o trabalho teórico, a actividade informativa, a preparação das grandes campanhas eleitorais, o trabalho parlamentar e a organização de acções de protesto. Em Moscovo, a organização do partido foi estabelecida em 1993, e sobre ela recai a principal responsabilidade da organização de acções de massas do partido: o 7 de Novembro, o 1º de Maio, o 9 de Maio, Dia da Vitória, o 4 de Outubro, aniversário do bombardeamento do Parlamento russo por ordem de Yeltsin. As principais actividades o quadro das acções de protesto nacionais promovidas pelo partido se realizam igualmente em Moscovo. Também se realizam acções de protesto em frete das embaixadas dos estados imperialistas e, principalmente em frente da embaixada norte-americana. Em 2005, nas eleições para a assembleia de Moscovo, a Duma urbana de Moscovo, votaram nos comunistas 17% dos eleitores. Pela primeira vez, os comunistas tiveram assento na Duma urbana e criaram ali o seu grupo parlamentar. O grande Lenine dizia que a melhor maneira de celebrar uma data comemorativa era centrarmo-nos nos problemas pendentes, por isso no aniversário do Grande Outubro vamos preparar, activamente, as muito importantes para a sociedade eleições para o Parlamento da Rússia, a Duma Estatal. Estas eleições realizam-se em Dezembro e para nós serão muito difíceis. O adversário de classe na sua agitação aprendeu a conjugar a demagogia populista com as infâmias contra o partido e os seus dirigentes, utilizando o monopólio total que, no regime democrático-burguês, tem dos meios de informação massiva. No decurso das campanhas eleitorais, os nossos adversários não têm escrúpulos em recorrer à perseguição administrativa da oposição e à fraude eleitoral. Também nas futuras eleições empregarão todo o arsenal de métodos e prátics provados de luta contra os comunistas, para marginalizar o partido da vida política. Estamos prontos para o confronto. As nossas forças de reserva são a consolidação da disciplina, a organização dos comunistas e o fortalecimento da sua entrega. O nosso objectivo é a recuperação do Poder soviético, a passagem dos sectores chave da economia a propriedade de todo o povo e o ressurgimento do Estado unificado de todos os povos. Irmãos. Estamos convencidos de que só caminhando pela via do desenvolvimento socialista o nosso país recuperará a sua grandeza e dignidade.

N. do T.:
[1] Nome dado na Rússia à II Guerra Mundial

Este texto é a comunicação, em espanhol, ao Seminário Internacional “Os Partidos e a Nova Sociedade”, realizado no México de 9 a 11 de Março de 2007

* Título da responsabilidade de odiario.info
** Dirigente do Partido Comunista da Federação Russa

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