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Date Posted: Mon September 10, 2007 15:58:57
Author: Geuvar Silva de oliveira
Subject: texto de literatura

A Psicanálise dos contos de fadas

A Psicanálise dos contos de fadas é uma obra que ao ser lida fala diretamente ao interlocutor, mostrando pontos quase esquecidos de sua existência. É uma leitura maravilhosa, que induz o interlocutor a pensar sobre o mundo a sua volta, não apenas no momento atual, mas, apontando momentos de sua juventude quando ouvia as historias de contos de fadas, enquanto criança e as leituras ingênuas que fazia em tempos remotos. Essa obra fala ao adulto que observa o mundo com um olhar mais cuidadoso, refletindo agora sobre seus filhos submergidos nas profundezas mágicas da infância.
Os contos de fadas sempre começam com: “Era uma vez, num reino muito distante”. Isso, segundo o autor de A psicanálise dos contos fadas, evidencia uma realidade fora do tempo e do espaço, longe da realidade adulta. Contudo, esse “era uma vez...” parece dizer outra coisa, pois se “era uma vez” não seria porque já houve outra vez? Era uma vez em um lugar muito longe, quando um adulto ainda era uma criança e acreditava em contos de fadas. Assim como os contos falam às crianças e as ensinam de uma forma inconsciente para que elas busquem forças para suas lutas contra as mudanças inevitáveis, apontam para a necessidade de o adulto repensar sua vida e colocar um pouco de magia e fantasia, para que a velocidade do cotidiano não o comine.
A obra de Bruno Bettelhein fala do medo das crianças de serem rejeitadas pelos pais, mas aponta ainda esse mesmo medo nos pais, preocupados com que os filhos ao ler os contos de fadas, os identifiquem como bruxas e monstros. Por isso essas obras infantis foram vistas com desdém durante muito tempo. Essas observações do autor mostram um ser humano frágil que passa grande parte de sua vida buscando realizar suas fantasias, preencher vazios e completar suas carências procurando no outro já realizado a realização de seus anseios. Amar e ser amado, a busca do amor incondicional, encontrado outrora nos braços da mãe ou do pai. Assim o “era uma vez...” soa de forma encantada, como se quisesse resgatar na mente dos adultos esses momentos que ficaram ocultos, era uma vez a felicidade.
A obra fala aos adultos, apresenta outro olhar para os contos de fadas. Nessa nova opção, o autor por meio dos contos, dá sentido ao mundo imaginário das crianças, a seus medos e a seus anseios. Abrindo caminho para os adultos ao mundo dos filhos, ao ler A psicanálise dos contos de fadas, o interlocutor percebe que pode não ter segurado direito na mão da criança ao seu lado, não no sentido de subjugar sua inteligência, mas nos conselhos, no companheirismo, no carinho, e no encorajamento de suas ações para o crescimento. Em alguns momentos, deu uma de lobo mau, de madrasta, de monstro e fugiu deixando a criança se dirigir para a casa de uma senhora que comia criancinha. Aqueles que não compreendem que a criança tem suas próprias experiências a passar, pode não ver a real importância dos monstros nas histórias, que são um paralelo entre o bem e o mal.
A obra aponta para uma pergunta: quem somos nós realmente? Essa pergunta vai ficar sem resposta por enquanto. Mas por que os contos fazem tanto sucesso entre as crianças? Talvez porque falam de um mundo real. Um mundo que criamos e que tomou proporções gigantescas e sem sentido. Os contos de fadas são representações de nossas próprias experiências e desejos. Com relação a isso, o autor Bruno Bettelheim diz o seguinte:
“os contos de fadas transmitem importantes mensagens à mente consciente, à pré-consciente e à inconsciente, em qualquer nível que esteja funcionando no momento” (BETTELHEIM, 1980,p.14)
Essa observação nos permite pensar que os contos de fadas tentam encontrar respostas direcionando o olhar para os comportamentos humanos realizados em outros momentos vividos por cada um.
Lançando mão desse exercício, observo que li uma noticia na internet que falava que as mulheres preferem homens ricos e os ricos querem as mulheres mais bonitas. Essa noticia vem se confirmar nos contos de fadas, quando os príncipes saem em busca de lindas mulheres e estas sonham em se casarem e ir morar em grandes castelos e serem felizes para sempre. Como os contos de fadas são fundamentações baseadas nas experiências e necessidades humanas, o mundo imaginário e o real tendem a se sobrepor.
A luta pela maturidade não termina com a volta para casa de João e Maria, nem com a segunda chance de chapeuzinho ao ser resgatada da barriga do lobo, muito menos com o casamento de Branca de neve com o príncipe, ou com a borralheira que se tornou rainha. Estes, depois de casados, estão por aí. Dê uma olhadinha à sua volta: só ficaram adultos Os problemas de criança se transformaram em problemas de adulto: a prestação do apartamento, da casa, a mensalidade da faculdade, da escola das crianças, as contas de água, luz, telefone, o emprego etc. A floresta ficou mais perigosa e assustadora... (Vamos procurar um atalho.)
Era uma vez, um eu muito, muito distante...

BIBLIOGRAFIA
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1980.


Geuvar Silva de Oliveira
Literatura infatil
Letras L.P.
Professor: Ivan Cupertino
ULBRA, 9 - 10 - 2007

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