Subject: Marxismo e Globalização |
Author:
luis blanch
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Date Posted: 10:15:12 08/29/02 Thu
In reply to:
Jorge Nascimento Fernandes
's message, "Marxismo e Globalização - uma recensão crítica" on 23:02:19 08/28/02 Wed
Cada dia se apresenta com mais urgencia a necessidade de unir esforços que visem,sob novas bases mas sem repúdio do muito que a Humanidade deve ao passado recente,estou-me a referir à experiencia do chamado socialismo real,encontrar soluções sustentáveis a cada um dos problemas que afectam e agridem a própria existencia do nosso país e do planeta..Serão novas bases porque a globalização do capital está a mudar a face do poder,e verificamos crescentemente uma diminuição desse poder nos Estados nacionais em beneficio das grandes empresas transnacionais,caracteristica marcante deste processo globalizante.No mesmo sentido verificamos a a diluição das diferenças nas decisões tomadas e nos comportamentos de governos que se afirmam de direita ou de esquerda.A nova relação de poder da globalização obriga-nos a procurar ou pelo menos a pensar mais numa nova relação de poder na sociedade civil do que em subverter a existente.O capitalismo,como sabemos não tem nada de humano para oferecer aos nossos povos>e das deficiencias do socialismo real também podemos tirar as devidas lições,se bem que neste caso,muito haverá que discutir e debater..O socialismo fracassou,em grande medida,porque utilizou também em grande medida os instrumentos capitalistas para o seu funcionamento
,é bom lembrar que nos ultimos vinte a vinte e cinco anos,o poder das multinacionais aumentou em crescendo e impôs indústrias,culturas e outras práticas,que poluiram cada vez mais o globo e em troca de sobrelucros destroem a natureza.Este modelo destruidor e contaminador também se estendeu aos países socialistas que,pelos vistos,tinham adoptado o mesmo conceito de progresso e produtividade.Esse socialismo,ou esse modelo não só não eliminou a alienação capitalista,como a aumentou noutros termos.As limitações à livberdade individual da classe operária e outros sectores que que voluntáriamente participavam na criação de uma nova sociedade com o sonho de tornar realidade a Utopia não vingaram;a instrumentalização de mil limitações burocráticas e arbitrariedades,criaram um clima de asfixia que levaram as populações ao desvairamento,(é triste ver em imagens a queda do muro com as massas populares ululantes na procura de uma liberdade que não tinham).Não podemos,realmente,falar de socialismo com a população alienada e sem liberdade.Assim o socialismo,o tal verdadeiro e não o do Vasco P.Valente faz-se voluntáriamente,com participação e vontade populares.,or Marxismo e Globalização - uma recensão crítica
>
>Mais de pressa do gostaria, obriga-me o Fernando a vir
>à liça a defender a minha dama, neste caso um livro
>que referi neste fórum: "Marxismo e Globalização", de
>Ronaldo Fonseca (RF), Campo das Letra..
>Li grandes partes do livro de uma penada, coisa que
>neste tipo de literatura não é fácil, o que só mostra
>o seu interesse e o modo despretensioso e acessível
>como está escrito.
>Chamou-me principalmente a atenção, porque muitos dos
>temas que temos vindo a discutir estão lá abordados e
>por isso senti a necessidade de o recomendar, já que
>era um ponto de vista sobre matérias que nos
>interessavam.
>Penso que o livro de RF, que já não é a primeira vez
>que escreve para editoras portuguesas, comprei na
>altura própria o seu livro sobre "A questão do Estado
>na Revolução Portuguesa", provavelmente hoje um livro
>um pouco ilegível, tem o mérito de, numa posição de
>esquerda marxista, fazer a crítica a muitos dos
>sectarismos vigentes, mas igualmente à
>social-democracia reinante. Provavelmente este ponto
>de vista não será do agrado de todos, mas tem o mérito
>de ser claro.
>Um dos melhores capítulos do seu trabalho é o capitulo
>sobre "Reflexões sobre as causas da desagregação da
>URSS", é uma crítica de esquerda, provavelmente de um
>maoismo tardio, mas que tem o mérito de focar muitos
>dos pontos de vista que alguns de nós têm vindo aqui a
>defender e estão de acordo com um textozinho que eu
>tempos escrevi, dirigido ao João Braz, que penso que
>desapareceu com o primeiro fórum, sobre uma recensão
>crítica do Paul Sweezy ao livro de Charles Bettelheim
>sobre "A luta de Classes na URSS".
>Por outro lado, noutro capítulo dedicado ao
>"Materialismo Histórico e a Metodologia das Ciências
>Naturais", retoma a discussão, aqui igualmente
>travada, sobre marxismo e darwinismo e resolve-a, de
>certo modo, na perspectiva que eu apontei, daí
>provavelmente uma das causas da minha preferência.
>Quanto ao texto que o Fernando citou e que criticou
>severamente, ele está integrado num capítulo
>denominado "Notas sobre a globalização", que logo na
>sua primeira parte, no ponto 5, tem uma referência à
>queda tendencial da taxa média de lucro de lucro, a
>propósito "da complexificação cada vez maior do
>sistema capitalista-imperialista", que o Fernando
>chama o digitalismo, que é muito semelhante à que foi
>referida pelo Paulo Fidalgo, na polémica que sobre
>este assunto travou aqui com o Fernando.
>É evidente que o texto que o Fernando cita, e que eu
>já tinha inicialmente referido, não é dos mais
>brilhantes, acima de tudo porque é difícil, para quem
>não conhece bem os "Grundrisse", de Marx, saber se a
>interpretação do RF é a correcta.
>Devo confessar que, não estando muito de acordo com as
>propostas do Fernando sobre um novo modo de produção
>que ele chama digitalismo, e já o disse aqui uma vez,
>aquele texto na altura em que o li serviu-me
>optimamente para responder às questões do Fernando,
>dado que o tema da economia, do ponto de vista dos
>meus conhecimentos do marxismo, não é o meu forte. O
>Fernando captou bem, puxando a brasa à sua sardinha,
>as suas deficiências, que poderão ser mais: suspeito
>que, por exemplo, não estarei de acordo com a
>hipervalorização do livro de Lukacs, "A Destruição da
>Razão".
>Quando houver mais oportunidade desenvolverei esta
>recensão, mas, no entanto, não quero ficar conhecido
>neste fórum como o patetinha que só fala do livro do
>RF.
>Um abraço
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