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Subject: Viva o Partido da Verdade Suprema!


Author:
Filipe Rocha
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Date Posted: 00:47:34 09/06/02 Fri
In reply to: TOLENTINO 's message, "O BE é uma ameaça" on 00:05:37 09/06/02 Fri

1) Para ser comunista não é preciso ter saudades dessa podridão que houve ali para o leste europeu: antes pelo contrário. Ou será que já se esqueceu que esses 'gloriosos' regimes que tanto admira acabaram por 'parir' toda uma casta dirigente que de comunista nada tinha e que mudou de bandeira logo que o vento mudou? O tempo se encarregou de demonstrar que apenas estavam interessados em salvaguardar as suas 'datchas', fosse por via capitalista ou por via 'socialista'...
2) Por favor: deixe o Lenine em paz. A culpa não foi dele, mas sim dos seus pretensos 'seguidores' (ou deverei dizer... bajuladores?) como o sr. Estaline, do qual tanto gosta.
3) É claro que o BE tira votos ao PCP, mas isso nem sequer é mérito do BE. É culpa do PCP e do seu autismo político: quem vai apostar num modelo que a história já provou ter falhado? E, de resto, o BE capta votos (e apoios, e militâncias, o que é muito mais importante) em sectores que não votariam no PCP. Mesmo que o PCP mudasse o que deveria mudar mantendo o que tem o que tem que manter (não entende o que quero dizer? Não faz mal: está bem acompanhado. As cúpulas do PCP também não entendem), a existência do BE justificar-se-ia por si só: a esquerda necessita de ser plural. A história encarregou-se de atirar para o seu caixote do lixo certas certezas absolutas (e certos 'verdadeiros socialismos', que de socialistas pouco ou nada tinham)...

>Claro que tenho saudades dos tempos da gloriosa URSS
>de Estaline e de Brejnev. Se assim não fosse seria eu
>comunista?
>Claro que quero um regime de partido único. Se assim
>não fosse seria eu leninista?
>Claro que o BE - amálgama de estalinistas
>envergonhados, de trotskistas sem vergonha e,
>especialmente, de radicalistas pequeno burgueses de
>fachada socialista - representa uma ameaça para o
>verdadeiro socialismo. Para já tira votos ao PCP e
>engana os trabalhadores, o que já é muito.
>Entendidos?
>Tolentino
>
>>Ao que parece o sr. Tolentino morre de saudades dos
>>velhos tempos dos regimes de partido único do leste
>>europeu... É pena que passada mais de uma década sobre
>>a derrocada do Bloco de Leste ainda não tenha
>>entendido que qualquer projecto de construção de uma
>>sociedade socialista necessita, como de pão para a
>>boca, de debate de ideias - e só há debate de ideias
>>se houver capacidade de ouvir - o que não é sinónimo
>>de concordar - ideias diferentes das que se sustentam;
>>mesmo que sejam diametralmente opostas (quantas obras
>>de autores burgueses leram e rebateram - para rebater
>>é preciso ler primeiro, não é? - Marx e Lenine?). Mas
>>enfim, o sr. Tolentino já deve ter desistido de
>>construir o socialismo - já se contenta com a
>>hegemonia do quintalinho (cada vez menor) da esquerda.
>>E é por isso que vê no Bloco uma ameaça.
>>
>>>Já só nos faltava esta. Agora o fórum sobre o PCP
>>>serve de site do Bloco de Esquerda.
>>>Porque não alguém fazer também um paste/copy de
>alguns
>>>artigos do Povo Livre, por exemplo. Passavamos a ter
>>>também aqui o PPD-PSD e qualquer dia isto até parecia
>>>o novo parlamento virtual.
>>>Alguma vergonha, meus senhores, alguma vergonha que
>>>vos faz falta.
>>>Tolentino
>>>
>>>>Esquerda de Outono
>>>>
>>>>Muito se tem escrito sobre um hipotético namoro
>entre
>>>>o PS e o BE que pudesse desembocar em casamento. A
>>>>ideia tinha as cores do Verão, mas convém não
>>>>simplificar, agora que se entra num Outono quente,
>>que
>>>>vai exigir a convergência entre as diferentes
>>>>esquerdas sociais e políticas.
>>>>
>>>>1 - O que move os dirigentes socialistas que
>>>>recentemente fizeram textos e declarações sugerindo
>o
>>>>namoro, é a sua vontade de regresso ao poder. Essa
>é,
>>>>para eles, a questão da política. É no universo
>dessa
>>>>política enquanto exercício do poder político que se
>>>>movem e não conhecem outro. Eles suspeitam,
>>>>simplesmente, que talvez não regressem tão cedo ao
>>>>Governo se o fizerem sozinhos. E começam a entender
>>>>que o Bloco veio para ficar, que não é passageiro na
>>>>esquerda portuguesa. Somadas as suspeitas, a
>>conclusão
>>>>é óbvia: os votos dos bloquistas fazem falta ao
>>>>objectivo do PS.
>>>>
>>>>2 - Acontece que este não é o universo das
>>>>preocupações bloquistas. O que move o Bloco - e
>>>>determina, entre outras coisas, a relação com o PS -
>>é
>>>>a formação de um bloco social e político de
>oposição,
>>>>que seja portador de um projecto de sociedade em
>>>>ruptura com a actual expressão imperial da
>>>>globalização e represente uma real alternativa para
>o
>>>>País, no contexto europeu. A diferença de objectivos
>>e
>>>>modos é qualitativa. Onde a rosa acentua o regresso
>>ao
>>>>poder, os bloquistas orientam a sua acção para a
>>>>construção de contra-poderes na sociedade, que
>possam
>>>>inscrever o futuro no presente. Onde a rosa insiste
>>>>sobre a governabilidade, aceitando os fundamentos da
>>>>ordem que a rege, os bloquistas partem da sua
>crítica
>>>>para o programa de reformas fortes de que o País
>>>>precisa, se quiser romper com as injustiças de um
>>>>desenvolvimento periférico e pato-bravista. Nada
>>disto
>>>>impede acordos importantes sobre os direitos que
>>sejam
>>>>aquisições da nossa democracia. Nem ilude a questão
>-
>>>>a que regressarei noutra ocasião - de saber como
>>>>derrotar a direita de Governo nas urnas. Mas não se
>>>>pense que a diferença é secundária.
>>>>
>>>>3 - Vale a pena traduzi-la em grandes opções. Na
>mais
>>>>benigna das hipóteses, o de um "guterrismo
>>melhorado",
>>>>o PS gostaria de distribuir um pouco melhor a
>riqueza
>>>>sem pôr em causa o Pacto de Estabilidade da União
>>>>Europeia. O Bloco, pelo contrário, não equaciona a
>>>>governabilidade sobre o colete de forças que condena
>>o
>>>>País a resolver a crise económica com mais crise.
>Não
>>>>é desinteresse pelo poder, muito menos cultura
>>>>política que se esgota na oposição. Representa, tão
>>>>somente, um distinto modo de ler a política e o
>>poder.
>>>>Recusando o colete de forças, o Bloco fica livre
>para
>>>>ajudar o movimento por uma outra Europa, a que se
>>dote
>>>>de políticas públicas e fiscais que relancem a
>>>>economia e evitem que o custo da recessão seja o
>>>>desemprego, a generalização da precarização e a
>>quebra
>>>>de qualidade nos serviços. Essa é a Europa que luta.
>>>>
>>>>Para a rosa, o centro da política é o próprio jogo
>>>>político-institucional e instrumental, é a
>>>>conflitualidade social. Para o Bloco, a aposta
>>>>política faz-se nas dinâmicas e movimentos não
>>>>governamentais, na sociedade que mexe, e a dimensão
>>>>partidária e institucional é a que procura traduzir
>>em
>>>>projecto esses grãos de futuro que o presente
>>>>transporta consigo.
>>>>
>>>>4 - A direcção socialista tem sido favorável aos
>>>>alinhamentos de uma Europa raptada pelos Estados
>>>>Unidos. O triângulo de nova direita que actualmente
>>>>dirige a UE tem o seu expoente em Tony Blair. O
>>>>programa é o do suicídio da Europa nas guerras dos
>>EUA
>>>>- vejam-se as declarações de Blair sobre a guerra
>com
>>>>o Iraque. O programa é, também, o proteccionismo dos
>>>>bens dos países ricos que condena o
>>subdesenvolvimento
>>>>à eternidade - e aí está o comportamento da UE na
>>>>última cimeira da Terra para o provar. O programa é,
>>>>ainda, a desregulamentação radical dos mercados, a
>>>>começar pelo do trabalho - e a versão portuguesa aí
>>>>está, terrível na nudez com que evidencia a vontade
>>do
>>>>capital se libertar das suas obrigações com o
>>>>trabalho. E o programa é, finalmente, a
>>mercadorização
>>>>de todos os serviços públicos, destruindo o Contrato
>>>>Social, que sedimentou a própria social-democracia
>na
>>>>Europa. Por causa desta Europa raptada, perderam os
>>>>socialistas as últimas eleições.
>>>>
>>>>Por cá e por lá.
>>>>
>>>>Pelo contrário, a nova esquerda investe as suas
>>>>energias no desenvolvimento, também em Portugal, de
>>um
>>>>"movimento de movimentos", que é hoje global e
>>europeu
>>>>e coloca a exigência de uma ruptura com a aventura
>>que
>>>>condena a Europa ao suicídio político e à regressão
>>>>social e civilizacional. Há, portanto, muito caminho
>>e
>>>>debate a fazer. O tempo não é de casamentos.
>>>>
>>>>5 - É de encontros em contexto de luta. É a
>>>>polarização dos conflitos sociais e civilizacionais
>>>>que fará a verdadeira prova, na sociedade, dos
>>>>realinhamentos políticos e de proposta à esquerda.
>>>>Suspeito que se enganam os que pensam que, no fim, a
>>>>conflitualidade que isolará a direita de Governo
>>cairá
>>>>em peso no voto útil. Pelo contrário, a polarização
>>>>polariza a política. À esquerda, polarizar-se-á em
>>>>quem souber interpretar o combate em sociedades
>>>>complexas, onde as diferentes causas e experiências
>>>>convirjam num programa de civilização que ultrapasse
>>>>as fronteiras das políticas redistributivas. Acabou
>o
>>>>tempo em que a esquerda corria para o centro.
>>>>Anunciam-se os tempos em que o centro, para
>>>>sobreviver, terá que caminhar em direcção à
>esquerda.
>>>>Para isso, convenhamos, "guterrismo melhorado" não
>>>>chega.
>>>>
>>>>mportas@netcabo.pt

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