Subject: Sobre Carlos Carvalhas |
Author:
Veríssimo
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Date Posted: 14:29:47 07/12/02 Fri
In reply to:
Paulo Pena (VISÃO)
's message, "Demissão no Comité Central" on 08:39:50 07/12/02 Fri
Parece que foi o Rui Nogueira que numa intervenção neste fórum comparou o Carlos Carvalhas ao Marcello Caetano.
Quando a li fiquei um pouco irritado e estive quase a apostrofar esse participante.
Agora compreeendo-o e acho bem justa e certeira essa comparação.
Tal como Caetano, Carvalhas começou por apoiar os que pretendiam uma certa abertura no PCP. Tal como o fez Caetano, mostrou-se cordato, tolerante e conciliador.
Depois, tal como aconteceu com Caetano, não teve força nem coragem para se opor ao núcleo duro que domina o aparelho do PCP e, receando ser posto à margem e substiuido, alinhou, tornou-se cúmplice. Primeiro a sua cumplicidade manifestou-se pela omissão. calou-se. Agora tal atitude já não é suficiente e, sempre empurrado pelos "duros", tornou-se "duro".
Pobre Carlos Carvalhas que não sabe para onde vai e para onde leva o partido do qual ainda é - por quanto tempo? - o secretário-geral.
>José Antunes, 47 anos, responsável pela Organização
>Regional do Minho e membro do Comité Central (CC) do
>PCP demitiu-se na última terça-feira, dia 9, de todos
>os seus cargos no partido, incluindo o de funcionário.
>Mais uma dificuldade para Carlos Carvalhas
>
>
>José Rodrigues Antunes é militante do PCP desde 1975 e
>membro do CC desde o Xº Congresso. Operário,
>ex-dirigente do Sindicato dos Marceneiros, membro da
>Assembleia Municipal de Amares, integrou o Conselho
>Nacional comunista - uma estrutura efémera criada no
>momento da mudança de secretário-geral, e presidida
>por Álvaro Cunhal. Numa carta dirigida a Carlos
>Carvalhas, o militante bracarense explica as razões da
>sua renúncia.
>
>Esta demissão, na semana em que se concluem os
>processos instaurados pela direcção a Carlos Brito,
>Edgar Correia e Carlos Luís Figueira, vem acentuar as
>dificuldades por que passa o partido. Em várias
>direcções regionais está a ser muito criticada a
>tentativa de afastar do debate interno, por meios
>disciplinares, alguns militantes com posições
>críticas.
>
>O «não» de José Antunes surge no momento em que várias
>vozes da direcção comunista se levantam contra a
>eventual expulsão dos três militantes visados pela
>acusação de «trabalho fraccionário». Na comissão
>política e no CC, um grupo de destacados dirigentes
>procura, ainda, travar o ímpeto da «linha dura», mais
>activa do que nunca após a Conferência Nacional
>realizada em Corroios. Nessa altura, na sua
>intervenção de encerramento, Carlos Carvalhas assumiu
>uma crítica feroz aos membros «renovadores» do
>partido. Segundo Carlos Brito, em entrevista recente à
>VISÃO, esse discurso foi o «despacho de pronúncia» que
>abriu caminho à purga interna
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