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Subject: Re: Sampaio tomou uma decisão correcta e corajosa


Author:
António Fagundes
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Date Posted: 22:53:58 07/11/04 Sun
In reply to: Fernando Redondo 's message, "Sampaio tomou uma decisão correcta e corajosa" on 14:58:47 07/10/04 Sat

A berraria que aí vai por causa da decisão do Sampaio é de um ridículo sem limites, mas daí a considerá-la corajosa decisão de um homem digno... Perante a fragilidade dos protestos populares à política reaccionária do Barroso, assim como ao triste espectáculo de vaidade irresponsável que foi a aceitação do cargo de presidente da comissão europeia, e tendo em conta os riscos de eleições antecipadas para os partidos ditos de esquerda (que na euforia de recentes resultados eleitorais parecem esquecer os riscos da conjuntura e confundem os desejos com a realidade), a decisão do Sampaio até poderia ter sido uma decisão sensata se derivasse da análise da conjuntura, se o homem não a tivesse de antemão prometido ao seu particular amigo Barroso, se não tivesse levado todo este tempo a encená-la e se não a tivesse feito acompanhar de considerandos a exigir à direita o prosseguimento da sua política. Comprometendo-se com a política seguida até aqui, o Sampaio não só não observou o preceito constitucional da separação de poderes como jogou borda fora toda a sua capacidade de intervenção futura (sim, porque se durante mais um ano a direita seguir o mesmo rumo e depois, no último do mandato, atirar com uns rebuçados às massas ignaras de memória curta, que argumentos restam ao sujeito?). Nesta situação, as suas ameaças não passam disso mesmo, de arrufos para inglês ver, porque, além do mais, coragem para dissolver o parlamento noutra situação é coisa que o sujeito não parece ter. Ter-lhe-ia ficado menos mal se o sujeito não tivesse montado todo este folhetim (a começar pelo longo intervalo entre a conversa inicial com o Barroso e o desfilar da plutocracia por Belém) e se tivesse reservado o direito constitucional de rejeitar o primeiro-ministro e um ou outro ministro que lhe fossem propostos pelo partido maioritário (exercendo assim uma das suas prerrogativas e intervindo positivamente na conjuntura). Agindo deste modo, o Sampaio, embora criticado pela esquerda do folclóre, ainda poderia reclamar-se da esquerda (o que há muito me parecia duvidoso, tendo-o sempre considerado um verdadeiro centrista), mas, agindo como agiu, nem esse estatuto ele pode reclamar agora. Um homem que se compromete com a política da direita reaccionária, exigindo o seu cumprimento, que ouve preferentemente a plutocracia e esquece o eleitorado que o elegeu, que monta um folhetim em vários episódios e com cena de suspense para melhor se escudar com a gravidade da situação do País (metendo todos os portugueses no mesmo saco, tal como a direita, que apresenta os seus interesses como se do interesse do País se tratasse), é um homem digno? Se isto é dignidade, vou ali e já volto!
Mas o espectáculo do seu amigo Ferro, que já se antevia como primeiro-ministro (ou, pelo menos, em sonhos, com fortes probabilidades) sem passar pela provação de mais um congresso chato e de resultados imprevisíveis perante os galos que cantarolavam pela disputa do poleiro, esse, então, é de uma infinda infantilidade, confirmando a sua falta de características para o combate político (para além das fracas capacidades que evidenciara entretanto).
Nesta crise política, desacreditou-se, o Sampaio, a si próprio? Sim! Mas a esquerda que julgou ver nas eleições antecipadas o remédio santo para a conduzir ao poder não sai dela menos desacreditada. Os tempos vão difíceis para as acções de massas (das manifestações aos protestos e às greves), mas é por aí, e não pelo parlamento, que passam as acções mais frutuosas para a defesa dos interesses dos trabalhadores. Em tempos difíceis, porém, o oportunismo pretende ganhar foros de oportunidade. Ao trabalho, que a luta continua!

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Subject Author Date
Um Presidente às direitasJorge Nascimento Fernandes02:07:18 07/12/04 Mon
    Um presente às direitasFernando Redondo09:13:52 07/12/04 Mon


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