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Guilherme Statter
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Date Posted: 23:11:45 02/14/04 Sat
In reply to:
Vítor Dias no "Semanário"
's message, ""Os beatos"" on 09:28:21 02/14/04 Sat
Só para dar uns palpites àcerca da reunião do Beato. Estive "fora uns dias" e só hoje é que me dei conta da "importância" do acontecimento.
Pelo que pude observar no sítio www respectivo, é mais uma manifestação, com protagonismo q.b., de banalidades expostas por pessoas com curricula e reputação que justificariam outra qualidade de sugestões e propostas. Aparecem algumas ideias razoavelmente certas sobre os males que nos afligem (há mais de oitenta anos...).
Uma pergunta com sabor a cínica: Porque é que se reunem todos uns senhores que estão (supostamente) "bem na vida" (os tais ordenados chorudos e mordomias de que fala o sr. Vítor Dias no "Semanário" (mas este semanário também já dá tempo de antena a um dirigente do PCP?) Afinal isto não está assim tão mal... Adiante.
Estes senhores apresentam-se então muito preocupados com o futuro da Nação e sugerem ao (des)governo que temos, coisas tão importantes como "maior competitividade", "maior produtividade", "maior rigor", "melhor sistema de Justiça", "melhor Administração Pública", "salários congelados" (já o sr. Nixon falava nisso há uns trinta anos atrás...), "maior flexibilidade no despedimento" (mas em que é que "isto" favorece a sociedade portuguesa como um todo???
Será que os "ineficazes" trabalhores que se querem despedir (nas Empresas A, B e C) passam a ser mais eficazes nos pedidos que farão dos respectivos subsidíos de desemprego?
Há lá uma discussão (do sr. da teoria do "Oásis") sobre o "get out of my tax". Aproveitando o contexto, poderia explicar como é que "externalizando" as actuais ineficiências das empresas portuguesas, uma a uma, exportando essas "externalidades" (trabalhadores menos eficazes) para fora de cada uma das empresas, o conjunto geral das nossas empresas fica mais eficaz. Será o milagre da multiplicação da eficiências? Mistério...
Como já dizia o Rei Dom Carlos "estes são os Portugueses que eu tenho...
Parece que o João Franco nunca assumiu era que a responsabilidade do Estado é primordialmente EDUCAR e desenvolver a força laboral disponível. Como fez um general Franco aqui ao lado... Até nas ditaduras de direita há diferenças, logo a nós tinha que nos calhar um padreca frustrado. 8-(
Enfim, andaremos a adiar a solução até ao desgaste final... Receio que o destino dos Portugueses só não vai ser o dos Kurdos ou dos Africaners (nações sem Estado por falta de base territorial própria), porque ainda vamos tendo território próprio. Pelo andar da carruagem, daqui a uns trinta anos haverá dois tipos de "portugueses": Os que residem em "Portugal" (muitos dos quais nascidos alhures e perfeitamente integrados na sociedade global iberizada) e os que (mesmo residindo em Madrid ou Nova Iorque) se forem ainda reclamando da herança cultural de Camões e Pessoa. Destes alguns serão cientistas, técnicos ou gestores de topo em empresas multinacionais. Outros nem tanto.
Fico-me por aqui. Boa noite.
Guilherme Statter
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