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Date Posted: 23:11:58 05/02/05 Mon
Author: Rômulo Francisco de Souza
Subject: Abordagens cognitivas - sem 10

FALE/POS-LIN - 1º semestre de 2005
Disciplina: LIG909/Turma: U Lingüística Aplicada a Línguas Estrangeiras
Aluno Rômulo Francisco de Souza
Professora: Vera Menezes.

semana 10: 2 a 6 maio
Abordagens Cognitivas
MITCHELL, R; MYLES, F. Cognitive approaches to second language learning. In: MITCHELL, R; MYLES, F. Second language learning theories. London: Arnold, 2004. p. 95-130

ELLIS, N. Cognitive approaches to SLA. Annual Review of Applied Linguistics. v. 19. p. 22-42. 1999.
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MITCHELL, R; MYLES, F. Cognitive approaches to second language learning. In: MITCHELL, R; MYLES, F. Second language learning theories. London: Arnold, 2004. p. 95-130

Abordagens cognitivas para o aprendizado de segunda língua

A teoria da Gramática Universal é primariamente uma “property theory”. Os pesquisadores que nela se baseiam, dão ênfase no sistema lingüístico e veêm a linguagem como um módulo exclusivo na mente, ou seja, diferente de outros aspectos cognitivos.

Teorias cognitivas, por sua vez, são teorias transiocionais, concentram-se em explicar o processo de aquisição da segunda língua. Os pesquisadores ligados a essa área colocam uma maior ênfase no componente de aprendizado da segunda língua. Eles veêm o aprendizado da segunda língua como mais uma instância do aprendizado em geral e acreditam que podemos compreender melhor o processo de aquisição da segunda língua se antes compreendermos como a mente processa e aprende novas informações .

O foco é no aprendiz enquanto individuo e suas hipóteses veêm dos campos da psicologia cognitiva, da neurologia e do que sabemos sobre aquisição de habilidades processuais complexas em geral.

Teóricos cognitivos podem ser divididos em dois grupos:

1) O primeiro grupo:
Aqueles que acreditam que o conhecimento lingüístico deve ser de alguma forma “especial”, mas que se concentram no desenvolvimento de teorias de transição ou de processos, no intuito de complementar “property teories”, como a Gramática Universal ou a Gramática Lexical Funcional.

Esse grupo de teóricos está sintonizado com abordagens processuais. Tais abordagens investigam como o aprendiz de segunda língua processa a informação lingüística e como a sua habilidade de processamento de segunda língua se desenvolve com o tempo.

Eles estão a priori focalizados na dimensão computacional do aprendizado de língua estrangeira e podem acreditar ou não que a linguagem é um módulo isolado e inato.

Pode-se citar como exemplos de abordagens processuais os modelos de processamento de informação de McLaughlin e o modelo do pensamento de controle ativo (ACT) de Anderson e ainda a teoria da habilidade processual .

Segundo o modelo proposto por McLaughlin, o aprendizado é visto como um movimento do processo controlado (ou seja, que envolve uma ativação temporária de nós de memória em uma nova configuração - na memória de curto prazo) ao processo automatizado , ou seja, após repetições das novas informações, elas são armazenadas na memória de longo-prazo e tornam-se automatizadas). A continuaçao desse movimento resulta em um processo de constante reestruturação das informações já automatizadas pela agregação de novas informações.

O modelo proposto por Anderson é similar áquele proposto por McLaughlin: segundo ele, o aprendizado acontece quando o conhecimento declarativo (saber que) se transforma em conhecimento processual (saber como). Esse processo se daria em três fases:

1) O estágio cognitivo: em que a descrição do procedimento é aprendido. 2) o estágio associativo: em que o método para lidar com a habilidade aparece e 3) o estágio autônomno: em que a habilidade se torna mais e mais rápida e automática.

A “Processability Theory” tem como objetivo esclarecer como os aprendizes adquirem os mecanismos computacionais do conhecimento lingüístico que eles produzem.

Pienemann acredita que a aquisição da linguagem é a aquisição gradual desses mecanismos computacionais, ou seja, as habilidades processuais necessárias para o processamento da linguagem. Segundo esse modelo o processo do aprendizado se dá através de níveis que obedecem uma certa hierarquia. Essa noção de “rota” implica que as estruturas só são aprendidas quando o nível precedente no caminho da aquisição for aprendido.

Pienemann, frente a essa teoria, desenvolve o que ele chama de “teachability hipótesis”. Ele considera ainda implicações pedagógicas para “processability model” e tira precisas conclusões sobre como algumas estruturas deveriam ser ensinadas.
1) Os estágios de aquisição não podem ser saltados durante a instrução formal.
2) Instruções terão maior efeito se focalizarem estruturas do “nível seguinte”.

Um outro elemento a ser considerado seria a "perceptual saliency". Nessa abordagem, argumenta-se que o ser humano percebe e organiza a informação de um certo modo e que é a "perceptual saliency" da informação linguística que dirige os avanços do processo de aprendizado (e não um módulo linguístico específico e inato)

Slobin desenvolveu também um conjunto de princípios operacionais que, segundo ele, guiam as crianças no seu processo de aprendizado. Esses princípios foram também adaptados por Anderson (1984, 1990) para o aprendizado de segunda língua.

Princípio operacional A: dar atenção aos fins das palavras;
Princípio operacional B: Há elementos linguísticos que codificam relações entre as palavras.
Princípio operacional C: evitar excessões.
Princípio operacional D: relações semânticas devem ser claramente marcadas;
Princípio operacional E: Ao usar marcas gramáticais, essas devem ter sentido semântico

Andersen cita os seguintes princípios baseados em Slobin e relacionados ao aprendizado de segunda língua:

1) The one to one principle: o aprendiz usa (inicialmente) apenas uma forma para todos os contextos.

2) The multifunctionality principle: uma vez que o aprendiz incorporou uma forma (the one to one principle) ele está apto a perceber outras formas e diferenciar os ambientes que elas ocorrem.

3) The principle of form determinism: uma codificação transparente das características linguísticas do input força o aprendiz a descobrí-lo.

4) The principle of distributional bias: se os elementos X e Y podem ocorrer nos ambientes A e B, mas algo na distribuição de X e Y faz parecer que X só ocorre no ambiente A e Y só ocorre no ambiente B, quando você aprender X e Y, restrigirá X ao ambiente A e Y ao ambiente B.

5) The relevance principle

6) The transfer to somwhere principle: uma forma gramatical ou estrutura ocorrerá consistentemente na interlíngua como o resultado de transferência se e somente se 1) princípios naturais de aquisição forem consistentes com a estrutura da primeira língua ou 2) já existir dentro do input da segunda língua o potencial para generalizações do input par produzir a mesma forma ou estrutura.

7) The relexification principle: quando você não pode perceber padrões estruturais usados pela língua que você está tentando aprender, você recorre à estrutura da língua materna com ítens lexicais da segunda língua

O segundo grupo:

2) O segundo grupo de teóricos não acredita que haja uma separação entre "property theories" e "transition theories". Eles defendem que é possível explicar tanto a natureza do conhecimento linguístico quanto a forma com que esse conhecimento é processado, através de princípios cognitivos gerais. Nesse ponto de vista, o aprendiz é visto como um operador de um sistema de processamento complexo que considera a informação linguística em um modo similar a outros tipos de informação.

Esse grupo está sintonizado a uma abordagem do tipo construtivista ou emergentista. A visão dessa abordagem compartilha uma "usage-based view" do desenvolvimento, que é dirigido por necessidades comunicativas. Eles refutam a necessidade de um dispositivo específico de aqusição.
Um exemplo desse tipo de abordagem seria o conexionismo (ou distribuição paralela). Segundo o conexionismo, a mente consiste em um conjunto de nós complexos de informação. Tais nós tornam-se fortes ou fracos através da ativação e não ativação, respectivamente. O aprendizado, então, ocorre através de processos associativos e não através da construção de regras abstratas. As ligações feitas tornam-se mais fortes com a recorrência das associações e também tornam-se parte de redes maiores quando as conexões tornam-se mais numerosas.

ELLIS, N. Cognitive approaches to SLA. Annual Review of Applied Linguistics. v. 19. p. 22-42. 1999.
Abordagens cognitivas para aquisição de segunda língua

O texto de ELLIS discute questões ligadas à visão da aquisição de segunda língua do ponto de vista da abordagem cognitiva. Tal discussão principia com a explicitação e comparação dessa abordagem com a teoria da Gramática Universal. Enquanto essa última focaliza apenas o sistema linguístico, a abordagem cognitiva preocupa-se também com o processo de aprendizado.

O texto de ELLIS procura discutir a aplicação da abordagem comunicativa nos estudos de Aquisição de Segunda Língua a partir de três dimensões: em termos dos objetivos dessa disciplina; em termos de seus métodos; e em termos de suas aplicações.

Alguns objetivos podem ser destacados no que diz respeito a essa disciplina:

Segundo ELLIS, então, somente será possível compreender o estado final através da compreensão do processo. Segundo, ainda, o autor, uma teoria completa sobre aquisição de segunda língua deve incluir tanto "property theories" quanto "transitional theories".

Uma descrição cuidadosa do sistema linguístico, como aquela feita por teóricos ligados à GU, é necessária para uma teoria completa sobre aquisição da linguagem. Contudo, ela não é suficiente. Muitos cientístas cognitivos acreditam que descrições linguísticas são algo bastante diferente de representações mentais.

No que diz respeito ao dispositivo inato específico proposto pela GU, ELLIS argumenta que alguns neurobiólogos defendem que afirmações sobre o inatismo não encontram respaudo em nenhuma explicação plausível e que teorias correntes sobre os processos funcionais do cérebro não mostram a presença de estruturas que poderiam servir como como princípios ou parâmetros para UG.

Um módulo linguístico específico parece também pouco plausível. As teorias sobre funções da linguagem, aquisição, e neurobiologia tem que reunir falantes, sintaxe, e semântica, o significante e o significado. Abordagens cognitivas incluem a Linguística Funcional, Emergentismo, Linguística Cognitiva, e "Construtivist child language research. Tais teorias seriam mais Saussurianas, vendo o signo linguístico como um conjunto de mapas entre formas fonológicas e significados conceituais ou intenções comunicativas. Eles acreditam que mecanismos simples de associação operam no sistema humano de percepção motora e cognitiva.

A pesquisa cognitiva visa compreender como as regularidades da sintaxe surgem das evidências coletadas durante o uso e compreensão da linguagem, no decorrer da vida do aprendiz.

Ainda como objetivo da abordagem cognitiva, pode-se citar a sua tentativa de desenvolver modelos que representem com propriedade todos os sistemas do trabalho da memória, representação perceptual, e da atenção que estão envolvidas na coleta e regularidade das associações que subjazem o uso da língua.

Dessa forma, os teóricos desse abordagem, têm, eventualmente, que mostrar como mecanismos genéricos podem resultar em representações complexas e altamente específicas da linguagem.

ELLIS explica ainda que "Emergentists" acreditam que a complexidade da linguagem surge de um processo desenvolvimentista relativamente simples através da exposição a ambientes complexos. Eles fazem uma descrição do processo ao invés de uma descrição do estado, do desenvolvimento do estudo ao invés do estado final, e focalizam no processo de aquisição de linguagem ao invés do dispositivo de aquisição.

Com relação aos métodos utilizados em pesquisas congitivas, ELLIS faz considerações sobre observações, experimentações e simulações.

No que diz respeito às observações ELLIS afirma que se a intenção for compreender aquisição de linguagem, primeiro é necessário estar apto a observar a aquisição da linguagem. Pesquisa em linguagem, assim como aprendizado da linguagem, concentra-se em dados coletados de interações espontâneas em situações naturais. Quanto mais se acredita na importância so input, maior é a necessidade de uma boa gravação do input. Quanto maior for o desejo de descrever e analizar a transição, maior é a necessidade de gravações acuradas do tipo longitudinal do desenvolvimento invidual da língua.

Segundo ELLIS é preferível observar a performance do aprendiz do que especular sobre alguma competência idealizada (fazendo referência a métodos introspectivos).

Sobre as experimentações, ELLIS comenta que muitas publicações foram feitas a partir de experimentações relativas a abordagem cognitiva e que uma experimentação possui algumas vantagens: permitem uma gravação completa da exposição da lingua, permite que a acuidade seja monitorada, etc.

Ele completa dizendo que escolher ou adotar uma pesquisa experimental não quer dizer negar estudos naturalisticos. O primeiro descreveria descrições válidas de aprendizado artificial de linguagem, enquanto o outro proporcionaria uma tentativa de descrição de aprendizado natural de língua.

ELLIS, faz ainda alguns comentários sobre simulações e também cita algumas delas: 1) ACT (Anderson 1983);2) ACT-R (Anderson-1993,1997); e 3) SOAR (Newell 1990, SOAR Group 1997).

A última seção do tetxo de ELLIS é dedicada à discussão de aplicações em sala de aula de segunda língua. Segundo ele, abordagens cognitivas de aprendizado de segunda língua acreditam que um modelo funcionalista, baseado no uso, da linguagem permite uma análise mais apropriada. Essa abordagem, claramente dita que no aprendizado, assim com em anlaíses de teorias, a lingua não deve ser separada da sua função. Linguagem e semântica são inseparáveis e por isso são necessárias situações funcionais, naturalisticas e comunicativas para o aprendizado.

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