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Date Posted: 03:50:49 05/03/05 Tue
Author: Liliane Sade
Subject: Re: Resumo - semana 10 - parte 2
In reply to: Liliane Sade 's message, "Resumo - semana 10 - parte 1" on 19:31:21 05/02/05 Mon

Resumo 09 – semana 10 - parte 2

Liliane Assis Sade Resende
Lingüística Aplicada
Profa. Dra. Vera L. Menezes de O. e Paiva
FALE – UFMG

MITCHELL, R; MYLES, F. Cognitive approaches to second language learning. In: MITCHELL, R; MYLES, F. Second language learning theories. London: Arnold, 2004. p. 95-130
Mitchell & Myles começam seu texto afirmando que o aprendizado de L2 é pura cognição. O trabalho dentro dessa área é desenvolvido em diálogo com outras áreas tais como a Lingüística, Ciência computacional, Inteligência artificial e neurociências e usa o aparato racionalista da lógica matemática e da simulação computacional. No entanto, o autor adverte que muito do trabalho realizado é puramente teórico. Os objetivos de seu texto são os de apresentar algumas teorias relativas ao conexionismo, discutir sua metodologia e aplicação. Os autores fazem uma crítica às teorias cognitivas tradicionais, como a lingüística gerativa, que isolam a língua para ser explorada e explicada por regras e argumentam que descrições lingüísticas são muito diferentes de representações mentais. Os autores citam seis pressupostos que têm norteado a lingüística gerativa de Chomsky.: modularidade, gramática como um sistema de manipulação de símbolos, competência, pobreza de estímulo, instinto lingüístico e aquisição como a formação de parâmetro.
Como uma contrapartida a esse paradigma, um novo paradigma surge que tem como pressuposto principal a emergência dos processos cognitivos. Este novo paradigma é norteado pela neurobiologia e é chamado Conexionismo. Os defensores do mesmo são chamados de conexionistas ou “emergentistas”. Ao contrário da proposta de Fodor de que as faculdades mentais são modulares e especializadas, os conexionistas acreditam que a especialização seja alcançada com o aprendizado, e não antes dele, pela recorrência de padrões formados por mecanismos associativos acionados a partir do input recebido. Uma outra crítica levantada pelos autores diz respeito à lateralidade do cérebro; as pesquisas comprovam que nenhuma das partes do cérebro é usada meramente para o processamento da língua e que este processamento lingüístico, por sua vez, usa mais de uma parte do cérebro. Citando a fundamentação teórica trazida por Saussure, os autores sugerem que o inatismo é improvável e sugerem que as teorias de língua devam englobar não apenas a sintaxe que nos termos de Saussure representa os significantes, mas também a semântica (significado). Os autores citam algumas áreas teóricas que tentam incorporar as visões trazidas pelo Conexionismo: a Lingüística Cognitiva, a Lingüística Funcional, o Emergentismo e a pesquisa Construtivista. O que todas essas áreas têm em comum é a preocupação com o significado ou com as intenções comunicativas.
A Lingüística Cognitiva é qualitativa, vê a língua como atrelada à experiência e vê usuário da mesma como incorporado: sujeito que representa o mundo de uma forma particular de acordo com sua experiência sóciodiscursiva. A língua reflete essa corporeidade. Nessa perspectiva, o objetivo da lingüística cognitiva é entender como as regularidades sintáticas emergem a partir da evidência cross-modal que é apresentada durante a vida do aprendiz usando a língua.
O “Competition Model” de MacWhinney (1987) já seria um exemplo do funcionalismo. Este enfatiza a importância do léxico a controlar os padrões sintáticos. Ao contrário da Lingüística Cognitiva, este é um modelo quantitativo. Os autores demonstram como o modelo se baseia no conexionismo através da ativação de hipóteses a partir de associações em rede e conexões que são resultados das redundâncias e da representação da língua. Este modelo, segundo os autores, prevê os efeitos da transferência lingüística, revisitando a análise contrastiva por uma perspectiva probabilística.
Os autores advogam a necessidade de uma teoria de transição que seja capaz de mostrar como os mecanismos gerais do aprendizado podem resultar em representações complexas e específicas da língua e apresentam o conexionismo como um paradigma teórico capaz de prover a lingüística dessa teoria. As pesquisas em psicolingüística demonstram que muitos aspectos da língua refletem construções lingüísticas a priori. Os autores citam a “power law of practice”, segundo a qual a prática é necessária para a aquisição. A prática concorre para a freqüência e regularidade do input que faz com que associações sinápticas sejam ativadas e se transformem em padrões pela regularidade e freqüência. Essa é a explicação dada pelos emergentistas e conexionistas que acreditam que toda a complexidade da língua emerja de processos simples que são ativados através do contato com o ambiente. Segundo os autores, o conexionismo apresenta inúmeras vantagens para explicar a aquisição e os processos de transição da língua. A metodogia usada por essa área tem se dividido em observação, experimentação e simulação. A observação deve ser feita, segundo os autores, visando o input (pela sua importância) e deve ser feita em estudos longitudinais que possam observar a transição lingüística. Esta observação tem sido feita, recentemente, mediante a aplicação de softwares como o projeto CHILDES que faz uso de softwares como o CHAT (Codes for the Human Analysis of Transcripts) e o CLAN (Computarized Language Analysis). Estes softwares podem ser acessados, em versões secundárias, on-line. A metodologia da Lingüística de corpora tem sido essencial para análises da língua por permitir a descrição da língua a partir de mostras autênticas de uso da mesma.
A experimentação é justificada pela necessidade de se coletar mostras do input do aprendiz que são impossíveis de serem coletadas em ambientes naturais e que são apenas viabilizadas sob as condições da pesquisa experimental. Os autores citam as vantagens e restrições desses tipos de pesquisa e advogam a favor da triangulação. Também para esse tipo de pesquisa, a tecnologia já vem sendo de suma importância para auxiliar os registros das várias respostas do aprendiz em tem real. Os autores citam os softwares PsyScope, MEL e E-Prime.
A simulação é uma das metodologias mais comuns e representativas do conexionismo que usam computadores para simular a aquisição de estruturas como o fariam os seres humanos. Para tanto, conta com a colaboração da inteligência artificial. Os autores citam o ACT, usado por Anderson (1983), ACT-R (Anderson, 1993 e 1997) e o SOAR (Newell, 1990).
Finalmente, os autores discorrem sobre as aplicações das teorias desenvolvidas pelo conexionismo. Esses trabalhos evidenciam as relações entre as abordagens cognitivas e a instrução. O entendimento da língua como emergente a partir do contexto via input tem uma clara implicação pedagógica: a de que o aprendizado da língua não pode ser desvinculado do uso da mesma. A experiência lingüística deve ser representativa para que os padrões sejam formados pela recorrência dos mecanismos associativos. Para que a aquisição ocorra, os autores sugerem que anos de prática sejam necessários e que a língua seja apresentada via materiais autênticos.

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