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Date Posted: 19:32:39 03/28/05 Mon
Author: Liliane A. Sade
Subject: Semana 05: A discussion of LA theories

Resumo 04 – semana 05

Liliane Assis Sade Resende
Lingüística Aplicada
Profa. Dra. Vera L. Menezes de O. e Paiva
FALE – UFMG

KIYMAZARSLAN, V. A discussion of language acquisiton theories. Disponível em http://maxpages.com/thena/ladiscussion

O autor apresenta um panorama geral sobre algumas das principais teorias de SLA até a presente data e algumas críticas levantadas a elas. Além disso, o autor associa essas mesmas teorias aos métodos que foram criados a partir delas e esclarece a filiação teórica das mesmas, ou seja, se são orientadas por pressupostos nativistas ou empiristas.
Na introdução de seu texto, Kiymazarslan esclarece que a grande maioria das teorias de SLA tem suas bases na Psicologia e na Lingüística. Em seguida, o autor distingue estas teorias entre aquelas centradas no empirismo (nurture), como por exemplo, o Behaviorismo; e aquelas centradas no nativismo (nature), por exemplo, o modelo teórico proposto por Chomsky; ou seja, o autor distingue entre as teorias que consideram os efeitos do meio ambiente e a experiência como essenciais para a aquisição (empirismo) e aquelas que argumentam a favor de fatores biológicos inatos que determinam a aprendizagem (nativismo). No entanto, o autor deixa claro que ambas correntes teóricas reconhecem que há um pouco de cada fator contribuindo para a aquisição, a diferença está apenas no peso conferido a esses diferentes fatores.
A partir de um quadro que resume as teorias associadas a cada uma dessas linhas de pesquisa e os métodos de ensino/aprendizagem de segunda língua advindos delas, o autor passa à segunda parte de seu texto na qual ele apresenta os principais pressupostos teóricos de cinco teorias de base empirista e apresenta as críticas levantadas a essas teorias.
Na linha empirista, o autor discorre primeiramente sobre a zona de desenvolvimento proximal (ZPD) proposta por Vygotsky (1962) que investiga o papel que a língua exerce no comportamento humano e sugere que a interação social é fundamental para o aprendizado. A ZPD se refere à distância entre o desenvolvimento real atual da criança e o desenvolvimento potencial que pode ocorrer quando a criança está em contato com um adulto ou em cooperação com outra criança mais desenvolvida (capaz). Para Vygotsky, a exposição à interação social é necessária para que a criança desenvolva seus recursos internos. A língua é central para o desenvolvimento cognitivo e do pensamento e a aquisição da mesma se dá pela interação social. As críticas apresentadas por Kiymazarslan ao modelo Vygotskyano estão centradas na ênfase excessiva que, segundo o autor, Vygotsky dá ao discurso egocêntrico e ao papel da interação social no aprendizado. Para Kiymazarslan, Vygotsky não aborda a questão do “eu” no aprendizado e desconsidera os fatores inatos que podem influir no aprendizado.
O modelo teórico de Skinner é apresentado em seguida. Este modelo behaviorista pressupõe que o aprendizado ocorra como um produto da interação com o meio ambiente através de estímulos e respostas. O modelo sugere que a cada estímulo obtém-se uma resposta que se correta deve ser reforçada com um feedback positivo. O aprendizado resulta de uma repetição de estímulos, respostas e “feedbacks”. Por essa visão o aprendizado é tido como formação de bons hábitos. No aprendizado de línguas, os erros são tidos como negativos à medida que resultam da interferência negativa da língua materna sobre o aprendizado da segunda língua. A análise contrastiva entre duas línguas pode ajudar a detectar os pontos mais divergentes entre elas e ajudar a prevenir os erros.
As críticas a esse modelo foram levantadas principalmente por Chomsky com base metodológica e argumentando a favor de fatores inatos que determinam o aprendizado. Além disso, autores como Lighbown e Spada concluíram que erros não são causados apenas pela interferência e muitas vezes eles representam estratégias para a produção da língua.
O modelo Piagetiano foi apresentado a seguir. Na visão de Piaget, o desenvolvimento e a aquisição de línguas resulta de fatores externos e da interação social. Este autor determina estágios de desenvolvimento cognitivo: estágio sensório-motor (0 a 2 anos) onde se dá o conhecimento do meio-ambiente; estágio pré-operacional (2 a 7) associado ao conhecimento dos símbolos; estágio operacional concreto (7 a 11) associado à habilidade de desenvolver tarefas mentais e usar a língua; e estágio operacional formal (de 11 em diante) onde é possível lidar com as abstrações. Ao contrário de Vygotsky, Piaget não considera o discurso egocêntrico importante no desenvolvimento.
O terceiro modelo apresentado é o da teoria cognitiva. Neste modelo, o aprendizado acontece relacionando-se eventos novos a conceitos que já existem. Psicólogos cognitivos enfatizam a importância da atribuição de significados e o aprendizado diz respeito à criação de representações internas que guiam a performance. Com relação ao aprendizado de línguas, ele é entendido como representações baseadas no sistema lingüístico e envolve procedimentos para selecionar vocabulário, regras gramaticais, e convenções pragmáticas que governam o uso da língua. Para David Ausubel, adultos se beneficiariam do ensino de regras gramaticais (aprendizado indutivo), postulando assim uma crítica ao Behaviorismo onde o aprendizado das regras gramaticais ocorreria por um mecanismo dedutivo. A crítica levantada por Kiymazarslan a essa teoria é a de que ela não esclarece como a língua poderia ser automatizada (embora ela reconheça que isso é possível) e que estruturas da L1 podem ser praticadas ou transferidas para a L2.
A teoria do discurso, desenvolvida principalmente a partir das contribuições teóricas de Del Hymes e do funcionalismo de Halliday, é apresentada a seguir. Essa teoria contribuiu para o embasamento teórico da Abordagem comunicativo e do método “communicative language teaching” que foi criado a partir dela. O principal pressuposto teórico dessa abordagem é o de que o desenvolvimento da língua se dá pela negociação de significado que ocorre nos processos comunicativos. A competência comunicativa para Hymes pressupõe a competência lingüística (gramática e vocabulário) e a competência sóciodiscursiva (saber o que dizer e quando e para quem dizer). Halliday propõe que as funções básicas da língua surgem dos usos interpessoais e da interação social. A aquisição de línguas (tanto da L1 quanto da L2) se dá a partir do momento que o aprendiz usa essa língua para desempenhar as funções comunicativas na vida diária. As críticas levantadas por Kiymazarslan com relação a essa teoria são as de que ela dá ênfase excessiva ao papel dos fatores externos no processo de aquisição e justamente por isso, não dá a devida importância às estratégias internas do aprendiz e não considera os princípios universais que norteiam a aquisição da língua.
A próxima teoria comentada pelo autor é a teoria dos atos de fala. Essa teoria sugere dois tipos de significado- o proposicional (ou significado literal do que foi dito) e o ilocucionário (que diz respeito ao efeito que a fala ou a escrita exerce sobre o ouvinte ou leitor). Para Kiymazarslan, a teoria não esclarece como as proposições e as implicaturas são adquiridas nas primeira e segunda línguas e se a instrução formal contribui para a aquisição ou apenas para um conhecimento sobre elas.
Na parte três de seu texto, Kiymazarslan apresenta duas teorias de base nativista: a teoria da Gramática Universal e o modelo monitor (“monitor model”).
A teoria da gramática universal foi proposta por Chomsky. Segundo ele, há princípios universais que regem as diversas línguas. A aquisição de uma língua se dá por mecanismos internos e não devido à influência de input externo que, segundo Chomsky, é pobre sob dois aspectos – insuficiente e imperfeito. Pesquisadores dessa corrente teórica se dividem em três grupos: aqueles que assumem que a aquisição de L2 se dá da mesma forma que a da L1 devido ao “language aquisition device” (LAD); aqueles que acreditam que os aprendizes da L2 usam uma capacidade de aprendizado geral e outros que acreditam que apenas parte da gramática universal que é usada na aquisição da L1 é usada na aquisição da L2. O modelo Chomskyano pode ser associado ao modelo de modularização da mente proposto por Fodor. Ambos atribuem ao indivíduo capacidades mentais inatas e propõem um modulo mental encapsulado que processa o conhecimento lingüístico. De acordo com ambos os modelos, o input externo por si só não é capaz de gerar a aquisição da língua, uma vez que esta é geneticamente pré-determinada. Entre as críticas levantadas pelo autor ao modelo Chomskyano, pode-se citar a concentração apenas nas regras gramaticais comuns às diversas línguas, sem se atentar para as especificidades de cada uma. Segundo, a comunicação – função primeira da língua - é descartada. Terceiro, o modelo que estuda a competência lingüística dificulta a investigação empírica. Finalmente, o modelo falha na tentativa de abordar as funções da língua. O autor aponta a necessidade de novas pesquisas com o intuito de verificar como a gramática universal inata pode ser acionada para que assim novos métodos de ensino de línguas possam ser desenvolvidos.
A última teoria abordada mais detalhadamente por Kiymazarslan é o “Monitor Model”. Essa teoria de base nativista desenvolvida por Krashen e que constitui a base da abordagem naturalista apresenta cinco pressupostos teóricos:
1º - a hipótese da aquisição - aprendizado. Para Krashen há uma distinção entre aquisição e aprendizado. A aquisição ocorre de forma natural e inconsciente em ambientes ricos de input. A aquisição de uma segunda língua se daria de forma semelhante à aquisição da primeira. Já o aprendizado é um processo consciente que resulta em saber “sobre” a língua. Enquanto a aquisição seria responsável pela fluência na produção da língua, o aprendizado funciona como um monitor ou editor responsável por fazer correções na produção da mesma.O aprendizado, segundo krashen, não necessariamente implica em aquisição.
2º - a hipótese da ordem natural – a aquisição das estruturas gramaticais acontecem em uma ordem linear e previsível. A aquisição é um processo inconsciente.
3º - a hipótese do input – as pessoas aprendem melhor a língua se forem submetidas a insumos lingüísticos que sejam compreensíveis e estejam um pouco acima do nível de proficiência do indivíduo (input + 1).
4º - a hipótese do monitor – o aprendizado é uma forma de monitorar a performance. São necessárias três condições para o uso do monitor (advindo do aprendizado): tempo suficiente, foco na forma e não no significado e aprendizado das regras. Para krashen, o uso do monitor deveria ser restringido ao mínimo necessário. O ideal é que o uso da língua fosse internalizado (adquirido) para não prejudicar a fluência e o foco no significado.
5º - a hipótese do filtro afetivo – o estado emocional (comparado por krashen a um filtro) pode facilitar ou atrapalhar a aquisição. Alguns fatores como motivação, ansiedade e auto-confiança regulam este filtro emocional. O objetivo pedagógico seria, então, proporcionar input compreensível em uma atmosfera que proporcionasse a diminuição do filtro afetivo.
O modelo de Krashen foi criticado metodologicamente por insuficiência empírica de sustentação dos argumentos teóricos.
Ao concluir seu texto, Kiymazarslan demonstra claramente sua preocupação em retomar os argumentos nativistas que, segundo ele, têm sido relegados ao segundo plano pelas principais teorias de aquisição recentes. O autor distingue ainda os lingüistas educacionais (aqueles que aplicam as teorias em suas práticas) e os lingüistas aplicados (aqueles que propõem os modelos teóricos a serem aplicados) e enfatiza a necessidade de uma postura crítica dos primeiros em relação às teorias postuladas pelos segundos para que a prática didática seja efetiva. Finalmente, Kiymazarslan apresenta (em apêndice ao seu texto) uma lista de outras teorias (não abordadas no texto principal), especificando se elas são de base empirista ou naturalista. Apesar dessas teorias serem apresentadas de forma bastante sucinta, é possível se ter um panorama geral sobre todas as teorias que já foram desenvolvidas na tentativa de se explicar a natureza da SLA.

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