Author:
Guilherme Statter
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Date Posted: 13:11:34 06/20/04 Sun
In reply to:
Editorial do Avante de 17/06/04
's message, "A PULSO" on 23:37:39 06/17/04 Thu
Penso que ninguém, com um mínimo de seriedade, põe em causa a quantidade de trabalho e a dedicação dos militantes que, "a pulso", levaram a campanha eleitoral do principio até ao fim. De entre esses, que com um mínimo de seriedade reconhecem o esforço e o trabalho desses militantes, há mesmo aqueles que falam (críticamente) de "obreirismo" e de "formigas trabalhadoras".
Mas a questão não é a QUANTIDADE de trabalho e de esforço dispendido. A questão é saber se se está a trabalhar na direcção certa. Uma coisa é saber-se se se estão a fazer bem as coisas (e quanto a isso o esforço colectivo é absolutamente determinante): escrever artigos, conceber e desenhar os cartazes, distribuí-los e colocar esses cartazes pelos locais estratégicos... TUDO ISSO TEM QUE SER bem FEITO.
Outra coisa é saber se as mensagens (o seu conteúdo e a sua forma - a semântica, se me permitem aqui um chavão...) são as mais adequadas. Outra coisa AINDA MAIS importante, é saber se a visão ou interpretação da realidade social e económica é minimamente adequada.
Se a direcção do PCP não estará a, heroica mas quixotescamente, combater contra "moinhos de vento"?...
Porque será que a obra de Cervantes é de facto imortal?...
Outro aspecto importante no editorial do Avante é a referência à "elevada abstenção" que "decorre, essencialmente, por um lado, da continuada política de direita levada a cabo por sucessivos governos e, por outro lado, de um processo de construção europeia ao serviço dos interesses dos grandes grupos económicos e de costas voltadas para os interesses, a opinião e a participação dos cidadãos e dos povos".
Misturam-se aqui no entanto "alhos com bugalhos" (eu julgo que não foi sempre assim, num editorial do "Avante"):
A abstenção em Portugal terá sido afectada pela política de direita levada a cabo por sucessivos governos. Mas então e a militância (que tradicionalmente beneficiava a esquerda por ser normalmente (?) mais empenhada?)...
Porque não reconhecer o desinteresse daqueles quase 50.000 eleitores que fizeram falta para eleger a Odete Santos?
Alguns já terão morrido...
Depois à mistura com a política de direita (fica-se com a ideia que se está a falar só de Portugal e do PSD/CDS + PS) vem a referência ao "processo de construção europeia ao serviço dos interesses dos grandes grupos económicos e de costas voltadas para os interesses, a opinião e a participação dos cidadãos e dos povos".
A menos que alguem me diga onde esteve a campanha do PCP/CDU no sentido de esclarecer o eleitorado em Portugal relativamente "à construção europeia COM a participação dos cidadãos e dos povos", quer-me parecer que se trata aqui daquilo que se chama "dar um tiro no pé"... Ou, em linguagem menos limpa, "cuspir para o ar".
É que eu, por mim, fiquei com a sensação que o PCP era (e parece que continuar a ser) CONTRA a construção europeia (e ponto final...). Embicaram naquela fixação "anti-federalista"...)
Foi aliás essa a razão invocada por diversos amigos e familiares a quem, apesar de tudo, procurei convencer a votar CDU, para me chamarem de "poeta", "sonhador", "irredentista", ou ainda de "o ultimo dos mohicanos".
E votarem antes no tal bloco de esquerda.
Cordiais saudações
Guilherme Statter
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