| Subject: Re: A PULSO |
Author:
João Lopes
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Date Posted: 15:46:04 06/20/04 Sun
In reply to:
Guilherme Statter
's message, "Re: A PULSO" on 13:11:34 06/20/04 Sun
Alguns reparos e algumas interrogações sobre o que escreveu:
1º - Diz que “a questão não é a QUANTIDADE de trabalho e de esforço dispendido. A questão é saber se se está a trabalhar na direcção certa”. Quem é que discordará disto? Ninguém de bom senso, é óbvio. Mas explicite o que é que se devia ter feito e não se fez, ou o que é que se devia ter feito de modo diferente? É que, pelo menos aqui neste fórum não vi nenhum reparo concreto, objectivo sobre artigos, cartazes, etc.
Fala em artigos. Não sei de nenhuma recusa de alguém (candidato, dirigente) em escrever artigos ou dar entrevistas. Agora, ouvi foi muitas queixas de discriminação dos media em relação ao PCP. Por exemplo, no início da campanha, você ouviu falar duma iniciativa com intelectuais em Lisboa, que reuniu algumas centenas? Eu ouvi falar porque um amigo que foi lá me contou. Mas da iniciativa não li nem uma palavra nos jornais nem vi uma imagem na TV. E foi dessa iniciativa que saiu o tal abaixo-assinado que está aqui no dotecome algures.
Claro que se podem escrever artigos, mas não é produtivo se forem para deixar na gaveta. E ninguém pode obrigar os media a fazerem o que não quiserem fazer. Mas mesmo assim, no Avante vi muitos artigos. É onde nós “mandamos”.
Sobre “cartazes”, por acaso na minha zona só havia os pendões da CDU. Mais ninguém tinha qualquer propaganda. O pendão não é tão vistoso como os outdoors, mas foram opções que se tomaram, penso eu que por razões económicas e de facilidade de colocação. É que devem ser muitíssimo mais baratos e qualquer militante, em qualquer ponto do país os pode colocar.
2º Fala do desinteresse dos quase 50.000 eleitores. Que sugere que lhe façamos? Eu por mim lamento que tenha havido gente ou desinteressada, ou que não acreditou ou que se marimbou...também lamento que tenha havido mais 219.407 pessoas que se abstiveram ou que tenha havido mais 23.674 votos em branco que em 1999. Mas não vou ralhar com ninguém. Quando muito mando vir com quem tenho à mão e se podia ter esforçado mais a convencer e não o fez. Nestas situações quem leva um tabefe são os filhos...é a brincar, claro!
3º - Pergunta onde esteve a campanha da CDU. É uma boa pergunta porque pelos media pouco se percebe onde esteve. Mas esteve no terreno desde o princípio do ano, desde a Madeira e Açores e correndo o país de Norte a Sul. Em inúmeras reuniões com Associações de agricultores, armadores, industriais, comerciantes, à porta de fábricas ou em encontros com trabalhadores de empresas de calçados, de têxteis, etc, em trabalho coordenado com associações sindicais, de defesa de interesses sociais, ambientais, produtivos. Se quer de facto saber onde esteve com todos os pormenores sugiro-lhe que lhes escreva e lhes peça a agenda da campanha. Aliás na TVI, por mais de uma vez ouvi o Marcelo Rebelo de Sousa a dizer que a campanha da Ilda fora a melhor e que estivera no terreno desde o princípio de Março.
4 – Então se estivessemos contra a Europa ou contra a construção europeia tínhamos o trabalho que temos? Então para que servem os documentos programáticos que produzimos? É isso que está lá escrito? Não será para manter estas falsas impressões que quem manda nos media e particularmente nas TV’s desvalorizou tanto quanto pôde os debates dos candidatos e que só a SIC Jornal fez um debate a quatro? Então o silenciamento (quando não a desinformação) sobre as nossas posições e sobre os nossos candidatos não servirá precisamente para manter estas falsas impressões, estas deturpações?
5 – Fala da miliância. Não a confunda com trabalho de “formiguinha”, por favor...mas se não fosse a militância conseguiriamos ter hoje dois deputados no PE? Não foram os militantes que puseram os tais pendões, ajudaram a distribuir a propaganda, foram a comícios e jantares, andaram nas arruadas, estiveram nas mesas, fizeram o sonoro? Não foram os militantes que ajudaram a convencer a votar os mais de 300.000 que votaram na CDU, contra as modas e contra a maré?
Mas não esqueçamos que há mais marés que marinheiros!
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