Subject: Re: O falhanço da análise da estratégia |
Author:
Fernando Antunes
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Date Posted: 21:53:36 04/26/04 Mon
In reply to:
Hugo Pires
's message, "O falhanço da estratégia contra o terrorismo" on 11:32:17 04/26/04 Mon
Vejamos alguns disparates deste texto do Hugo Pires. Diz ele: “(...) Como consequência dos ataques ao World Trade Center e ao Pentágono, (...) Bush apressou-se a declarar guerra ao terrorismo, formando-se para o efeito uma coligação internacional integrada por diversos países”. Confesso que nunca tinha ouvido falar disto. Já agora diga lá que países é que integraram essa coligação...?
Diz depois “(...) Uma das primeiras medidas tomadas foi o congelamento de contas bancárias pertencentes a alegados membros da Al-Qaeda” (...). Pois...até parece que o Hugo acredita na Branca de Neve. Já agora explique lá como é que podem fazer isso quando há o sigilo bancário em tantos países a começar pelo nosso!
Continua o Hugo: “(...) Ao mesmo tempo, o pavor e o medo da ocorrência de atentados instalaram-se nas sociedades ocidentais (...)”. Os media, os agit-prop dos governos, até parece que nada tiveram a ver com o caso...ou tiveram?
E inevitável como o destino, o Hugo acrescenta (...) “Não tardou a resposta militar, (...) no Afeganistão” (...). Aqui temos o Hugo a apoiar a tese de que a guerra contra o Afeganistão é parte da guerra contra o terrorismo!
E logo a seguir o Hugo volta a fazer a mesma conexão com o Iraque.
Vejamos o que diz o Hugo: “(...) Após o Afeganistão, o Presidente Bush acusou a Síria, o Irão e o Iraque de apoiarem o terrorismo fundamentalista (...). Não demorou muito tempo para que os ventos da guerra se voltassem a fazer sentir, desta feita no Iraque. Sob pretexto de que o ditador Saddam Hussein possuía capacidade para produzir armas de destruição maciça, os Estados Unidos decidiram derrubá-lo do poder, a fim de implantarem no Iraque um regime democrático exemplar(...) Saddam Hussein foi apeado do poder (...). A questão é que a credibilidade e a legitimidade internacional dos Estados Unidos ficaram afectadas para sempre, nomeadamente perante o mundo árabe (...)”
O Hugo neste caso da guerra do Iraque até parece que vive completamente fora deste mundo! Então não se lembra de Colin Powell no Conselho de Segurança da ONU a mostrar o frasco com atrax, ou a apontar para as “fotos” de satélite que mostravam os locais onde as armas estavam armazenadas, ou os desenhos dos “laboratórios móveis”? Então não se lembra do Blair a falar das armas de destruição maciça que em 45 minutos podiam atingir as bases inglesas? E não se lembra mesmo do Bush a falar dos cogumelos atómicos? Nem se lembra do Durão a dizer que tinha visto as provas das ditas armas?
E vem agora o Hugo dizer que “Saddam possuía capacidade de produzir armas”???????? E pior vem agora o Hugo dizer que os “Estados Unidos decidiram derrubá-lo do poder, a fim de implantarem no Iraque um regime democrático exemplar (...)”. Não acredito em anjinhos, muito menos num anjinho que depois de dizer tais barbaridades acrescenta que “a questão é que a credibilidade e a legitimidade internacional dos Estados Unidos ficaram afectadas para sempre”.
E o disparate prossegue. Para o Hugo a ocupação dum país soberano é “(...) é uma luta de valores civilizacionais que estão dispostos a levar até às últimas consequências, atirando muitos indivíduos até então moderados para os braços do extremismo (...)”. Garanto-lhe Hugo que eu que sou a pessoa mais pacífica deste mundo, se me ocupassem Portugal – fosse quem fosse e qualquer que fosse o pretexto – tudo faria para correr com esses ocupantes. Quais valores civilizacionais, qual carapuça – qualquer povo, esteja nos azimutes que estiver, corre com quem lhe ocupa a sua pátria. E quem não o fizer é cobarde – chame os bois pelo nome, deixe-se de tretas de moderados ou de extremistas!!! Ainda não descobriu que é um direito legítimo dos povos resistirem à ocupação???
Como se não bastassem tantos disparates comete a ignomínia de dizer que “ (...) Mas não é somente pela repressão e pelo castigo que se combate o terrorismo mundial, (...) o mais importante passa por integrar esses povos na comunidade internacional (...)”. Então todo e qualquer povo não pertence à “comunidade internacional”? Ou também o Hugo entende que uns são terrenos e outros talvez marcianos? Que uns são os bons e outros são os maus como diz o Bush?
Mas quando li que “a pobreza e a exclusão (...) são dos principais factores que pode levar um ser humano a tornar-se terrorista” desisti! Tamanha presunção esgotou-me a paciência. E misturar argumentos racistas e indigentes com a Taxa Tobin, Protocolo de Quioto, Tribunal Penal Internacional, cheira-me demasiado à verborreia bloquista, a amalgamas mal amanhadas e pior compreendidas que não fazem o meu género.
Um último comentário Bruno. Qualquer povo, qualquer nação têm direito à sua soberania. E têm direito a resistir de armas na mão a quem os invada. O resto é conversa da treta.
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