| Subject: Absolvição de Gorbachov |
Author:
luis blanch
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Date Posted: 14:25:02 08/28/02 Wed
In reply to:
sabumacuti
's message, "... o que é um ex-comunista ?" on 23:54:57 08/19/02 Mon
>Ó Paulo Fidalgo eu não vejo porque é que se tem que absolver o Gorbachov;parece muito pacifico que já nos idos anos 80 do século XX era já patente a decomposição interna da URSS e ,de uma forma geral,de todo o campo socialista na Europa;o que foi dramático foi confirmar aquilo que há muito se podia pressentir-o socialismo,pese a grandes conquistas realizadas no campo económico e cultural,nas ciencias e na técnica não avançou na expressão concreta de novas relações de produção socialistas antes consolidando o fetichismo reprodutivo da lei do valor pela prossecução e ampliação das relações monetário-mercantis tipicas da sociedade capitalista.O socialismo não é um sistema mais humano que o capitalista porque uma nova classe dominante e iluminada distribua com um sentido mais justo e paternal as riquezas produzidas.Gorbachov penso que terá querido "remediar" o que o que já se encontrava a resvalar,e por muitos motivos.Como explicar que as massas populares não se tenham inflamado para defender o sistema?as traições às expectativas deverão,por certo,ter sido muitas..A aposta de Gorbachev admito que não fosse o regresso `a exploração e à sociedade de classes.>
>
>Caro Paulo Fidalgo, só é absolvido, quem foi a
>julgamento, que eu saiba Gorbatchov “ainda não foi
>julgado” !
>Curiosamente, falamos de um homem que foi galardoado
>em jovem, com a “Ordem da Bandeira Vermelha do
>Trabalho”, uma medalha reservada àqueles que tinham
>trabalhado com um vigor prodigioso...etc.etc.
>Entretanto para não andar a patinar e a cair na
>tentação das fastidiosas repetições , avanço com
>algumas conclusões:
>Dizes que a perestroika descambou para o capitalismo,
>que havia outra alternativa, que era possível
>mobilizar os trabalhadores, e que há reformas e
>reformas, falas com simpatia por Yuri Andropov e que o
>PCUS era dirigido por ex-comunistas.
>Eu, não estou minimamente sintonizado com a tua
>opinião.
>Porque tenho muitas reservas na interpretação redutora
> do que por vezes se rotula de capitalismo.
>Por outro lado mobilizar trabalhadores para corrigir o
>socialismo dentro do socialismo, era um autêntico
>“golpe” , o que não foi o caso.
> Estou de acordo quando dizes que há reformas e
>reformas .A minha experiência de vida, diz-me que da
>teoria, passar à prática, os resultados dependem
>sempre de quem o faz !
>A tua simpatia por Yuri Andropov , é muito
>subjectiva. Andropov substituiu Brezhenev por escassos
> meses . A propósito Chernenko estava doente !
>Era o que se chama um regime de gerontocracia e tudo
>leva a querer que o Comité Central era um anexo do
>Hospital do Kremlim ! Espero que o mesmo não se venha
>a passar por cá !
>Em relação ao PCUS que era dirigido por ex-comunistas
>, não me entra na cabeça até me explicares o que
>entendes por um ex-comunista.
>Para já adianto-te que detesto rótulos políticos.
>Aqueles que abraçaram o partido comunista português
>por convicções ,e que só tinham a perder e nada a
>ganhar,( sem considerarmos os calculistas, os
>oportunistas e os pobres de espírito que imaginavam,
>por ambição e continuam a pensar, que o partido ia
>“tirar aos ricos para dar aos pobres” ),estes nunca
>serão ex-comunistas, serão sempre comunistas fora do
>partido , com legitimidade moral de o discutir.
>Não se sai do partido, esfregando as mãos, saí! E o
>que lá ficou de nós?
>Por vezes gera-se uma confusão , de se associar o
>comunismo como ideologia, ao partido comunista
>português .Por isso , quando se discute o actual PCP,
>quando há divergência rotula-se o crítico de
>anti-comunista!
>Desconheço a intensidade do teu diálogo, com
>adversários políticos que estão agarrados de unhas e
>dentes ao partido, mas digo-te que é extenuante, e
>termina quase sempre no enxovalho, por isso rotular
>alguém de ex- é beneficiar o infractor.
>Estou perfeitamente de acordo , que não sentimos que
>haja vitória do capitalismo, nem os próprios
>capitalistas sabem onde isto pode descambar!
>Com isto não tenho pretensões de te contrariar, quero
>que sintas que há sempre pontos de vista diferentes,
>sobre o mesmo assunto e de que nenhum de nós é um ex !
>Voltarei ainda à situação caótica em que se encontrava
> a economia planificada da URSS aquando do arranque
>das reformas, mas não agora.
>Saudações.
>
>
>
>
> 1 - Deduzo que, pelo menos, compreendes, admites,
>como
>>sem alternativa (T.I.N.A, diminutivo de Margaret
>>Tatcher e que significa "there is no alternative") a
>>linha percorrida por Gorbatchov. A URSS, naquela
>>situação de crise não teria outra alternativa do que
>>entregar-se nos braços do capitalismo. Eu tentei
>>mostrar como isso não é nem era verdade. Como havia e
>>há uma alternativa. Eu estou frontalmente contra o
>>rumo que Gorbatchov imprimiu à Perestroika. Eu estou
>>firmemente convencido de que a Prestroika poderia ter
>>sido um momento em que, dotado da linha política
>>adequada e de organização popular teria sido possível
>>dobrar os burocratas, os ex-comunistas que dirigiam o
>>PCUS e teria sido possível ensaiar uma transição de
>>uma economia estatal para outra onde mais e mais
>>trabalhadores se assenhoreassem da produção.
>>
>>2 - Apoiei a perestroika e considero que seu problema
>>não ter sido concebida por Andropov e outros
>>dirigentes. Mas retrospectivamente posso dizer que
>>ninguém no PCUS sabia teoricamente o que estava a
>>fazer, para onde is e ainda por cima não mobilizaram o
>>povo nem se fizeram compreender. No fim toda a cúpula,
>>perante um povo desorientado resolveu passar-se de
>>armas e bagagens para o capitalismo
>>
>>3- Acho que está muito longe de se demonstrar que o
>>capitalismo aumentou a produção na URSS. O capitalismo
>>permite sobretudo no centro do capitalismo altas
>>produtividades e grandes produções mas não me lembro
>>assim muito que o tenha feita na pereferia e não
>>tenhamos dúvida que a Rússia esta remetida para a
>>pereferia.
>>
>>4 - Existe muita propriedade pública na Rússia julgo
>>perceber. Vivemos um período em que os sectores
>>capitalistas se tornam hegemónicos, mas não sinto que
>>haja a vitória do capitalimo esteja assim tão segura e
>>que venha a dar resposta ao que os Russos querem.
>>Vamos ver.
>>
>>2-
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