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Subject: A propósito da ex-União Soviética


Author:
Jorge nascimento Fernandes
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Date Posted: 01:35:53 08/18/02 Sun
In reply to: sabumacuti 's message, "... realismo , precisa-se !" on 19:32:36 08/17/02 Sat

A Propósito da ex-União Soviética

Caro sabumacuti
Da outra vez troquei-lhe ao pseudónimo, chamei-lhe "subumacuti", desta vez penso que o identifiquei bem. Mas continuo a perguntar que raio de nome foi arranjar para intervir neste fórum?
Para além de algumas considerações muito pouco próprias sobre o capitalismo e sobre a natureza humana, mas isso ficaria para outra discussão, a sua apreciação sobre a Perestroika
e sobre o seu principal autor, Gorbatchov, parecem-me um pouco idealizadas.
Como a opinião é livre, também eu gostaria de dar o meu contributo. Não vou aqui socorrer-me dos teóricos, gostaria só de chamar a tenção para alguns aspectos.
O início de reformas quando não são devidamente controladas e em muitos casos isso é impossível, dadas as forças sociais que desencadeiam, levam sempre ao que aconteceu. A experiência do Marcelo Caetano em Portugal conduziu, com as devidas distâncias, a uma situação semelhante.
É impossível em estados onde predomina uma ditadura e onde a superestrutura política já não corresponde à dinâmica social controlar as reformas sociais. No caso da China, numa situação diferente, ainda foi possível, depois da repressão da revolta dos estudantes, controlar a situação, em Moscovo isso não foi viável.
Aquilo que a Perestroika pretendia resolver era a situação de verdadeira estagnação que a União Soviética tinha atingido na época de Brejnev. O crescimento chegou a ser zero e numa situação destas é impossível um regime manter-se. A capacidade de crescimento resultante da construção do socialismo na URSS que, apesar da existência de uma ditadura sangrenta, sempre se verificou, parou completamente durante "o período da estagnação" da era de Brejnev. A saída pareceu a muitos que era empreender reformas. O seu descontrolo, conduziu como a experiência histórica prova, ao descalabro da situação.
Por outro lado e ao contrário do que se poderia pensar, foi a classe dirigente, a chamada numenclatura, que empreendeu a mudança, o seu objectivo, depois de perdido o verniz socialista, foi objectivamente enriquecer. Cumpriram aquele mandamento de Luís Filipe, futuro rei de França, que, depois da revolução de 1830, dizia aos burgueses "enriquecei".
O socialismo real, como motor de desenvolvimento de sociedades atrasadas, tinha, na União Soviética, esgotado a sua capacidade. Uma nova sociedade iria despontar, mais injusta, mais desigual, mas que melhor correspondia aos interesses da sua classe dominante, não aos do seu povo. O problema é que durante muito tempo se andou a confundir a classe dirigente que dominava o Partido Comunista da União Soviética com revolucionários profissionais, desejosos de espalhar a felicidade pelo Planeta, tal como o Sol emite todos os dias os seus raios de luz. Doce ilusão a que a Direcção do PCP nos conduziu, desarmando-nos para a compreensão de que efectivamente lá se passava.
É evidente que os problemas das Democracias Populares do leste europeu, sendo em parte semelhantes, têm uma componente de independência nacional que não se pode escamotear. Era um mito acreditar-se que a marcha forçada para a socialização imposta pelos tanques soviéticos, depois da II Guerra Mundial, não acarretaria ódios e desejo de independência bastante importantes. O internacionalismo proletário nunca existiu em relação às democracias populares, que sempre foram coutadas dos soviéticos, quaisquer que eles fossem.
Estas são reflexões um pouco ao correr da pena, mas que resultam de algum processo de amadurecimento e reflexão. Venham daí mais opiniões, o tema é interessante.

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A vitória de Brejnev foi já a derrota de uma outra Perestroika: a de Krutchevpaulo fidalgo08:55:06 08/18/02 Sun


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