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Subject: Re: ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM- SEMANA 2 (Dias, Mattos)


Author:
Maristela
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Date Posted: 20:52:21 01/31/03 Fri
In reply to: Shirlene Bemfica 's message, "ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM- SEMANA 2 (Dias, Mattos)" on 05:05:17 01/27/03 Mon

QUESTÃO 1: Relação entre instrução formal na aquisição de uma segunda língua e desenvolvimento de estratégias de aprendizagem.
Segundo Dias (1996, p. 137), “a instrução é um empreendimento humano com o objetivo de não só orientar os aprendizes às situações de aprendizagem, bem como o de criar oportunidades para que eles aprendam como aprender.” Esse aprender a aprender inclui também o uso de estratégias adequadas nas diversas aprendizagens e contextos, bem como o metaconhecimento dessas. Logo, para nós, no ambiente educacional o aluno deve usar a linguagem (discurso oral e escrito), bem como desenvolver o “aprender a aprender” que se relaciona às diversas estratégias e variáveis (motivação, auto-confiança, ansiedade, objetivos...)

QUESTÃO 2: Características de um bom aprendiz
Algumas características do bom aprendiz (Matos, 1999, Rubin e Thompson, 1994; Brown, 1994)
- não é bom “full time”, não sabe tudo e isso não é um problema, pois ele sabe que está em processo de aquisição de linguagem e aqui, relaciona-se Matos (1999, p. 151) na argumentação de que “o professor não nativo é um eterno aprendiz da língua que ensina.”;
- tenta controlar suas emoções em relação ao uso e aprendizagem da língua;
- usa as diversas estratégias de aprendizagem (diretas e indiretas), de acordo com os diversos contextos e objetivos;
- está sempre buscando seu caminho para aprender;
- organiza informação sobre a língua;
- cria suas oportunidade para praticar a língua tanto dentro como fora do ambiente educacional;
- sabe viver com as incertezas e não se sente frustado quando não compreende uma palavra;
- usa os “erros” para aprender, ou seja, a seu favor;
- use conhecimentos lingüísticos inclusive os de sua língua materna na aprendizagem de uma segunda língua;
- faz inferências;
- desenvolve metaconhecimento

Abaixo estão algumas características do aprendiz, encontradas em Coscarelli, 1997. 14 p.
(< http://bbs.metalink.com.br/~lcoscarelli/ESTRAT.DOC > )

"De acordo com RUBIN (1975), as características mais comuns do ‘bom aprendiz’ de língua estrangeira são as seguintes:
1. O bom aprendiz deve ser um bom ‘adivinhador’, a partir das palavras que ele entende, ele deve infere o que não entendeu, isto é, procura ativamente por pistas sobre o significado;
2. Tem um forte desejo de se comunicar e aprende a partir das situações de comunicação. Não tem vergonha de fazer qualquer coisa para garantir a transmissão da mensagem;
3. Geralmente não é inibido. Não tem medo de cometer erros;
4. Está atento à forma e procura padrões na língua;
5. Pratica, ou seja, cria oportunidade para praticar o que aprendeu e para ter contato com a língua que está aprendendo além do ambiente de sala de aula ;
6. Monitora, está atento a como sua fala está sendo recebida. Aprende com os próprios erros;
7. Está atento ao significado e ao contexto da fala;
8. Desenvolve os aspectos fonológicos que melhor garantem a inteligibilidade.
ELLIS & SINCLAIR (1989), antes de apresentar uma lista de características do bom aprendiz de língua, apontam para a dificuldade de se montar tal lista já que ‘cada aprendiz desenvolve estratégias e técnicas que sirvam melhor às suas necessidades pessoais e à sua personalidade e as implementam de diferentes maneiras’ (p.7). Eles apresentam uma lista de características do bom aprendiz, não tão voltada para aspectos lingüisticos como a de RUBIN (1975), apresentada acima, mas dando mais ênfase a traços psicológicos do aprendiz. Segundo eles, então, o bom aprendiz de línguas costuma ter as seguintes características:
1. Consciência - ‘conhecem e compreendem as razões das suas atitudes e sentimentos em relação à aprendizagem de língua e a si mesmos como aprendizes de língua’ (p.6);
2. Questionadores e tolerantes - ‘interessados em descobrir mais sobre como a língua funciona e como eles podem aplicar esse conhecimento para ajudá-los a aprender mais efetivamente’ (p.6), além de aceitarem bem as diferenças existentes entre as línguas e suportarem a ambigüidade e incerteza;
3. Auto-críticos - ‘se auto avaliam e monitoram seu progresso regularmente’ (p.6);
4. Realistas - ‘sabem que aprender uma língua estrangeira exige muito trabalho e tempo’ (p.6);
5. Experimentadores - ‘sempre querem experimentar diferentes estratégias de aprendizagem (...) e escolher a mais adequada’ (p.6);
6. Envolvidos ativamente - envolvem-se ativamente na aprendizagem e não têm medo de arriscar;
7. Organizados - ‘organizam seu tempo e materiais da maneira que julgam mais adequada à sua personalidade e exploram completamente os recursos de aprendizagem de segunda língua disponíveis dentro e fora de sala de aula’(p.7).”

Pessoal, eu sou um pouco cautelosa ao usar a expressão “bom aprendiz”, porque ele pode usar/desenvolver mais uma competência e ter mais limitações em outra. Como a educação é continuada, o aprendiz pode superar sua limitação, de acordo com seus objetivos, necessidades....Daí, prefiro dizer que ele é mais ou menos bem sucedido nas diversas situações, de acordo com os diversos contextos, objetivos, variáveis......


QUESTÃO 3: Estratégias cognitivas e metacognitivas
As estratégias DIRETAS são aquelas usadas para lidar com a língua sendo as de memória, cognitivas e de compensação
As estratégias INDIRETAS são aquelas utilizadas para o gerenciamento geral da aprendizagem, sendo as metacognitivas, afetivas e sociais.

As estratégias METACOGNITIVAS (indiretas) estão relacionadas ao planejamento, administração e avaliação da aprendizagem.
As estratégias COGNITIVAS (diretas) estão relacionadas à prática, produção, recepção e reflexão de enunciados, bem como a propiciar contexto para o input (intake) e output. Elas estão relacionadas às tarefas de aprendizagem específicas e envolvem administrar o próprio material de aprendizagem.

Acredito que se elas forem usadas e refletidas por uma período de tempo mais longitudinal, é possível que o processo de aprendizagem possa ser mais eficaz. Assim, a combinação dessas duas estratégias podem “influenciar positivamente a capacidade de processamento cognitivo do aprendiz” (Dias , 1996, p. 158). No entanto, vale ressaltar também que é adequado usar não somente as duas estratégias mencionadas, mas todas são necessárias na aprendizagem e o maior ou menor uso das estratégias diretas e/ou indiretas parece estar relacionado ao estilo do aprendiz, ao contexto/objetivo de aprendizagem e as diversas variáveis que podem influenciar a aquisição/uso do conhecimento (motivação, auto-estima, ansiedade, interação,....)....

QUESTÃO 4: Quanto mais proficiente é o aluno, maior é o número de estratégias que ele utiliza.
Acredito que a argumentação de Matos (1999) pode ter sentido, se pensarmos que o aprendiz mais proficiente já desenvolveu mais suas estratégias de aprender a aprender, que ele já percebeu que aprender uma língua estrangeira é um empreendimento bem mais longitudinal do que se pensa e essa aquisição depende, também, de seu envolvimento e isso também está relacionado ao seu objetivo em relação à sua aquisição.

Nessa concepção, pode-se levantar a hipótese de que o aprendiz iniciante talvez lide com uma aprendizagem mais inconsciente, já que ele pode ter menos trabalhado o metaconhecimento, bem como as outras estratégias.

Segundo Rubin e Thompson (1994, p.16), há “a pirâmide invertida de proficiência da língua”, ou seja, pensem numa pirâmide, inverta-a/coloque-a de cabeça para baixo (parte menor para baixo e parte maior para cima), e coloque num contínuo (de baixo para cima) o aprendiz iniciante, o intermediário, o avançado, o de proficiência profissional e o de proficiência “near native”. Ligando as idéias de Matos (1999) às de Rubin e Thompson (op.cit), acredita-se que é uma leitura possível hipotetizar que o aluno iniciante está na parte inferior da pirâmide invertida, pois utiliza menos estratégias (meta) de aprendizagem e o aprendiz de proficiência “near native” está na parte superior da pirâmide (que é maior), pois ele pode usar mais as diversas estratégias de aprendizagem. Mas, pode não ser bem assim, conforme já foi destacado pelos colegas, já que as pessoas se comportam diferentes, têm estilos diferentes e portanto estratégias diferentes .... Daí, tem-se um objeto de estudo e esse deve ser realizado longitudinalmente, havendo triangulação na coleta dos dados, a fim de se obter dados mais válidos.

QUESTÃO 5: Estratégias de compensação, comunicação
As estratégias de comunicação são elementos da competência estratégica do aprendiz e podem ou não ser conscientes. Estas estão relacionadas ao uso de mecanismos verbais e não verbais na produção do discurso. Destaca-se que o gagejar, o hesitar, as mudanças/trocas de turnos...são partes normais do processo de comunicação, não sendo considerado, portanto, pontos negativos. Isso é linguagem real! O problema talvez seja o excesso.
Vejo positivamente o uso das estratégias de comunicação (paráfrase, pedido de ajuda, troca/quebra de turnos, repetição...), desde que essas façam parte da maneira de aprender do aluno (e o aluno aprenda!) e também porque a comunicação real é algo “fragmentado”, um aparente “caos” e o importante é o aluno usar o discurso adequado aos diversos contextos e situações.

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Replies:
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Author:
shirlene Bemfica
[ Edit | View ]

Date Posted: 08:33:19 02/03/03 Mon

Olá Maristela,
Você discutiu muito bem as questões propostas, parabéns.
Começamos a discutir o papel do professor na formação deste aluno consciente de suas estratégias e autonomo, o que vc acha? Se quiser discutir na lista de e mails, fique a vontade.
Um abraço
Shirlene


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