VoyForums
[ Show ]
Support VoyForums
[ Shrink ]
VoyForums Announcement: Programming and providing support for this service has been a labor of love since 1997. We are one of the few services online who values our users' privacy, and have never sold your information. We have even fought hard to defend your privacy in legal cases; however, we've done it with almost no financial support -- paying out of pocket to continue providing the service. Due to the issues imposed on us by advertisers, we also stopped hosting most ads on the forums many years ago. We hope you appreciate our efforts.

Show your support by donating any amount. (Note: We are still technically a for-profit company, so your contribution is not tax-deductible.) PayPal Acct: Feedback:

Donate to VoyForums (PayPal):

Login ] [ Main index ] [ Post a new message ] [ Search | Check update time | Archives: 123456789 ]
Subject: Teoria e marcelismo


Author:
Jorge Nascimento Fernandes
[ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ]
Date Posted: 12:08:42 08/21/02 Wed
In reply to: sabumacuti 's message, "... quem faz parte da maioria ?" on 01:05:43 08/21/02 Wed

Caro sabumacuti

Em primeiro lugar, eu não tenho a mesma idade que o Paulo Fidalgo, que é francamente mais novo, portanto não envelheça o um dos nossos mais prestimosos intervenientes.
Em segundo lugar classificaria o seu texto de grande pessimismo e desalento, mas isso é a sua postura. Há, no entanto, uma coisa que desde já gostaria de abordar, o problema da teoria e da teoria revolucionária.
Já uma vez me envolvi em polémica, por interposta pessoa, com a minha amiga Rosa Redondo sobre um assunto semelhante, mas volto a ele com muito gosto. (É bom referir que a Rosa Redondo não era contra a teoria, eu é que achava que as questões teóricas demoram algum tempo e exigem muito esforço para serem formuladas)
Já na outra polémica fiz referência á célebre frase de Lenine "sem teoria revolucionária, não há movimento revolucionário" (a ideia é esta não, sei se a reproduz fielmente). Independentemente do grau de consciência política que as massas apresentem em determinado processo de luta, há o problema da formulação teórica do sentido dessa luta. Marx, sendo um homem de acção, foi também um grande teórico e conhecia, porque tinha estudado, tudo aquilo que no seu tempo se tinha escrito sobre economia política.
Portanto, a teoria é fundamental. O trabalho teórico, terá que ser produzido por aqueles que têm acesso aos conhecimentos e têm capacidade intelectual para o fazer e é um trabalho difícil, que exige muitas horas de estudo e reflexão. É evidente, que no movimento operário se tem manifestado muitas vezes oposição entre aqueles que "trabalham" e os "teóricos", sendo que às vezes isto é verdade, o certo é que normalmente é reflexo de um espírito obreirista, que subestima a teoria e que esquece que todos os grandes revolucionários foram igualmente grandes teóricos. A graça de Fidel, que reproduz, parece-me um pouco deslocada, mas é bem possível que, numa dada etapa da sua vida e em relação a uma situação bem concreta, ele a tenha pronunciado (lamentavelmente também o Jerónimo de Sousa a pronunciou). Apesar de, no nosso Partido, eu poder discordar do que dizia Carlos Aboim Inglês, presto-lhe, agora que morreu, a homenagem de ser no Sector Intelectual do Partido um defensor dos intelectuais enquanto tais e do valor da teoria. Sempre se manifestou contra todos aqueles que, com desprezo, começavam o seu discurso, eu não sou um intelectual.
Tudo isto vem a propósito de pressentir no seu texto, não um desprezo pelos intelectuais, mas de pensar que as massa não percebem nem estão interessadas naquilo que nós discutimos, então porque é que estamos com estas preocupações. É contra isto que me revolto, a formulação das questões teóricas é importante e indispensável.

Por último, quanto a Marcelo Caetano. Desde logo afirmei que havia diferenças, e há e não são de somenos, mas aquilo que eu quis dizer é que quando se começa um processo que se pretende reformista, e Marcelo não reformou nada, mas deu o ar que o ia fazer e houve de facto a possibilidade forçada de conseguir maior liberdade, por exemplo, nos sindicatos, nas cooperativas até no movimento associativo estudantil, que permitiu que a consciência que se manifestou logo a seguir ao 25 de Abri se pudesse ir desenvolvendo. Marcelo desencadeou forças que depois não foi capaz de controlar, tal como a Perestroika, desencadeou um processo a que não teve depois a possibilidade de dar a orientação devida.
Sobre o consulado de Marcelo e o seu derrube, penso que no Partido não se pensa exactamente assim, afirma-se que foi unicamente a luta dos antifascistas associada às forças armadas que o derrubou. Sendo isto verdade, não há dúvida que a luta no consulado marcelista se desenrolou em circunstâncias diferentes e com outras possibilidades, legais e semi-legais, que não existiam durante Salazar. Basta só ver o que se publicava na altura, para se compreender que houve uma mudança qualitativa importante. A própria criação do movimento dos capitães, e a força do 1º de Maio de 1974, são um reflexo de uma consciência política mais elevada, que foi possível desenvolver durante o consulado marcelista. Naquele momento, o reforço das ideias progressistas e a defesa da necessidade da transformação social são o reflexo da hegemonia que as forças de esquerda conquistaram durante aquele consulado. Um tema a desenvolver

Um abraço

[ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ]

Replies:
Subject Author Date
Intelectuais e intelectuaisGonçalo Valverde09:22:28 08/26/02 Mon


Post a message:
This forum requires an account to post.
[ Create Account ]
[ Login ]

Forum timezone: GMT+0
VF Version: 3.00b, ConfDB:
Before posting please read our privacy policy.
VoyForums(tm) is a Free Service from Voyager Info-Systems.
Copyright © 1998-2019 Voyager Info-Systems. All Rights Reserved.